Amanhece

Prefácio de Emmanuel



Referíamo-nos ao Cristianismo Redivivo por dia novo na Terra.

As referências explodiam relampagueantes, quando um amigo pintor aduziu, fazendo surpresa:

— “E se fixássemos o alvorecer da Era Nova em traços e cores?”

Impossível a execução de um plano assim arrojado; no entanto, alguém lembrou que um livro, na essência, é um quadro de ideias, definindo determinadas realizações.

Foi assim que o projeto deste volume se nos configurou, de imediato, e aqui reunimos páginas nossas, em que nos reportamos às criações espirituais, necessárias à instalação da paz e da felicidade para a Terra de hoje.

Cada companheiro, nesta despretensiosa galeria de pensamentos, expõe a contribuição que lhe é própria e, de comentário a comentário, tentamos formar a tela espiritual de nossas esperanças.

Aqui, um de nós espalha as tintas da fé; ali, outro oferta destaque à beneficência; além, aparece quem procura fixar as cores da alegria; mais adiante, surgem obreiros salientando o espírito de serviço.

O quadro, confeccionado dentro das nossas estreitas possibilidades, aqui se encontra em forma de livro.

AMANHECE é o nome deste noticiário da alma, condensado numa palavra única.

E entregando-te, leitor amigo, estas páginas simples, convidamos-te a refletir nas luzes de nossa época, em que a Terra começa a envolver-se nos clarões de novo amanhecer, rogando ao Senhor nos conceda o privilégio de trabalhar para que esse novo dia nos encontre — a nós todos, Espíritos em evolução no planeta, irmanados no mesmo anseio de paz, com a bênção do amor a encaminhar-nos para Deus.



Uberaba (MG), 18 de abril de 1976.




Advertências



A reunião da noite foi um momento de oração e culto de nossos princípios, com cinco amigos motoristas, provenientes do Rio, de passagem por Uberaba, a caminho de férias rápidas em Goiás. Antes de nos acomodarmos para a prece, falávamos sobre advertências e críticas nos caminhos da vida. Nossos amigos, de modo geral, manifestavam-se contra o espírito de análise que não podemos dispensar em nossas experiências do dia a dia, de modo a bem cumprirmos as nossas obrigações. Não concordavam com avisos e anotações fraternas, externando o ponto de vista de que toda pessoa deve aprender, de modo irrestrito, por si mesma.

Iniciamos o nosso ligeiro encontro na prece e nos deu para estudo o item 20 do capítulo X, oferecendo-nos campo a excelentes considerações. Ao fim da reunião, André Luiz nos deu a página de encerramento.


ADVERTÊNCIAS

Se você não acredita na necessidade de advertências para a execução exata de suas tarefas no mundo, observe o trânsito de sua própria cidade.

Antes de tudo, em qualquer via pública, você é obrigado a refletir na segurança de todos, de modo a sustentar a tranquilidade própria.

Em seguida, precisará considerar o impositivo de autopreservação, tanto quanto, em muitos casos, deve auxiliar a movimentação correta daqueles que se acham indecisos ou enfermos na pista.

Não pode esquecer os sinais que lhe mostram “perigo”, “pausa” ou “caminho livre”, sob pena de entrar em riscos graves.

Em qualquer cochilo de direção, não prescindirá do apoio de guardas que se incumbem de vigilância e policiamento.

Quanto mais progresso, mais intercâmbio; quanto mais intercâmbio, mais complexidades no caminho comum.

Veja, pois, meu caro: se você, até hoje, não foi chamado a observações construtivas, a fim de acertar os próprios passos, não se coloque fora da necessidade de advertências sinceras e amigas, porque você está, por enquanto, na Terra, e o imperativo de ponderação e aviso por parte dos outros, em seu benefício, pode surgir amanhã.





Paciência e caminho



A necessidade de paz e segurança em nossas atividades doutrinárias constituiu assunto dominante em nossa reunião mediúnica. nos dera o tema em itens do seu capítulo IX e o interesse pelo seu esclarecimento em nossa compreensão impôs-se a todos nós. No final dos trabalhos, Emmanuel nos deu a mensagem orientadora Paciência e Caminho.


PACIÊNCIA E CAMINHO

Paciência é passaporte para todos aqueles que aspiram a avançar nas vias do progresso.

Quando num carro em movimento, sabes com clareza, que, em muitas ocasiões, é necessário venhas a pensar por ti e pelos outros.

Nessas circunstâncias em que o perigo se mostra à vista, tomas conselho à prudência que te sugere abertura de espaço aos que se entregam a disparada ou te lembra cuidado para que não te disponhas a podar sem consideração a frente dos companheiros.

De outras vezes, consagras-te ao exame prévio da máquina, antes de qualquer movimentação, a fim de melhorares as condições dessa ou daquela peça doente, tanto quanto te dedicas a observar mais atentamente os sinais do caminho para que não te faças indução a desastre.

O trânsito é uma escola em que sobram aulas de vigilância e compreensão, justiça e disciplina.

Anotemos as lições da estrada e procuremos transferi-las ao trânsito da vida em que todos somos chamados, nas trilhas do tempo, ao relacionamento comum.

Se esse ou aquele companheiro demonstra exagerada tensão nas atividades que lhe dizem respeito, não lhe congeles o ânimo, desfechando-lhe observações deprimentes, mas socorre-o com recursos de paz; de igual modo, não ultrapasses, sem necessidade, as posições dos irmãos em serviço, porquanto, quase sempre, com isso, nada se recolhe além de dificuldade e desilusão.

Na tarefa a que te empenhas, verifica quanto de amor e de apreço já dispensaste ao cooperador do veículo de tuas realizações para que não te falte segurança e atende à execução dos princípios que abraças, considerando o bem de todos, para que desajustes não te ameacem a obra.

Quanto mais agitação, no plano externo, mais imperiosa se faz a necessidade de calma no campo íntimo, se nos propomos superar perturbações e obstáculos.

Evitemos choques destrutivos e doemos o melhor de nós aos programas de ação que nos propomos a realizar, exercitando entendimento e tolerância, conscientes de que para coibir quaisquer calamidades, no terreno do espírito, a paciência é o preservativo ideal.

Não te detenhas a lamentar problemas e crises. Se te engajaste na causa do bem, guarda-te em serviço constante e, usando paciência e amor, certamente vencerás.




Essa lição foi publicada originalmente em 1975 pela editora GEEM e é a 38ª do livro “”.