No início da nossa reunião pública, nos deu para estudo o item 12 do capítulo XVI. As explanações sobre o dinheiro, tema central do texto lido, foram as mais diversas, às vezes até mesmo contrárias entre si, mas todas com definições respeitáveis sobre a função do dinheiro no campo da vida.
Para encerrar as nossas tarefas, Maria Dolores veio-nos ao encontro com a página por ela mesma intitulada Cédula de Luz.
A fim de realizar singelo estudo Sobre alívio nas lágrimas terrenas, Durante algumas horas Acompanhei de pensamento mudo Dez cruzeiros apenas. A cédula saiu primeiramente Das mãos de um sapateiro Pobre, alegre, risonho, Parecendo uma estrela vinda em sonho Para trazer apoio A um menino doente… Dessa criança humilde prosseguiu Na bela caminhada E sustentou dois pratos de socorro A companheiros tristes Que jaziam febris em antiga calçada… Logo depois, das mãos de um balconista Sem maiores recursos, Ei-la a seguir sem pretensões de esmola, De modo a socorrer Um pequerrucho acidentado Quando vinha da escola… Logo após, garantiu Ligeira refeição De modesta família em provarão… Ao terminar o dia A cédula fizera Tanta luz, tanto amor, tanta alegria, Que levantei o coração E ansiando exprimir o meu louvor Só consegui dizer: — “Oh! Providência Eterna! Pela bendita possibilidade Com que simples moeda, Obedecendo ao teu amor, Pode criar no mundo, Tantos samaritanos e tantos cireneus; Pelo dinheiro que nos dás, No trabalho e na paz, Sê louvado, meu Deus!” |