A convite do Núcleo Espírita Semeador do Evangelho, estivemos em visita fraternal aos companheiros reeducandos da Penitenciária do Estado de São Paulo, no dia 27 último. A reunião constou de preces e comentários doutrinários.
Ao término dos trabalhos, nossa irmã e benfeitora espiritual Maria Dolores escreveu o poema Sublimação.
SUBLIMAÇÃONão te digas sem paz, sem esperança… Nem afirmes que o mundo é triste e vão… A existência na Terra é ascensão incontida E a própria Natureza é um hino à luz da vida, Promovendo alegria e elevação. Olha a foice cortando o mato inculto… Depois, rasga-se a gleba, a golpes de trator. Logo após, eis o exílio da semente; Depois ainda, é o quadro viridente Do solo aprimorado a esmaltar-se de flor. A dinamite explode, a pleno campo, Estremece a pedreira a gritar, a rugir… Desunem-se calhaus, fugindo, salto em salto. Surge, porém, depois, o caminho de asfalto, Apontando a beleza e o fulgor do porvir. Cai o tronco a gemer no próprio berço, Parecendo um gigante a protestar; Em seguida, levado ao corte em que se apura, Faz-se viga, portal, segurança e estrutura, Oferecendo à vida a proteção do lar. O trigo baila ao sol, em cachos de ouro, Alteando o valor do solo que o bendiz, Mas vem o segador que o deixa em queda e chaga… Depois, ei-lo na mesa… É o pão em que se apaga Para que a refeição seja farta e feliz. Assim também, alma querida e boa, Sofrimento é poder renovador… Sacrifício, aflição, angústia, disciplina São Processos de Deus com que Deus nos ensina A conquista da Luz e a construção do Amor. |
27 de dezembro de 1975 — Nota da Editora.