Após 12 meses, o Autor Espiritual volta a conversar com a sua progenitora por intermédio de abençoado “correio mediúnico”.
Mostra-se, agora, mais forte, não mais convalescente do transe brusco pelo qual passou em sua transferência para a Vida Eterna. O tempo para ele não transcorreu em vão, sendo aproveitado devidamente, pois compreendeu que a luta é a estrada por trilhar. Luta por vida melhor a começar por nós mesmos.
E, acentua, ainda: Estou trabalhando também e confesso que estou melhorando… Melhorando para ajudar.
Entendemos suas palavras, pois sabemos que é impossível caminhar com segurança na ascensão espiritual, a que todos estamos destinados, sem as riquezas hauridas no labor e no estudo, na ausência da prática das boas obras e olvidando o aprimoramento de nossas imperfeições.
Íntimo melhor, mais harmônico, sem luta com os Desígnios do Alto, produzirá em qualquer tempo e em quaisquer circunstâncias, vida abundante de trabalho nobre, paz e alegria.
Walter soube progredir sem distanciar-se dos seus entes queridos. Comprova isso no texto psicografado. Nota-se que a sua maior preocupação é com o estado de saúde de sua mãezinha, ainda convalescente.
Apoiado na orientação segura do abnegado Espírito do Dr. Bezerra de Menezes, reforça o parecer do médico amigo encarnado, Dr. Edgard, desaconselhando a pretendida hospitalização. No caso, como vemos, a assistência médica seria indispensável, coadjuvada com a meia-hora de paz, de absoluta serenidade, com a prece, diariamente. Não temos aqui simples recomendação de um relax, método de tratamento tão em moda nos tempos atuais. Observemos que o repouso físico e mental precisaria estar acompanhado com a prece. É o ponto chave, porque, com a oração, realizamos a ligação da nossa mente com as forças superiores do Bem. Compreendemos ainda que a receita mediúnica pressupunha um compromisso de amparo espiritual. A meia-hora diária representava a consulta marcada com os médicos espirituais. Quantos auxílios esses benfeitores prestam, sem alarde e com amor, todos os dias, à Humanidade sofredora!
Não só nesta mensagem, mas também na primeira, Walter fez várias referências ao Valor da Prece, que vale a pena transcrevê-las:
— Agora entendo melhor a minha velhinha rezando sempre como se fosse Nossa Senhora na Terra, porque estou aprendendo a rezar também. …Agradeço as orações de minha madrinha, tia Isaura. …Façamos juntos as nossas preces.
No Mundo Espiritual, o ser tem oportunidade de vislumbrar com maior clareza e profundidade a importância da oração, como se depreende de suas afirmativas.
O Espiritismo, doutrina fundamentada na revelação dos Espíritos, lança intensa luz sobre essa questão, mostrando-nos, com argumentação sólida, a ação, eficácia e necessidade da prece.
Ao estudar tão importante tema, Kardec rememorou várias passagens evangélicas (Mt
“A prece é uma evocação; por ela um ser se coloca em comunicação mental com o outro ser ao qual se dirige. Ela pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. Pode-se orar por si mesmo ou por outro, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução das suas vontades; aquelas que são dirigidas aos bons Espíritos são levadas a Deus. Quando se ora a outros seres, senão a Deus, é apenas na qualidade de intermediários, intercessores, porque nada se pode fazer sem a vontade de Deus.”
Portanto, o poder da oração está no sentimento, na fé e no merecimento de cada um, e não na fórmula verbal ou na postura, como também é independente do momento ou do lugar em que seja feita.
No ato da prece, com as energias do sentimento, acionadas pela vontade, emitimos ao Alto as imagens dos nossos desejos através da força viva do pensamento. Consequentemente, a hora e o local só podem influenciar no sentido de facilitarem o nosso recolhimento, propiciando-nos boa concentração mental.
Afirma-nos Emmanuel: () “Orar é identificar-se com a maior fonte de poder de todo o Universo, absorvendo-lhe as reservas e retratando as leis da renovação permanente que governam os fundamentos da vida.
…A vontade que ora, tange o coração que sente, produzindo reflexos iluminativos através dos quais o espírito recolhe em silêncio, sob a forma de inspiração e socorro íntimo, o influxo dos Mensageiros Divinos que lhe presidem o território evolutivo, a lhe renovarem a emoção e a ideia, com que se lhe aperfeiçoa a existência.
Dispomos na oração do mais alto sistema de intercâmbio entre a Terra e o Céu.
Pelo divino circuito da prece, a criatura pede o amparo do Criador e o Criador responde à criatura pelo princípio inelutável da reflexão espiritual, estendendo-lhe os Braços Eternos, a fim de que ela se erga dos vales da vida fragmentária para os cimos da Vida Vitoriosa.”
Outros ensinamentos interessantíssimos em torno da prece encontramos nas obras do Espírito de André Luiz, no desenrolar de suas experiências vividas no Além. Dentre essas numerosas lições enfocaremos algumas, que reunimos sob os seguintes títulos:
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Conta-nos André Luiz que, depois de sua última desencarnação, peregrinou em sofrimento, por muitos anos, em Esferas espirituais inferiores.
Finalmente, em certo dia, foi assistido carinhosamente pelo emissário Clarêncio que o conduziu à colônia “Nosso Lar”. Nessa cidade espiritual, logo após acomodar-se num leito de enfermaria, serviram-lhe um caldo reconfortante, seguido de água muito fresca, que lhe proporcionaram novas energias. Mas, com a chegada do crepúsculo, grande surpresa estava reservada para ele. Conduzido a enorme salão deparou-se com numerosa assembleia, que meditava em silêncio, aguardando o momento de acompanhar a oração do Governador da cidade.
Após alguns instantes, não só eles, mas também todas as residências e instituições de “Nosso Lar” oravam com o Governador, através da visão e audição à distância, obedecendo a processos adiantados de televisão. Numa gigantesca tela erguida ao fundo do salão, surgiu o cenário do templo, onde, “sentado em lugar de destaque, um ancião coroado de luz fixava o Alto, em atitude de prece, envergando alva túnica de irradiações resplandecentes.” Depois da oração o recinto estava inundado de misteriosas vibrações de paz e alegria. Cariciosa música procedente de esferas distantes respondia aos louvores.
Em seguida, diz André Luiz, “abundante chuva de flores azuis se derramou sobre nós; mas, se fixávamos os miosótis celestiais, não conseguíamos detê-los nas mãos. As corolas minúsculas desfaziam-se de leve, ao tocar-nos a fronte, experimentando eu, por minha vez, singular renovação de energias ao contato das pétalas fluídicas que me balsamizavam o coração.
Terminada a sublime oração, regressei ao aposento de enfermo, amparado pelo amigo que me atendia de perto. Entretanto, não era mais o doente grave de horas antes. A primeira prece coletiva, em “Nosso Lar”, operava em mim completa transformação. Conforto inesperado envolvia-me a alma. Pela primeira vez, depois de anos consecutivos de sofrimento, o pobre coração, saudoso e atormentado; à maneira de cálice muito tempo vazio, enchera-se de novo de gotas generosas do licor da esperança.”
Após alguns dias de permanência na acolhedora cidade, André Luiz perguntou ao dedicado enfermeiro Lísias porque nunca recebeu no Além a visita dos familiares e amigos que faleceram antes dele.
Contou-lhe da abnegação e carinho de seus pais terrenos. E, principalmente eles, que o antecederam por alguns anos na morte da máquina física, não haviam dado, até então, o menor sinal de vida.
Lísias respondeu-lhe com as seguintes palavras esclarecedoras:
“— Pois note, sua mãe o tem ajudado dia e noite, desde a crise que antecipou sua vinda. Quando se acamou para abandonar o casulo terrestre, duplicou-se o interesse maternal a seu respeito. Talvez não saiba ainda que sua permanência nas esferas inferiores durou mais de oito anos consecutivos. Ela jamais desanimou. Intercedeu, muitas vezes, em “Nosso Lar”, a seu favor. Rogou os bons ofícios de Clarêncio, que começou a visitá-lo frequentemente, até que o médico da Terra, vaidoso, se afastasse um tanto, a fim de surgir o filho dos Céus. Compreendeu?”
Estas elucidações produziram em André imensa emoção, umedecendo-lhe os olhos.
E o enfermeiro amigo prosseguiu:
“— No dia em que você orou com tanta alma quando compreendeu que tudo no Universo pertence ao Pai Sublime, seu pranto era diferente. Não sabe que há chuvas que destroem e chuvas que criam? Lágrimas há também, assim. E lógico que o Senhor não espere por nossas rogativas para nos amar; no entanto, é indispensável nos colocarmos em determinada posição receptiva, a fim de compreender-lhe a infinita bondade. Um espelho enfuscado não reflete a luz. Desse modo, o Pai não precisa de nossas penitências, mas convenhamos que as penitências prestam ótimos serviços a nós mesmos. Entendeu? Clarêncio não teve dificuldade em localizá-lo, atendendo aos apelos de sua carinhosa genitora da Terra; você, porém, demorou muito a encontrar Clarêncio. E quando sua mãezinha soube que o filho havia rasgado os véus escuros com o auxílio da oração, chorou de alegria, segundo me contaram…”
Depois de submeter-se a tratamento intensivo por algumas semanas, André Luiz saiu em visita à cidade, pela primeira vez, em companhia de Lísias.
Surpreendeu-se com a operosidade de seus habitantes, desenvolvida em clima espiritual de grande tranquilidade. Nos primeiros locais visitados daquela ordeira colmeia de almas, visualizou largas avenidas, imponentes árvores, casas residenciais e imensos edifícios.
O atencioso amigo e cicerone foi-lhe esclarecendo as interrogações, que brotavam ininterruptas, decorrentes de natural assombro:
“— A colônia, que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. Temos os Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina. Os quatro primeiros nos aproximam das Esferas terrestres, os dois últimos nos ligam ao Plano superior, visto que a nossa cidade espiritual é zona de transição. Os serviços mais grosseiros localizam-se no Ministério da Regeneração, os mais sublimes no da União Divina. Clarêncio, o nosso chefe amigo, é um dos Ministros do Auxílio.”
E detendo-se em pormenores com respeito ao Ministério de Auxílio, o primeiro a ser visitado, Lísias elucidou:
“— Estamos no local do Ministério do Auxílio. Tudo o que vemos, edifícios, casas residenciais, representa instituições e abrigos adequados à tarefa de nossa jurisdição. Orientadores, operários e outros serviçais da missão, residem aqui. Nesta zona, atende-se a doentes, ouvem-se rogativas, selecionam-se preces, preparam-se reencarnações terrenas, organizam-se turmas de socorro aos habitantes do Umbral, ou aos que choram na Terra, estudam-se soluções para todos os processos que se prendem ao sofrimento.” (o grifo é nosso).
Como se processam os mecanismos de auxílio às criaturas necessitadas, suplicantes aos Céus? O Criador pode atender aos seus filhos através de seres intermediários, executores de Sua Vontade? Toda rogativa tem um valor específico?
André Luiz, posteriormente, teve o ensejo de ouvir e anotar elucidações profundas e valiosas, do próprio Ministro Clarêncio, em torno destas palpitantes questões.
Ouçamos alguns trechos da palestra de Clarêncio:
“— A Lei, como representação de nosso Pai Celestial, manifesta-se a tudo e a todos, através dos múltiplos agentes que a servem.
…Em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas. Assim como possuímos em eletricidade os transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do socorro, do esclarecimento… As correntes centrais da vida partem do Todo-Poderoso e descem a flux, transubstanciadas de maneira infinita. Da luz suprema à treva total, e vice-versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador, através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência, da razão, da humanidade e da angelitude, que modificam a energia divina, de acordo com a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram. Cada degrau da vida está superlotado por milhões de criaturas… O caminho da ascensão espiritual é bem aquela escada milagrosa da visão de Jacob, que passava pela Terra e se perdia nos céus… A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina. Desejos banais encontram realização próxima na própria esfera em que surgem. Impulsos de expressão algo mais nobre são amparados pelas almas que se enobreceram. Ideais e petições de significação profunda na imortalidade remontam às alturas..
O mentor generoso fez pequeno intervalo, como a dar-nos tempo para refletir e acentuou:
— Cada prece, tanto quanto cada emissão de força, se caracteriza por determinado potencial de frequência e todos estamos cercados por Inteligências capazes de sintonizar com o nosso apelo, à maneira de estações receptoras. Sabemos que a Humanidade Universal, nos infinitos mundos da grandeza cósmica, está constituída pelas criaturas de Deus, em diversas idades e posições… No Reino Espiritual, compete-nos considerar igualmente os princípios da herança. Cada consciência, à medida que se aperfeiçoa e se santifica, aprimora em si qualidades do Pai Celestial, harmonizando-se, gradativamente, com a Lei. Quanto mais elevada a percentagem dessas qualidades num espírito, mais amplo é o seu poder de cooperar na execução do Plano Divino, respondendo às solicitações da vida, em nome de Deus, que nos criou a todos para o Infinito Amor e para a Infinita Sabedoria…”
Sempre observando e colhendo informações com o alto objetivo de aprendizado próprio e de transmitir sua experiência a nós outros, encarnados, André Luiz teve a oportunidade de realizar proveitoso estudo do poder da oração. Esta pesquisa, feita em companhia do seu colega Hilário e do experiente Assistente Silas, foi possível graças à sintonia deles com a faixa mental de criaturas em prece, permitindo assim, a análise dos pensamentos emitidos.
Focalizaremos, sucintamente, duas observações.
Na primeira delas, uma senhora exorava a proteção de Santa Teresinha do Menino Jesus (desencarnada no Carmelo de Lisieux, França, em 1
897) . Diante da cena, ao Assistente “indagou Hilário com o otimismo de sempre:
— E a mensagem dela alcança o coração da famosa freira?
— Como não? — respondeu o interlocutor. Depois da morte do corpo, as criaturas efetivamente santificadas encontram as mais altas quotas de serviço, na expansão da luz ou da caridade, do conhecimento ou da virtude de que se fizeram a fonte viva de inspiração, quando no aprendizado humano. O céu beatífico e estanque existe apenas na mente ociosa daqueles que pretendem progresso sem trabalho e paz sem esforço. Tudo é criação, beleza, aprimoramento, alegria e luz incessantes na obra de Deus, a expressar-se, divina e infinita, através daqueles que se elevam para o Infinito Amor. Assim pois, o coração que deixe na Terra uma sementeira de fé e abnegação passa a nutrir, do plano espiritual, a lavoura das ideias e dos exemplos que legou aos irmãos de luta evolutiva, lavoura essa que se expande naqueles que lhe continuam o ministério sagrado, crescendo, assim, em trabalho e influência para o bem, no setor de ação iluminativa e santificante que o Senhor lhe confia.”
Uma outra senhora, igualmente analisada, assim suplicava ao querido e inesquecível médico brasileiro, Dr. Bezerra de Menezes:
— “Doutor Bezerra, por amor de Jesus, não abandones meu pobre Ricardo nas trevas da desesperação!… Meu esposo infeliz atravessa rudes provas!… ó generoso amigo, socorre-nos! Não permitas que ele desça ao abismo do suicídio… Dá-lhe coragem e paciência, sustenta-lhe o bom ânimo!… As dificuldades e as lágrimas que o afligem no mundo caem sobre minh’alma como chuva de fel!…”
E a seguir, André Luiz comenta a sua valiosa experiência:
“Antes de desviar a minha atenção, fitei o semblante do grande médico, segundo as recordações da irmã que orava, confiante, anotando o primor da fotografia mental que ela exteriorizava.
Víamos, ali, o retrato do Dr. Bezerra, qual o conhecemos sereno, simples, bondoso, paternal…
Precedendo-nos as interrogações costumeiras, o Assistente informou:
— Com mais de cinquenta anos consecutivos de serviço à Causa Espírita, depois de desencarnado, Adolfo Bezerra de Menezes fez jus à formação de extensa equipe de colaboradores que lhe servem à bandeira de caridade. Centenas de Espíritos estudiosos e benevolentes obedecem-lhe às diretrizes na lavoura do bem, na qual opera ele em nome do Cristo.
— Desse modo — alegou Hilário —, é fácil compreendê-lo agindo em tantos lugares ao mesmo tempo…
— Perfeitamente — concordou Silas. — Como acontece na radiofonia, em que uma estação emissora está para os postos de recepção, assim qual uma só cabeça pensante para milhões de braços, um grande missionário da luz, em ação no bem, pode refletir-se em dezenas ou centenas de companheiros que lhe acatam a orientação no trabalho ajustado aos desígnios do Senhor. Bezerra de Menezes, invocado carinhosamente, em tantas instituições e lares espíritas, ajuda em todos eles, pessoalmente ou por intermédio das entidades que o representam com extrema fidelidade.
— Para isso — aduziu meu colega — terá o seu campo próprio de atividade, assim como um chefe de serviço humano possui a sede administrativa da qual distribui com os comandados o pensamento diretor da organização…
— Como não? — falou-nos o Assistente, sorrindo — o Senhor, que tem meios de instalar condignamente qualquer dirigente de trabalho humano, ainda mesmo nas mais ínfimas experiências da vida social no planeta, não relegaria à intempérie os missionários da luz no Plano Espiritual.”
Na 2ª mensagem de Walter, os seus familiares citados e o Dr. Edgard já são nossos conhecidos. Falta-nos identificar Gerson e Sandra.
Gerson José Bugiatto faleceu com apenas 23 anos, de acidente automobilístico, em 18 de novembro de 1973. Era amigo de Walter. Os seus pais, Mário e Maria Joana Bugiatto, residem na, capital paulista. Sandra era a sua noiva.
A progenitora de Gerson fazia companhia a D. Maria Perrone na reunião do “Grupo Espírita da Prece”. E o recado, profundamente carinhoso, veio através do amigo: Nosso irmão Gerson está conosco e beija as mãos da mãezinha aqui presente. Comunica que tem pedido aos Mensageiros de Jesus por ela e pela Sandra.
Aos nossos olhos, um exemplo admirável de preservação de laços sinceros de amizade na 5ida Maior e a manifestação, por via mediúnica, do afeto aos seres queridos, deixados no Plano terreno.
Não havia ainda completado um mês do recebimento da 2ª carta, quando brilhou na mente de D. Maria Perrone nítida intuição: seu filho a aguardava para um próximo e novo encontro epistolar.
O seu coração maternal, com a ferida da saudade em processo de cicatrização, passando por uma fase de intranquilidade em face de dolorosos problemas, pressentiu mais uma vez que, com a força inexaurível do amor, Walter atravessaria o “muro da morte” pela mediunidade de Chico Xavier para transmitir-lhe palavras de conforto e esclarecimento.
Rumo a Uberaba — era o apelo que brotava, límpido, em seu cérebro. Pela primeira vez iria, acompanhada de um familiar, a sua filha Soninha.
Com este pequeno preâmbulo à leitura da 3ª mensagem, poderemos entender duas significativas frases da mesma: Não podia, de minha parte, faltar ao nosso encontro; e, Agradeço à Soninha ter vindo para nosso diálogo entre duas vidas.
E o médium ignorava estes detalhes…
Naquela época, habitualmente, eram realizadas reuniões públicas no “Grupo Espírita da Prece” aos sábados, pela manhã. Aos 6 de setembro de 1975, numa dessas manhãs, Walter redigiu a sua nova carta, como veremos no próximo capítulo.
— Médico, político, jornalista, conferencista, escritor, grande vulto do Espiritismo, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, nasceu na vila Riacho do Sangue, município de Jaguaretama, Ceará, aos 29 de agosto de 1831. Como médico, exerceu várias funções importantes, tais como, redator dos “Anais Brasilienses de Medicina”, da Academia Imperial de Medicina, e membro honorário da Seção Cirúrgica da Academia Nacional de Medicina. Fez de sua profissão um verdadeiro apostolado, abrindo constantemente seu coração à fraternidade real, recebendo do povo o honroso cognome de “Médico dos Pobres”. Político atuante no Rio de Janeiro, foi vereador, chegando a presidir a Câmara Municipal da Corte; deputado em várias legislaturas com profícua atividade, considerado como “estrela de primeira grandeza entre os homens públicos contemporâneos”. A sua participação no movimento espírita foi tão notável, como moderador, unificador e divulgador, que até hoje é chamado de “Kardec Brasileiro”. Deixou várias e importantes obras doutrinárias. Presidiu a Federação Espírita Brasileira de 1895 até o final de sua vida missionária. Desencarnou no Rio de Janeiro, em 11 de abril de 1900.
KARDEC, Allan — .
, .
XAVIER, Francisco Cândido — . Pelo Espírito Emmanuel. 4ª ed., Rio de Janeiro, FEB [1975] cap. 26.
XAVIER, Francisco Cândido — . Pelo Espírito André Luiz. 17ª ed., Rio de Janeiro, FEB [1976] cap. 3, p. 29.
, , p. 30.
, , p. 47.
, , p. 47-48.
, , p. 51.
, , p. 50-51.
XAVIER, Francisco Cândido — . Pelo Espírito André Luiz. 5ª ed., Rio de Janeiro, FEB [1972] cap. 1, p. 9-11.
XAVIER, Francisco Cândido — . Pelo Espírito André Luiz. 4ª ed., Rio de Janeiro, FEB [1972] cap. 11, p. 159.
, , p. 161.
, , p. 161-162.