Através do Tempo

Capítulo IV

Aos investigadores da verdade



Debalde procurais a alma divina

No acervo de bactérias e de humores,

No banquete dos vermes gozadores

Que o processo anatômico examina.


Prisioneiros do cálcio e da albumina,

Mergulhados no pântano das dores,

Sois, ainda, veros sofredores,

Vencendo a noite em sombra, sangue e ruína.


Findo o baile macabro dos instintos,

No cárcere trevoso dos helmintos,

Voltareis à verdade augusta e forte!


E, vencidos no horror do último cerco,

Encontrareis no túmulo de esterco

A claridade angélica da morte!…




(Psicografada em 26/6/1946 no Centro Espírita Amor ao Próximo, na cidade de Leopoldina, M. G.)