Vi a Dor caminhando em negra estrada, Qual megera da sombra, em noite escura, E perguntei, ralado de amargura: “— Por que nasceste, bruxa desvairada?” “Por que ostentas a espada estranha e dura, Sobre o seio da vida atormentada, Reduzindo à miséria, cinza e nada, Todo sonho de paz e de ventura?” Mas a Dor respondeu: — “Cala-te, amigo! Na torturada senda em que prossigo, O veneno do mal morre infecundo.” “Sem meu gládio que salva, pouco a pouco, O homem padeceria cego e louco Em tenebrosos cárceres do mundo!…” |
(Psicografada em 28/6/1949 no Centro Espírita Amor ao Próximo, na cidade de Leopoldina, M. G.)