Através do Tempo

Capítulo XXI

Diante da noite



Clamando em toda a Terra há sofrimento insano,

Ao látego da dor que vibra estrada afora,

Abrindo sem cessar, em sombra que apavora,

Os conflitos do mal escuro e desumano.


Enquanto o mundo hostil se despedaça e chora,

Desditoso e revel no extremo desengano,

Abre teu coração ao Cristo soberano

E aguarda a nova luz da sublimada aurora.


Ruge, em torno de nós, a tempestade imensa…

O aquilão da impiedade e o frio da descrença

Trazem negrume e lama à carne transitória.


Somente com Jesus a alma operosa e atenta

Vive acima da treva e acima da tormenta,

Prelibando o esplendor da suprema vitória.



(Psicografada em 28/6/1950 no Centro Espírita Amor ao Próximo, na cidade de Leopoldina, M. G.)