Setenta Vezes Sete
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OS QUE NAO PODEM MAIS MORRER
Os saduceus constituíam uma casta de intelectuais com ideias singulares sobre|
religião.
Admitiam apenas a Lei Mosaica, formada pelos cinco primeiros livros do Velho Testamento - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Poderiamos defini-los como teístas materialistas.
Acreditavam em Deus, mas não aceitavam a imortalidade da alma.
Para eles tudo terminava na sepultura.
Assim como os fariseus, implicavam com Jesus.
Não perdiam oportunidade de criar-lhe embaraços.
Com a deliberada ideia de confundi-lo, um deles fez uma pergunta sarcástica, que hoje definiriamos como gozação, sobre a vida além-túmulo, tola fantasia para eles.
—Se um homem morrer, sem deixar filhos, seu irmão casará com a viúva e dará descendência ao falecido. Ora, havia entre nós sete irmãos: o primeiro, depois de casado, morreu, e não havendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão.
Do mesmo modo, o segundo, o terceiro, até o sétimo.
Depois de todos eles, morreu a mulher. De qual dos sete será ela a mulher, na vida espiritual, pois todos se casaram com ela?
Para entender a questão proposta é preciso lembrar uma disciplina judaica: o levirato.
Se um homem morresse, sem deixar filhos, seu irmão deveria casar-se com a viúva, a fim de gerar descendência.
Tal orientação poderia ser indesejável.
Imaginemos que a cunhada fosse mais velha, de parcas virtudes e fartos defeitos...
Mas, ai dele se não aceitasse!
Seria levado a explicar-se diante dos anciãos.
Se insistisse na negativa, a viúva seria orientada a drástica medida: tiraria as sandálias de seus pés e lhe cuspiría no rosto.
Desde então, do descalçado seria a sua casa.
Diriamos desgraçado.
Caíra em desgraça.
Questão de perspectiva.
A seus olhos, a desgraça poderia estar naquele casamento indesejável.
O levirato tinha sua razão de ser.
Importante favorecer a prole.
A nação judaica precisava de guerreiros para defender-se de seus inimigos.
Inconcebível uma mulher sem filhos.
Se viúva, que o cunhado resolvesse.
A mulher estéril ficava em situação difícil.
O marido poderia dispensá-la ou constrangê-la a coabitar com outra.
Hoje há outra mentalidade.
A não ser em culturas retrógradas, concebe-se que o casamento não deve atender aos interesses do Estado, mas às razões do coração.
Questão proposta, responde Jesus:
—Os filhos deste mundo se casam e dão-se em casamento; mas aqueles que forem julgados dignos de alcançar a eternidade não se casam nem se dão em casamento, pois não podem mais morrer, porquanto são iguais aos anjos do Céu.
Curiosa observação - não podem mais morrer!
Então, há os que morrem mais de uma vez?
Como é possível?
Simples, leitor amigo: na reencarnação!
Experimentamos incontáveis mortes no desdobrar das vidas sucessivas.
O Espírito reencama: morre para o plano espiritual.
O Espírito desencarna: morre para o plano físico.
Nascemos e morremos, reencarnamos e desencarnamos, renascemos e "remorremos", indefinidamente, até atingirmos um desenvolvimento que nos habilite a viver em altos planos do Infinito.
Consideremos o Espírito puro, na plenitude de suas potencialidades: Não se liga a alguém - o amor romântico.
Nem a alguns - o amor família.
Liga-se a todos - o amor universal!
Seu lar - o Universo!
Seu romance. - a Vida!
Sua família - os filhos de Deus!
Até chegarmos a esse estágio, teremos milênios pela frente, em permanente aprendizado nas lides humanas e, vezes sem conta, experimentaremos a morte.
Deixando de lado o levirato, que já não é observado, para alívio de cunhados ameaçados, poderiamos formular pergunta semelhante: À luz da Doutrina Espírita, com quem ficará o indivíduo que foi casado sete vezes?
Bem, consideremos, em princípio, que dificilmente alguém se casaria tantas vezes por viuvez, a não ser o Barba-azul, na história famosa de Charles Perrault, em Contos da Carochinha.
Matou seis esposas e preparava-se para liquidar a sétima, quando foi morto pelos irmãos dela.
As pessoas costumam agir de forma mais civilizada.
O casamento pode converter-se num campo de batalha.
Marido e mulher talvez desejem, em determinados momentos, que o cônjuge vá "para o diabo que o carregue".
Mas não chegam a consumar o conjugecídio.
Matam o casamento, o que é frequente nestes. tempos de liberdade sexual confundida com libertinagem, de casamentos apressados e separações aprazadas.
Por isso há pessoas que se casam quatro, cinco, seis, sete vezes, consagrando o casamento descartável.
Podemos até estabelecer uma sequência de motivações para essas uniões efêmeras: Primeiro casamento: Triunfo do amor sobre a inconsequência.
E o atestado de confiança na legitimidade da ligação.
Felizes para sempre! Juntos até que a morte os separe!
Não dá certo!
Brigas, discussões, desentendimentos...
Separam-se. A culpa é do outro.
Segundo casamento: Triunfo da esperança sobre a experiência.
Desta vez será diferente.
Felizes para sempre! Juntos até que a morte os separe!
Não dá certo!
Brigas, discussões, desentendimentos...
Separam-se. A culpa é do outro.
Terceiro casamento: Triunfo da obstinação sobre a incompetência.
Finalmente, vamos acertar!
Felizes para sempre! Juntos até que a morte os separe!
Não dá certo!
Brigas, discussões, desentendimentos...
Separam-se. Já não pode culpar o cônjuge.
O problema está com ele, a exprimir-se em instabilidade emocional e despreparo para assumir responsabilidades conjugais.
Com quem ficará na vida espiritual?
Certamente, com ninguém!
Fará um estágio no umbral, o purgatório espírita, onde terá a oportunidade de refletir sobre sua frivolidade.
E dentro da normalidade, aquele que, em virtude do falecimento do cônjuge, casou-se mais de uma vez e deu-se muito bem? Com quem ficará na vida espiritual?
Ficará com aquele ao qual mais se afinar, desde que ambos se habilitem a viver no mesmo plano.
Na Terra temos uniões envolvendo Espíritos em estágios de evolução diferentes, unidos, em princípio, pelo mistério do amor, que opera o prodígio de misturar vinagre com azeite.
Na espiritualidade prevalece a lei do merecimento, situando cada Espírito em plano compatível com suas conquistas espirituais.
O ideal de estarem juntos em cidades como Nosso Lar, a Shangrilá espírita, onde todos são felizes para sempre, só será alcançado por casais harmonizados, que olharam na mesma direção, que cultivaram os mesmos ideais de renovação e trabalho no campo do Bem, dispostos a alcançar os planos celestes, onde vivem os que não mais experimentam a morte.
Veja mais em...
Mateus 22:23
No mesmo dia chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram,
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Mateus 22:24
Dizendo: Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, casará o seu irmão com a mulher dele e suscitará descendência a seu irmão.
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Mateus 22:25
Ora houve entre nós sete irmãos; e o primeiro, tendo casado, morreu, e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão.
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Mateus 22:26
Da mesma sorte o segundo, e o terceiro, até ao sétimo;
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Mateus 22:27
Por fim, depois de todos, morreu também a mulher.
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Mateus 22:28
Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, visto que todos a possuíram?
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Mateus 22:29
Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus;
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Mateus 22:30
Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu.
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Mateus 22:31
E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo:
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Mateus 22:32
Eu sou o Deus d?Abraão, o Deus d?Isaque e o Deus de Jacó? Ora Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
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Mateus 22:33
E, as turbas, ouvindo isto, ficaram maravilhadas da sua doutrina.
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Marcos 12:18
Então os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele, e perguntaram-lhe, dizendo:
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Marcos 12:19
Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele, e suscitasse descendência a seu irmão.
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Marcos 12:20
Ora havia sete irmãos, e o primeiro tomou mulher, e morreu sem deixar descendência;
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Marcos 12:21
E o segundo também a tomou e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro da mesma maneira.
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Marcos 12:22
E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher.
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Marcos 12:23
Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher? porque os sete a tiveram por mulher.
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Marcos 12:24
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?
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Marcos 12:25
Porquanto, quando ressuscitarem dos mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus.
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Marcos 12:26
E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó?
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Marcos 12:27
Ora, Deus não é de mortos, mas sim é Deus de vivos. Por isso vós errais muito.
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Lucas 20:27
E, chegando-se alguns dos saduceus, que dizem não haver ressurreição, perguntaram-lhe,
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