Rosas com Amor
Versão para cópiaTrovas avulsas
Amor no amor de quem ama Vara fel, pedra, aflição, Até que se faz estrela Por dentro do coração. Quem colhe o prêmio da paz Na mais alta recompensa É a pessoa que se cala Quando recebe uma ofensa. Amar expressa na estrada Doar-se constantemente, Entregar tudo por nada… Ser amado é diferente. Felicidade dos homens, Do mais alto ao mais plebeu, É fazer sempre o melhor Da vida que recebeu. Mais amor e menos voz Com isso a prece é mais alta, Deus sabe mais do que nós Tudo aquilo que nos falta. Socorro ao tormento alheio Ungido de amor fraterno É a primavera que veio Em pleno frio de inverno. O Espírito quando avança No bem que a vida requer Tem a força do varão E a compaixão da mulher. Conservar dedicações? Todos estamos no mundo… O poço cede água limpa A quem não lhe agite o fundo. Pensamento da verdade Que o mundo jamais desdiz: Quem não sofre desventura Não aprende a ser feliz. Inveja — uma enfermidade Que logo se vê com quem… Coração que sofre inveja Não elogia a ninguém. Quadro que mais me embaraça Em nosso antigo torrão… Homem tomando cachaça, Criança pedindo pão. Grandes postos são medidas Definindo em mais ou menos Os pequenos que são grandes E os grandes que são pequenos. Por mais injúria na estrada, Ajuda, ampara, asserena… O corpo dura tão pouco Que odiar não vale a pena. Felicidade no Além? Temo-la aqui resumida: Só há Céu depois da morte No amor que se deu à vida. Obsessão — dura trama Que o verbo não sabe expor — É a doença de quem ama No lado avesso do amor. No mundo, a que ainda me apego Por luminosos cadilhos, Toda mãe é um anjo cego Com respeito aos próprios filhos. Culpas? Ações deprimentes?!… A vida fala, onde pises: Não existem delinquentes, Temos irmãos infelizes. Uma lei que nunca erra: Reencarnação, lei bendita… Cada ser retorna à Terra Na lição que necessita. Nas lutas de cada dia, Entre bênçãos e insucessos, Deus faz a luz da alegria, O Homem cria os excessos. Depois de minha viagem Para as Verdades do Além, Já não mais tenho coragem De censurar a ninguém. Lutando, nada tereis Daquilo que desejais. Cedendo sem covardia Conquistareis muito mais. Afeição que vive às tontas, Sem equilíbrio de lado, Não passa, afinal de contas, De equívoco prolongado. Em várias questões de afeto, Eis a lição com que esbarro: Cultiva-se amor dileto E adora-se um deus de barro. Ama e serve, sofre e luta… Sem lâmina que a sublima A pedra largada e bruta Nunca seria obra prima. Vitória maior que eu vi E a força nunca desfaz: O esquecimento de si Para o sustento da paz. Se procuras elevar-te Mantendo paz, a contento, Serve sempre, em qualquer parte, Na base do esquecimento. Nas telas da Natureza, O sábio é aquele que alcança A Força da madureza Num coração de criança. O amor é fonte divina Que desliza clara e bela, Mas se está sem disciplina O charco arrasa com ela. Guarda o corpo bem cuidado Se queres luz e valor, Não há quem saiba de arado Que sirva sem lavrador. Atende aos próprios deveres, Segue o bem por diretriz, Ama, esquece-te e perdoa Se quiseres ser feliz. Doutrina é planta que pega Dando colheita de paz, Mas fruto do que se prega Só vem de quanto se faz. Nas regras do bem que traças Guarda estas notas amigas: Do que não convém não faças, Do que não saibas não digas. Paixão como a reconheço, Parece-me um prato assim: Puro melado ao começo, Jiló à força no fim. Felicidade!… Encontrei-a Em mãe humilde e sem nome No pão que se lhe estendia Ao filho que tinha fome. Amor livre — uma expressão Que vive a se contrapor. Amor em si não é livre, Se é livre não é amor. Quem diz que Deus não nos vê Nos campos da vida eterna Veja o Sol a refletir-se No espelho de uma cisterna. Mãe por dentro é um anjo em regra, Conquanto mulher por fora, Que chora quando se alegra, Que se alegra quando chora. Dinheiro guardado sempre Recorda, em sono cruel, Um cadáver de metal Sobre um colchão de papel. Da estrela à raiz da erva Vibra esta lei do Senhor: Tempo apenas conserva O que se faz por amor. Se caíste, ergue-te e anda, Não te algemes ao pesar… Vence a fonte muito lodo Até que chegue no mar. Felicidade, a rigor, É uma luz que nunca vem Para a trilha da pessoa Que nada criou no bem. Se vejo falta nos outros, Em vez de cerrar o cenho, Busco mostrar a mim mesmo As muitas faltas que tenho. Ciência ao nível do amor — Eis o que a Lei determina. Quando falha o coração O cérebro desatina. O amor em si lembra o Sol Que dissipa treva e bruma Trabalha, serve e ilumina, Sem exigir coisa alguma. Às vezes, quem te consola E te distrai a contento Traz o peito estrangulado A fogo de sofrimento. Felicidade egoísta Tem desenganos fatais Porque reclama da vida Felicidade demais. Uma lição luminosa Para todos os caminhos: — Quem queira regar a rosa Há de regar os espinhos Amor do amor não se arreda… Ama sempre… Obsessão É o mel do amor quando azeda No vaso do coração. Na vida, a melhor couraça Que nenhum golpe aniquila É a couraça do perdão Na consciência tranquila. Quem faz o bem pelo bem Jamais alega o que faz, Não atrapalha a ninguém, Nem se volta para trás. A paixão quando desaba Lembra em qualquer condição A pólvora que se acaba Ante a primeira explosão. Não vale tanto ganhar Nas provas que vão e vem, Mais importante é lutar Pela vitória do bem. Segue o ideal que te aquece Serve ao bem, seja onde for, Trabalho que permanece É o que se faz por amor. Não te iludas… Todo dia, Vemos formas; faces, cromos, A fama é fotografia, Caráter é o que nós somos. Alguém no despenhadeiro? Não faças desprezo ou troça, A queda de um companheiro Amanhã pode ser nossa. Sempre mais fácil vencer Tendo vez e tendo voz, Mais difícil é saber O que fazermos de nós. |
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