Enciclopédia de I Reis 8:35-35

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1rs 8: 35

Versão Versículo
ARA Quando os céus se cerrarem, e não houver chuva, por ter o povo pecado contra ti, e orar neste lugar, e confessar o teu nome, e se converter dos seus pecados, havendo-o tu afligido,
ARC Quando os céus se cerrarem, e não houver chuva, por terem pecado contra ti, e orarem neste lugar, e confessarem o teu nome, e se converterem dos seus pecados, havendo-os tu afligido,
TB Quando o céu se tiver fechado, e não houver chuva, por terem pecado contra ti, se orarem voltados para este lugar, confessarem o teu nome e se converterem dos seus pecados, quando os afligires,
HSB בְּהֵעָצֵ֥ר שָׁמַ֛יִם וְלֹא־ יִהְיֶ֥ה מָטָ֖ר כִּ֣י יֶחֶטְאוּ־ לָ֑ךְ וְהִֽתְפַּֽלְל֞וּ אֶל־ הַמָּק֤וֹם הַזֶּה֙ וְהוֹד֣וּ אֶת־ שְׁמֶ֔ךָ וּמֵחַטָּאתָ֥ם יְשׁוּב֖וּן כִּ֥י תַעֲנֵֽם׃
BKJ Quando o céu estiver recolhido, e não houver chuva, por terem pecado contra ti; se orarem em direção a este lugar, e confessarem o teu nome, e se converterem do seu pecado, quando tu os afligires;
LTT Quando o céu se fechar, e não houver chuva, por terem pecado contra Ti, e orarem em direção a este lugar, e confessarem o Teu nome, e voltarem atrás dos seus pecados, havendo-os Tu afligido,
BJ2 Quando o céu se fechar e não houver chuva por terem eles pecado contra ti, se eles rezarem neste lugar, louvarem teu Nome e se arrependerem de seu pecado, por os teres afligido,[e]

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Reis 8:35

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
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O Clima no Oriente Médio no Inverno
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Tabela do clima da Palestina
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Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

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Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
E. SALOMÃO CONSAGRA O TEMPLO, 8:1-9.9

A narrativa passa rapidamente para as cerimônias e a oração de consagração do Templo. O dia esperado até mesmo por Davi finalmente havia chegado. O historiador o viu como um dos pontos altos da história do povo de Deus. O Templo significava que o que o Senhor desejava para o seu povo realizava-se naquele dia. O testemunho podia ser dado agora; a luz se propagaria pelas nações.

A casa do Senhor, construída com pedras, vigas de cedro e ouro, era supostamente o meio para a edificação da verdadeira casa do Senhor, o "lar da fé" do qual o Templo era um símbolo (cf. 2 Sm 7.13; cf. Hb 3:2-5). Portanto, o Templo era importante não apenas como o santuário, mas também como o meio de concretizar o objetivo e a esperança da aliança. O historiador aparentemente entendeu que a ocasião era uma época crucial, de grande potencial para que a fé do povo de Deus florescesse como a fé de todos os povos, como Deus determinou que fosse no início (veja comentários sobre 8.43).

1. A Glória do Senhor Enche a Casa (8:1-13; cf. 2 Cron 5:2-6,2)

a. A arca é transferida para o Templo (8:1-9; cf. 2 Cron 5:2-10). O Templo, como o Tabernáculo, deveria conter a arca, o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo. Uma parte significativa da consagração foi a transferência da arca da tenda de Davi para o Templo. A cidade de Davi (1) era a área Ofel de Jerusalém, não tão elevada quanto a do templo-palácio. Ela estava situada ao sul desta magnífica construção. A época, na festa... no mês de etanim (2; setembro-outubro) era o período em que se celebrava a Festa dos Tabernáculos. Novamente se utiliza o antigo nome do mês dos tempos do pré-exílio; tisri é o nome posterior.

Os sacerdotes qualificados para manusear apropriadamente a arca levaram-na ao Templo junto com outros utensílios sagrados, em solene e santa procissão (4). Salomão liderou o povo em um sacrifício de ovelhas e vacas, que se não podiam contar, nem numerar (5).

A arca foi colocada no debir, o Lugar Santíssimo (ou Santo dos Santos) do Templo (6), debaixo das asas abertas dos querubins. Cobriam a arca e os seus varais por cima (7), "formavam uma cobertura sobre a arca e as varas que a sustentavam" (Berk.). Moffatt traduz o versículo 8 como segue: "As varas eram tão longas que as suas pontas podiam ser vistas, não de fora, mas do vestíbulo sagrado em frente ao santuário". O dia de hoje seria a época do historiador. A arca continha as duas tábuas de pedra (9), cópias dos Dez Mandamentos da época do acampamento de Israel em Horebe (outro nome para Sinai). Esta é uma referência à aliança feita no Sinai depois da libertação do Egito. O Êxodo, um grande ato de redenção, foi um impressionante testemunho da graça de Deus por eles; a lei indicava a responsabilidade que veio sobre os israelitas como recebedores da graça de Deus.

  1. A glória do Senhor (8.10,11; cf. 2 Cron 5:11-14).

Deus estava no meio do seu povo. Aqui, como em inúmeras ocasiões distintas, o Se-nhor fez a sua presença real e conhecida em uma nuvem (cf. Êx 40:34-38, que fala da nuvem que ficou sobre o Tabernáculo quando ele foi consagrado). Não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem (11). Os sacerdotes, confronta-dos com a esmagadora presença de Deus, interromperam o seu trabalho. É uma magnífica ocasião, um dia altamente sagrado, quando Deus assume o completo controle e, aqueles que normalmente seriam os condutores dos acontecimentos, passam a um segundo plano.

A presença divina como uma nuvem escura, misteriosa e atemorizante representa duas grandes verdades a respeito de Deus. Por um lado, sugere que o Senhor, que é santo e transcendente, não pode ser visto pelos homens finitos. Por outro lado, sugere que Deus é imanente e que a sua morada é entre o seu povo.

  1. A morada de Deus (8.12,13; cf. 2 Cron 6.1,2). Salomão declarou por que julgava necessário construir o Templo e por que era importante que ele estivesse no meio de Israel. A ênfase de que aquela casa de oração deveria ser a morada de Deus na terra não é uma contradição ao pensamento expresso posteriormente na súplica de Salomão (27-30). A morada de Deus no Templo era interpretada como uma manifestação significativa de sua presença ali, não como uma limitação exclusiva de sua pessoa a um lugar geográ-fico. A morada do nome divino é outra designação para o Templo (29). Assento para a tua eterna habitação (13), "lugar eterno" deve ser interpretado como um local perma-nente, em contraste com o temporário, da época do Tabernáculo.

2. As Palavras de Salomão (8:14-21; cf. 2 Cron 6:3-11)

Salomão aparentemente estava de frente para o templo e o Lugar Santíssimo, de costas para o povo, quando proferiu as palavras dos versículos 12:13. Virou o rei o rosto (14), ou seja, ele se virou. Ele falou brevemente aos israelitas reunidos, quando lhes lembrou relevantes fatos de seu passado que faziam da consagração uma ocasião significativa. Ele abençoou toda a congregação de Israel. O rei, como o ungido, e conseqüentemente com a unção de Deus sobre si, estava qualificado para proferir a bên-ção do Senhor sobre os demais. Todos estavam em pé quando ele pronunciou:

Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel (15) ; um homem que bendiz a Deus deve ser visto em termos daquele que ora e exalta ao Senhor. Salomão e o povo reunido não se enganavam quanto Àquele em cujo nome eles estavam reunidos e em cujo poder consa-gravam o Templo.

Deus prometeu e cumpriu a sua promessa (15) ; Ele também foi misericordioso (16). Estes fatos deram um rico significado às cerimônias da consagração. A ênfase de Salomão era sobre a escolha de Davi, por Deus, e não sobre a sua determinação de um lugar para o Templo (16). A ordem do Senhor é a escolha da pessoa certa para o seu propósito reden-tor antes da determinação das instalações e métodos. É basicamente por meio daquele completamente dedicado e obediente que se promove verdadeiramente o reino de Deus. O desejo de Davi de construir uma casa ao nome do Senhor (17) foi o propósito de estabelecer um lugar digno para a adoração a Deus, e que desse uma impressão adequa-da e profunda a respeito do Senhor.

3. A Oração da Consagração (8:22-61; cf. 2 Cron 6:21-42)

Ao mudar de posição e lugar, Salomão desceu os degraus e pôs-se... diante do altar (22) no pátio do Templo (cf. 2 Cr 6.13 — "plataforma", kiyyor, onde Salomão ficou). Ele estendeu as mãos para os céus (22) e pronunciou a oração da consagração. Apa-rentemente em algum ponto da oração, talvez na parte intercessora, ele se ajoelhou e, ainda com as mãos estendidas para o céu, terminou a oração (54).

a. O Senhor Deus é o Único Deus Verdadeiro (8:23-30; 2 Cron 6:14-21). "Ó [Yahweh] Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu" (23, heb.). Estas palavras refletem o pen-samento monoteísta da época de Davi e de Salomão. Falar de politeísmo ou de monolatria naqueles tempos é uma má interpretação da antiga religião de Israel e do paganismo do antigo Oriente Próximo'.

Salomão pediu que Deus mantivesse e cumprisse a sua promessa com respeito à continuidade do trono em Jerusalém, assim como fora fiel ao cumprir a sua promessa com respeito ao Templo (24,25). Céu dos céus (27) é uma expressão enfática para indi-car que não se aplicam limites nem amarras a Deus, e certamente o Templo não seria um obstáculo para o Senhor (cf. Dt 10:14). Em hebraico, a expressão tem a mesma constru-ção da tradução "lugar santíssimo", o lugar mais sagrado do Templo. Este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali (29) é uma ênfase importante que segue o pensamento de que Deus, o Todo-poderoso, não pode ser contido nem mesmo pelo mundo que Ele criou. O Templo era visto basicamente como o lugar que leva o nome do Senhor, como a própria oração de Salomão indica. Como o lugar de seu nome, era o local onde Ele se encontrava com o seu povo, quando oravam e adoravam; era o lugar aonde a realidade da comunhão do povo com Deus verificava-se pela nuvem de sua presença. Wright afir-mou que o Templo era a ponte mais satisfatória para o espaço entre o Deus distante e celestial, e o desejo que o seu povo tinha de conhecê-lo e de aproximar-se dele. Era a acomodação graciosa do Senhor para as necessidades de seu povo Israel".

O uso de palavras humanas por Salomão com respeito a Deus (teus olhos, 29; ouve,
30) sem dúvida se fez em reconhecimento à sua limitação. Era um tipo de linguagem necessário que continua útil quando as nossas limitações são admitidas.

A oração de Salomão nos versículos 22:30 expressa o tema: "Como Deus é Grande!" (1) Deus é o único Deus, 23; (2) Deus é maior do que todo o seu universo, 27; (3) Deus é misericordioso, 23,24; (4) Deus é fiel, 24-26; (5) Deus tem consideração por sua casa, 28-29; (6) Deus perdoa e restaura os nossos caminhos, 30.

b. Intercessão em situações específicas (8:31-53; cf. 2 Cr 6:22-39). Esta parte da ora-ção fala de condições específicas que podem surgir no futuro. Cada situação é menciona-da com a estrutura se... então (31,32). Faz-se freqüente referência a Deus nos céus; quatro vezes é mencionada a oração no Templo. A ênfase está na súplica ao Senhor do Templo e dos céus; a geografia não é importante.

  1. Se uma disputa entre duas pessoas vier a ser julgada perante o altar, que Deus, o juiz justo, vingue o inocente (31,32). Um juramento (31), especialmente levado ao Templo, seria uma afirmação solene cuja veracidade Deus seria convidado a testemunhar.
  2. A derrota nacional e o exílio deveriam ser reconhecidos como um julgamento devido ao pecado nacional; a oração e o arrependimento seriam o caminho a seguir para o retorno à pátria (33,34).
  3. Fome, peste (37), condições variadas de desastres ecológicos e enfermidades físicas podem ser instrumentos de julgamento devido ao pecado. Nessas ocasiões, Deus ouvirá a oração e o pedido de perdão (35-40). O objetivo a atingir é que [eles] te temam (40) ; isto é, que possam desenvolver a atitude apropriada de reverência perante Deus como a única atitude adequada na vida. A ausência de tal reverência leva invariavel-mente à atitude errada no coração e a atos de pecado contra Deus. Ferrugem (37) pode ser interpretada como praga nas plantas. Chaga do seu coração (38) foi traduzida como "cada um conhece a aflição do seu coração" (versão RSV em inglês).
  4. A súplica em 41-43 é que Deus possa ouvir a oração das pessoas de outras terras que se sintam atraídas a Ele. A idéia é que as notícias do nome de Deus se espalharão até os povos de outras terras, e estes serão atraídos a Ele de tal maneira que irão abandonar a sua falsa adoração e passarão a praticar a verdadeira adoração de Israel. Aqui talvez exista uma indicação de uma razão primária para a construção do Templo: para que fosse um meio de expansão, de trazer outros povos à presença do Deus vivo e verdadeiro.
  5. Nos versículos 44:45 encontramos uma súplica para que Deus acompanhe Isra-el quando o seu exército enfrentar batalhas contra os inimigos Como no passado houve ocasiões em que se fez necessário empreender lutas sagradas, as mesmas ocasiões pode-riam se repetir no futuro.
  6. Prevendo uma época em que Deus viria a entregar o Seu povo nas mãos de um inimigo, devido aos pecados que praticaram (46-53), a oração é para que Deus possa ouvir o arrependimento de seu povo no exílio. A base para a sua oração, mesmo no exílio, é a sua eleição, que tem raízes na sua história passada. Não há homem que não pe-que (46) esta frase não deve ser interpretada como um texto que evidencia uma "religião pecadora", mas como a contrapartida do Antigo Testamento para Romanos 3:23 e I João 1:10. Não existe homem que não tenha pecado ou que não possa vir a pecar.

c. Bênção e ação de graças (8:54-61). Com a intercessão terminada, Salomão, que estava de joelhos, se levantou. Ele tinha assumido o papel de intercessor entre Deus e o povo, não necessariamente como um sacerdote, mas como um rei que representava signi-ficativamente o Senhor entre o povo e que também representava o povo perante Deus. As suas palavras em ação de graças são significativas e relevantes nas suas ênfases.

  1. Houve o adequado reconhecimento de Deus, e lhe foram dirigidas palavras ade-quadas: somente Ele pode proporcionar o verdadeiro repouso (56).
  2. Deus seja conosco, com seu povo (57) é o que Salomão via como essencial para o cumprimento de seu objetivo como o seu povo. Permanece verdadeiro o fato de que Deus deve estar com o seu povo para que possa cumprir a sua vocação e destino. Que Ele não nos desampare e não nos deixe.
  3. O desejo de ter Deus no seu meio, de ter o coração dirigido apropriadamente ao Senhor, deve ser um desejo constante (58-59).
  4. A principal razão por trás do chamado inicial de Israel e da construção do templo era a de que outros povos pudessem vir a saber que o Senhor é Deus e que não há outro (60). Aqui, e em 40-43, está o aspecto universal do monoteísmo de Israel, que é uma demonstração da fé de Israel que também é básica na fé cristã. Não existe outro Deus além do Senhor da Bíblia, e não há outro nome além do de Cristo pelo qual devamos ser salvos (Atos 4:12).
  5. A maneira como os homens aprenderão a conhecer a Deus retorna ao tema da obediência total. Seja o vosso coração perfeito para com o Senhor, nosso Deus (61). Ao caminharem perfeitamente perante Deus, os homens terão os seus falsos deuses e os seus maus caminhos pela vida expostos. Os seus olhos e a sua compreensão serão abertos ao único Senhor vivo e verdadeiro, que é a única base válida para uma existência digna nesta terra. Que prenúncio, no Antigo Testamento, da posição do Novo Testamento com respeito à consagração completa e ao amor perfeito!

"Toda a sua boa promessa" é o assunto dos versículos 56:61. Aqui podemos ver que (1) as promessas de Deus nunca deixam de ser cumpridas, 56; (2) Deus promete a sua presença, 57; (3) Temos a promessa de sua graça capacitadora, 58; (4) A promessa de Deus supera qualquer circunstância, 59; (5) A promessa de Deus leva à perfeição e à obediência, 60,61; 2 Co 7.1; 2 Pe 1.4.

4. Sacrifícios e Festividades (8:62-66; cf. 2 Cr 7:4-10)

A seguir, Salomão e o povo ofereceram um sacrifício de consagração adequado. O grande acontecimento e a imensa multidão reunida exigia o grande número de animais oferecido. Esta oferta conclui a cerimônia de consagração (62). Sacrifício pacífico (63) significa ofertas voluntárias em agradecimento a Deus. O pátio [átrio] diante do Templo também foi consagrado ao Senhor (64). Provavelmente o pátio e os seus objetos foram ungidos com o óleo de unção sagrado, como também foi o caso quando Moisés consagrou o Tabernáculo e os seus utensílios ao Senhor (Êx 40:1-15).

O banquete oferecido por Salomão foi para as pessoas de todas as partes de Israel. O território é aqui descrito de modo diferente do usual "desde Dã até Berseba". Aqui a descrição é desde a entrada de Hamate até ao rio do Egito (65; cf. Nm 13:21). "A entrada de Hamate" é a passagem entre o monte Hermom e o Líbano, diretamente ao norte do mar da Galiléia. O rio do Egito ou "ribeiro do Egito" está a uma considerável distância ao sul de Gaza, conhecido nos anais de Tiglate-Pileser como Nahal Musri47.

Os catorze dias (65) podem ser interpretados como sete dias para a festa de dedica-ção e os sete dias seguintes para a Festa dos Tabernáculos. O oitavo dia (66), portanto, é uma referência ao retorno do povo para casa, depois de observar os sete dias da Festa dos Tabernáculos. Outra possibilidade é observar a versão grega e interpretar somente "sete dias" no versículo 65, como fazem algumas versões.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
*

8:1

os anciãos de Israel. Líderes principais que estavam encarregados do governo local e da justiça, ao longo da história do Antigo Testamento (13 2:18-26'>Êx 18:13-26; Nm 11:16-30; Jz 21:16-24; 1Sm 8:1-9).

Cidade de Davi, que é Sião. A parte mais antiga da cidade de Jerusalém ficava ao sul do templo. Davi tinha antes trazido a arca da casa de Obede-Edom para Sião (2Sm 6:1-19).

* 8:2

festa. Ao que tudo indica, Salomão esperou onze meses para dedicar o templo (6.38), a fim de que a cerimônia pudesse fazer parte da Festa dos Tabernáculos, no Ano Novo, que era comemorada ao sétimo mês (Lv 23:34; 13 5:16-15'>Dt 16:13-15).

* 8:4

tenda da congregação. O tabernáculo, juntamente com todos os seus móveis e utensílios, foi trazido presumivelmente de Gibeão (3.4, nota), pelos sacerdotes e pelos levitas.

* 8:6

debaixo das asas dos querubins. Ver nota em 6.23.

* 8:8

até ao dia de hoje. Declarações como esta (9.13 21:10-12; 12,19) foram escritas da perspectiva de um escritor que viveu antes da destruição do templo (586 a.C.). Ver Introdução: Autor.

* 8:9

as duas tábuas de pedra. A cópia da aliança (conforme o v. 21; Êx 25:16,21; 40:20).

Horebe. Seguindo o padrão estabelecido no Deuteronômio, os escritores da história deuteronômica chamam o local onde a aliança foi estabelecida de "monte Horebe", e não de "monte Sinai". O nome "Horebe" foi usado onze vezes no livro de Deuteronômio (conforme Dt 5:2) e duas vezes na história (aqui e em 19.8). "Sinai" ocorre apenas uma vez em cada um (Dt 33:2 e Jz 5:5).

* 8:10

uma nuvem encheu a Casa do SENHOR. Depois do êxodo do Egito, Deus liderou o seu povo pelo deserto, mediante uma coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante a noite (Êx 13:21; 40.36-38). No monte Sinai, Deus revelou-se por meio de uma nuvem (Êx 19:9; 24.15-18). Quando o tabernáculo foi levantado, Deus o cobriu com a nuvem de sua glória (Êx 40:34,35; conforme Lv 16:2). Neste incidente, Deus mostrou a sua aprovação ao santuário recém-construído.

* 8:12

habitaria em trevas espessas. Ninguém pode ver Deus Pai e viver, mas Deus pode revelar-se e manifestar o seu amor para com o seu povo por meios indiretos (v. 10 e nota).

* 8:13

lugar para a tua eterna habitação. O templo, como um lugar divinamente sancionado para as orações e os sacrifícios, era um sinal especial da presença de Deus entre o seu povo (Sl 76:2; 132:13,14; Is 8:18; Am 1:2).

* 8:22

estendeu as mãos. Esse gesto era uma atitude de oração (Êx 9:29; Is 1:15; 1Tm 2:8).

* 8:23

não há Deus como tu. A natureza incomparável de Deus é um tema proeminente através de toda a Escritura (Êx 15:11; Dt 4:39; Sl 86:8; Mc 12:29; Ef 4:6; Ap 19:6). A fidelidade de Deus não é algo temporário (3.6; 8.16; Dt 7:9,12; Sl 52:8; Hb 13:8), e nem está o seu poder limitado a um país específico (vs. 41-43; Jonas).

* 8:25

contanto que teus filhos guardem o seu caminho. Salomão repetiu a condição que a sua dinastia continuaria a governar o povo de Israel se os filhos de Davi permanecessem fiéis a Deus (2.3,4; 6:11-13 9:4-9; 11:11-13).

* 8:29

O meu nome estará ali. Deus tinha prometido que ele estaria presente, de maneira especial, no templo de Jerusalém. Salomão suplica ao Senhor que ouvisse as orações que fossem dirigidas na direção do templo (Dn 6:10; 9:17; Jn 2:4).

* 8:31

que jure. Em certas cessões de julgamento um suspeito poderia ter que fazer um juramento de inocência no santuário a fim de corroborar a sua defesa (Êx 22:7-12; Nm 5:11-31). Salomão pede para que Deus, através de seu envolvimento nas vidas dos suspeitos, condenasse o culpado e declarasse o inocente isento de culpa (v. 32).

* 8:33

por ter pecado contra ti. A derrota a um inimigo não era uma derrota pelo deus do inimigo, mas uma derrota de Israel pelo próprio Deus, devido à infidelidade do povo (Dt 28:25; Js 7; 2Cr 36:15-19; Lm 2:1-8).

* 8:34

faze-o voltar à terra. Não era incomum que o exército e o povo derrotado na guerra fossem deportados para outra terra. Salomão pede que Deus se mostre misericordioso e restaure àqueles que lhe pedirem o perdão.

* 8:35

Quando os céus se cerrarem. Da mesma maneira que Deus dirige a sorte de seu povo na guerra, assim também Deus controla o mundo da natureza. A seca era uma das maldições da aliança (1Rs 17:1; Dt 28:22-24; Am 4:7,8).

* 8:37

fome... doença. Salomão mencionou uma grande variedade de aflições: fome, pestilência, gafanhotos, guerra e doenças, todas elas mencionadas em Deuteronômio 28.

* 8:39

dá a cada um segundo todos os seus caminhos. Salomão roga a Deus para que use de seu conhecimento infinito para estabelecer a justiça entre o seu povo.

* 8:43

afim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome. Salomão ora aqui que, algum dia, todos os povos entreguem suas vidas a Deus, tal como Israel estava fazendo (conforme Is 56:6-8; Zc 8:23 e Mt 28:19).

* 8:44

Quando o teu povo sair à guerra. Salomão referia-se aqui às atividades militares empreendidas por ordem divina (ver 13 11:20-30'>1Rs 20:13-30; Lv 26:7; Dt 20; 21:10; 1Sm 23:2,4; 2Sm 5:19,24).

* 8:46

não há homem que não peque. Ver " Pecado Original e Depravação Total", em Sl 51:5.

os leve cativos. O exílio para longe da Terra Prometida era uma das mais severas maldições do pacto sinaitico (v. 33, nota; Lv 26:33-45; Dt 28:64-68; 30.1-5). O exílio era, igualmente, uma maldição em vários tratados antigos do Oriente Próximo.

* 8:50

perdoa o teu povo. Estando fora da terra de Israel, não significava que as promessas de Deus deixaram de ser operantes (Ne 1:11). Salomão roga a Deus que faça com que os captores dos exilados israelitas mostrem misericórdia para com seus cativos (Sl 106:46).

* 8:53

os separaste. Visto que Deus escolheu especificamente a Israel e os libertou da escravidão no Egito, para que se tornasse sua própria herança especial (Êx 19:3-6; Dt 4:20 e 9.26), Salomão ora para que Deus não se esqueça dessa história de redenção, quando Israel se encontrar em exílio.

* 8:56

SENHOR, que deu repouso ao seu povo. Depois de consideráveis reviravoltas no período do vagar pelo deserto e da conquista, Israel tinha esperado o cumprimento da "boa promessa, que ele havia prometido através de Moisés, seu servo" (5.4, nota; Êx 33:14; Dt 12:10). No Novo Testamento, os crentes são exortados a fazer todo esforço para entrarem no descanso de Deus (Hb 4:11; conforme Ap 14:13).

* 8:60

não há outro. Os chamados deuses que os povos adoram são fictícios; o único Deus real é o Deus de Israel (conforme Dt 4:35).

* 8:63

vinte e dois mil bois. No decurso de catorze dias de festividades dedicatórias, Salomão e a grande multidão presente em Jerusalém ofereceram um número incrível de sacrifícios, muito mais do que aquele apresentado durante a dedicação comparativamente mais modesta do segundo templo (Ed 6:16-18).

* 8:64

ofertas. Quanto aos holocaustos, ver nota em 3.4. Ofertas de cereais com freqüência acompanhavam os sacrifícios de animais (Lv 2; 7.11-14; 8:26; 9:4; 14:20; Nm 15:1-10), e eram indicações de gratidão e louvor dos adoradores. Quanto a ofertas pacíficas ver Levítico 3.

o altar de bronze. Esse altar, onde os sacrifícios eram queimados, estava localizado defronte do templo (vs. 22, 54), e era diferente do altar do incenso, dentro do templo (6.22, nota).

* 8:65

a entrada de Hamate. Essa área, perto do limite norte do território controlado por Israel, estava localizada a cerca de 32 km ao sul de Cades, às margens do rio Orontes (Js 13:5; 2Rs 14:25).

rio do Egito. Provavelmente o mesmo que o Vádi El-Arish, no norte da península do Sinai. Pessoas provenientes do reino inteiro de Salomão estiveram presentes a essas festividades (4.21).

* 8:66

todo o bem que o SENHOR fizera a Davi, seu servo, e a Israel, seu povo. Graciosamente, Deus cumpriu sua promessa a Davi de que um de seus descendentes edificaria o templo que ele tinha desejado edificar (2Sm 7:1-16). Deus também dera a Israel um santuário central (Dt 12), bem como descanso de seus inimigos (1Rs 5:4).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
8.1ss Salomão reuniu ao povo não só para dedicar o templo mas também para que eles confirmassem sua entrega a Deus. Bem poderia Salomão dirigir estas palavras a nós hoje em dia: "Seja, pois, perfeito seu coração para com o Jeová nosso Deus, andando em seus estatutos e guardando seus mandamentos, como no dia de hoje" (8.61).

8.1ss Qual era a diferença entre o templo e o tabernáculo, e por que os israelitas trocaram de um a outro? O tabernáculo era um lugar móvel de adoração desenhado para o povo quando viajavam para a terra prometida. O templo era um lugar permanente de adoração a Deus depois de que os israelitas estavam em paz em sua terra. Trazer o arca do pacto ao templo significou a presença atual de Deus nesse lugar.

8:6 Os querubins são anjos poderosos.

8.15-21 Durante quatrocentos e oitenta anos depois de que o Israel escapou do Egito, Deus não pediu que lhe construíra um templo. Em vez disso, enfatizou a importância de sua presença entre eles e a necessidade que tinha o povo de líderes espirituais. É fácil pensar em um edifício como o centro da presença e o poder de Deus, mas Deus escolhe e utiliza pessoas para fazer sua obra. Pode usá-lo mais a você que a um edifício de madeira e pedra. O construir ou aumentar nosso lugar de adoração pode ser necessário, mas nunca deve ter maior prioridade que o desenvolvimento de líderes espirituais.

8:24 Salomão se referia à promessa que Deus fez ao Davi em 2Sm 7:12-15 de que um de seus filhos construiria o templo.

8:27 Nesta oração de dedicação, Salomão declarou que nem sequer os céus dos céus poderiam conter a Deus. Não é surpreendente que, apesar de que os céus não o podem conter, está disposto a viver nos corações daqueles que o amam? O Deus do universo habita em seu povo.

8.33, 34 Depois do reinado do Salomão, o povo se foi afastando de Deus. O resto da era do reino é um exemplo vívido do que Salomão descreveu nestes versículos. Como conseqüência do pecado do povo, Deus permitiu que fossem derrotados por seus inimigos em várias ocasiões. Logo, desesperado-se, clamaram pelo perdão a Deus e O os restaurou.

8.41-43 Deus escolheu ao Israel para que fora bênção para o mundo inteiro (Gn 12:1-3). Esta bênção se cumpriu no Jesus, um descendente do Abraão e do Davi (Gl 3:8-9), quem chegou a ser o Messías para toda a gente, feijão ou não judia. Quando os israelitas entraram pela primeira vez na terra prometida, lhes ordenou que erradicassem às nações malvadas, por isso lemos a respeito de muitas guerras no Antigo Testamento. Mas não devemos concluir que a guerra era o primeiro dever do Israel. depois de submeter aos povos malvados 1srael tinha que converter-se em uma luz para as nações circundantes. Mas o próprio pecado do Israel e sua cegueira espiritual impediram que pudessem alcançar ao resto do mundo com o amor de Deus. Jesus deveu fazer o que a nação do Israel não pôde.

8.46-53 Salomão, quem parecia que tinha visões proféticas respeito ao futuro cativeiro de seu povo (2 Rseis 17:25), pediu a Deus que fora misericordioso com eles quando clamassem ao para poder recuperar sua terra. A referência de sua volta se encontra no Esdras 1:2; Nehemías 1; 2.

8.56-60 Salomão elogiou ao Jeová e orou pelo povo. Sua oração pode ser um patrão para nossas orações. Fez cinco petições básicas: (1) pela presença de Deus (8.57); (2) pelo desejo de fazer a vontade de Deus em tudo ("incline nosso coração para O", 8.58); (3) por ajuda nas necessidades diárias (8.59); (4) pela habilidade de obedecer as leis de Deus e seus mandamentos (8.58); (5) por difundir o Reino de Deus ao mundo inteiro (8.60). Estas petições são igualmente aplicáveis na atualidade como o foram nos dias do Salomão. Quando orar por sua igreja ou sua família, poderia realizar as mesmas petições.

8:65 Outras versões traduzem "rio do Egito" como "arroio do Egito". Pôde haver-se tratado do leito de um rio seco.

TEMPLO DO SALOMON 960-586 a.C.

O templo do Salomão era belo. Levou sete anos construi-lo e resultou um edifício impressionante com ouro, prata, bronze e cedro. Não havia nada que se comparasse a aquela casa de Deus. A descrição aparece em II Crônicas 2:4.

MOBILIÁRIO

Querubim: representava seres celestiales, simbolizava a presença e santidade de Deus (recubiertos de ouro, 4, 5 m de largura)

Arca do pacto: continha a Lei escrita em duas pranchas, simbolizava a presença de Deus com o Israel (madeira recubierta de ouro)

Véu: separava o Lugar Santo do Lugar Muito santo (linho fino em azul, púrpura e carmesim, bordado com figuras de anjos)

Portas: entre o Lugar Santo e o Lugar Muito santo (madeira recubierta de ouro)

Mesas de ouro: (madeira recubierta de ouro), castiçais de ouro (com sete lamparinas em cada um) e altar de incenso (madeira recubierta de ouro): instrumentos para as funções sacerdotais no Lugar Santo.

Colunas de bronze: chamados Jaquín (significa "O estabelece") e Boaz ("no está minha fortaleza"). Juntos poderiam significar "Deus dá a fortaleza"

Altar: para queimar os sacrifícios (bronze)

Mar: para que os sacerdotes se lavassem (tinha capacidade para uns quarenta e oito mil litros)

Fontes de bronze: para lavar os sacrifícios (tanques em bases com rodas)

Esta reconstrução utiliza os paralelos arqueológicos conhecidos para complementar ao texto, e supõe as dimensões interiores de 1Rs 6:17-20.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66

E. dedicatória PROCESSIONAL (


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
Consagração (8)

Quando trouxeram a arca para o templo, Deus encheu-o com sua glória. Em anos posteriores, Ezequiel viu essa glória partir (Ez 8—11). Sa-lomão discursa para o povo (vv. 12-

  • e lembra-o da fidelidade de Deus no cumprimento de suas promessas. Depois, ele ora ao Senhor em benefí-cio de sua família (vv. 22-30), dos ci-dadãos que pecaram (vv. 31-40), dos gentios estrangeiros (vv. 41-43) e da nação em seu futuro exílio (vv. 44-53). O pensamento-chave da oração é que Deus ouviria os clamores de-les e seria misericordioso, apesar de seus pecados. Salomão, em sua ora-ção, deixa claro que a condição do coração de Israel é mais importante que a existência do templo. Ele sabia que o pecado trazia castigo, mas o arrependimento trazia perdão e bên-ção. Era mais importante consagrar as pessoas que o prédio.
  • Com certeza, os versículos 44:53 tornaram-se realidade, pois 1s-rael ficou cativo por causa de seus pecados, e Deus o trouxe de volta a sua terra para reconstruir o templo e servir-lhe de novo. Essa oração e promessa também serão cumpridas nos dias futuros, quando Israel, em descrença, voltar a sua terra.
    Depois da oração, Salomão abençoou o povo (vv. 54-61) e exor-tou-o a ter o coração perfeito com o Senhor. Observe a preocupação do rei no sentido de que as outras nações

    conheçam a verdade do Senhor (v. 60; e veja vv. 41 -43). lnfelizmente, Is-rael não cumpriu sua missão de levar a verdade do Senhor aos gentios. A celebração durou 14 dias (v. 65), sen-do a primeira semana ocupada com sacrifícios, com celebrações e com as cerimônias de consagração oficial. Na segunda semana, o povo voltou para suas tendas para regozijar-se no Senhor. Em 9:1-9, o Senhor aparece a Salomão para lembrá-lo de que com seus privilégios também vêm gran-des responsabilidades, que o Senhor confirmará o reino de Salomão para sempre se o povo seguisse Deus em obediência, mas, se pecasse, ele eli-minaria a nação, lnfelizmente, a na-ção caiu em pecado e descrença, e cumpre-se a profecia Dt 9:6-5. Em 586 a.C., os babilônios, quando le-vam o povo cativo, saqueiam e des- troem o belo e caro templo.

    No início, Deus habitava no tabernáculo (Êx 40:34) e, depois, no templo de Salomão. Depois, a glória do Senhor veio à terra na pessoa de Cristo (Jo 1:12-43). Hoje, todo cristão verdadeiro é templo de Deus (1Co 6:19-46), como também a igreja coletiva (Ef 2:21) e a local (1Co 3:16). Durante o período de tribulação, haverá um templo judeu (2Co 2:1-47) em que o anticristo será adorado pelo mundo descren-te. E também haverá um templo glorioso durante o Reino milenar de Cristo (Ez 40—48).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
    8.1 A narrativa dá dedicação do Templo ocupa a totalidade deste oitavo capítulo e mais nove versículos do capítulo seguinte, e divide-se em seis partes principais:
    1) A arca toma o seu lugar no Templo, 1-11;
    2) O discurso de Salomão, 12-21;
    3) A oração de Salomão, 22-53;
    4) A bênção proferida por Salomão 54-61;
    5) Os sacrifícios oferecidos em celebração da festa, 62-66;
    6) A resposta que Deus deu a Salomão, 9:1-9.
    8.3 A arca do Senhor. Pertence ao Santo dos Santos no Tabernáculo, e continha o Testemunho (as tábuas da lei), e além disso, segundo He 9:4, uma urna de ouro contendo o Maná (Êx 16:33) e a vara de Arão que floresceu (Nu 17:8-4). Estes dois objetos estavam ali, segundo a ordem divina, dada no deserto, mas, por este parágrafo (9), ficamos sabendo que a arca continha, na época de Salomão, apenas as duas tábuas de pedras. O Templo ficava um pouco fora da velha fortaleza de Davi, onde a arca estava depositada (2Sm 6:16-10).

    8.4 A tenda da congregação. Ainda havia alguma tenda para representar o Tabernáculo que Moisés construíra, mas imagina-se não haver ali muita coisa valiosa dos utensílios sagrados originais, depois de os israelitas haverem passado séculos difíceis, depois da época de juízes. Subir. O Templo estava situado numa elevação, que culmina em uma grande rocha.

    8.8 Eram vistas do Santo Lugar. O sacerdote que entrava no Santuário para o culto recebia a consolação ao sentir a presença da arca, mas o povo nada podia ver de fora, no grande átrio. Tem-se a impressão de que a de dependência central do Templo de Salomão constituía-se do santuário do Tabernáculo, que era para o serviço dos sacerdotes. O povo participava dos cultos do Templo pelo lado de fora.

    8.10 Repete-se a mesma manifestação da glória divina que se revelara ao povo, no deserto, ao se completar o Tabernáculo (Êx 40:34, 35).

    8.12 Trevas espessas A ordem divina para construir o Tabernáculo, que também foi seguida por Salomão na construção do Templo (a não ser no pormenor de uma construção maior, mais firme e permanente, contendo, portanto, maior número de móveis), tinha determinado tudo de modo a que hão fossem construídas janelas no Santo dos Santos, o que provocaria, então, absoluta escuridão.

    8.14 Voltou, então, o rei o rosto. As palavras anteriores foram dirigidas à Presença Divina, revelada pela nuvem; agora Salomão fala à congregação do povo, no átrio do lado de fora do Templo.

    8.18 Bem fizeste em o resolver. Deus aceitara a adoração que Davi expressara, por meio daquele seu desejo de edificar a Casa de Deus, porém este privilégio foi reservado ao seu sucessor. Deus havia revelado seu poder ao seu povo em muitas circunstâncias do passado, livrando-os do cativeiro, viajando com ele pelo deserto, levantando a Davi da posição de pastor de ovelhas à de pastor da nação, e não precisava de templo algum. Salomão que não era um homem de guerra, como o fora Davi, teve a permissão para levantar o Templo.

    • N. Hom. 8:23-53 Esta longa oração pública é, antes de mais nada, um ato de intercessão, como é o: caso de muitas das orações do Antigo Testamento. Pensa-se especialmente nas orações de Abraão mencionadas em Gn 18:22-33 e 20.17, e as de Moisés; que se encontram em Êx 32:11-13 e 32:30-32. A oração de Salomão inclui não apenas os israelitas mas também os prosélitos, os estrangeiros que vêm para adorar a Deus (41). Inclui não somente a época de Salomão, mas abrange todos os séculos da história de Israel (47). Divide-se em nove partes:
    1) A oração em prol da família real (2326);
    2) A oração em favor de todas as petições que viriam a ser feitas no Templo (27-32);
    3) A oração pela proteção divina contra os invasores (33-34);
    4) Pela preservação do povo em época de seca (35-36);
    5) Pelo livramento de várias calamidades naturais, tristezas e problemas do íntimo (37-40);
    6) Pela bênção divina sobre os prosélitos (41-43);
    7) Pelo socorro divino em tempo de guerra (44-45);
    8) Pela misericórdia divina quando o povo fosse levado cativo (46-50);
    9) A conclusão da oração que apresenta suas razões: estriba-se na misericórdia divina já revelada no passado (51-53). Assim também o crente se aproxima de Deus pela oração da fé, sabendo que Deus, tendo-nos dado Seu: Filho Unigênito (Jo 3:16), não nos negaria: nenhum bem (Rm 8:32; Mt 7:11; Jo 14:13).

    8.23 Guardas a aliança. Nenhuma oração pode ser dirigida a Deus antes de haver o conhecimento da revelação que fez da Sua Natureza. Nenhuma esperança de resposta à oração pode haver, sem o reconhecimento de que as promessas de Deus são fiéis, que Ele tem a vontade e o poder de cumprir tudo (24) desde que seja do Seu agrado.

    8.27 Salomão compreende muito claramente que não está construindo um tipo de hotel para hóspedes sobrenaturais, o que, aliás, sempre, foi a idéia do paganismo, mesmo no seu aspecto mais sublime. 2Cr 6:18 enfatiza o fato de que os homens não merecem a benevolência divina.

    8.29 Meu nome estará ali. A lei revelada a Moisés, no deserto, apontava para uma situação ideal, na Terra Prometida, com um Templo organizado (Dt 12:11).

    • N. Hom. 8.38 O coração humano é enganoso e maligno, desesperadamente corrupto, mas nem por isso Deus deixa de esquadrinhá-lo (Jr 17:9-24). Deus vê e compreende o íntimo do homem, o coração (1Sm 16:7, Jo 2:25), e por causa desta divina compreensão, pode julgar retamente a cada um (Gn 18:25; At 17:31). Se fôssemos enfrentar a justiça de Deus sem confiar no Seu perdão, nenhum ser humano subsistiria (Sl 130:3-19), mas esta compreensão divina inclui uma terna compaixão pelas nossas fraquezas (Lc 7:13 e He 4:15, He 4:2.18, He 4:7.25).

    8.46 Não há homem que não peque. "Todos pecaram e carecem da glória de Deus” é a declaração de Rm 3:23; "O salário do pecado é a Morte", ensinaRm 6:23. Mas ambas estas declarações trazem consigo, o antídoto, a cura: "Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus",(Rm 3:24); "Mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 6:23).

    8.47 No terra do seu cativeiro. Há várias referências, nos versículos 46:53, a um futuro cativeiro dos israelitas numa terra estrangeira. Os acontecimentos descritos em 2Rs 25:8-12; Mt 6:5; Lc 18:11-42; Lc 4:0) Com as mãos erguidas, Sl 88:9; 1Tm 2:8.

    • N. Hom. 8.56 As promessas de Deus formam o âmago da mensagem bíblica, e, num sentido geral, normalmente fazem parte das Suas Alianças. No Antigo Testamento vemos registradas as Alianças de:
    1) Noé (Gn 9:9-17);
    2) Abraão (Gn 12:1-3; 15:18; 17:6-8);
    3) Moisés, que é a Aliança aqui referida por Salomão (Êx 6:6-8; Dt 7:8-5); e
    4) Davi (2Sm 7:12-10). Mas a maior aliança de todos os tempos é a Nova Aliança ou Novo

    Testamento (Mt 26:28, He 9:11-58 e 13.20). Esta Aliança representa a soma total de toda a graça, a bênção e a verdade que se inclui na redenção que Jesus Cristo obteve para os homens; com o derramamento de Seu próprio sangue. Em resumo, o pecador arrependido que vem a Deus mediante Jesus Cristo (He 7:25), nasce de novo (Jo 3:7), tornando-se um filho de Deus (Jo 1:12), recebendo o perdão divino (1Jo 1:9), e a vida eterna (Jo 3:16).

    8.63 Sacrifício pacífico. A lei das ofertas pacíficas, que se acha em Lv 7:11-18. As pessoas que trouxessem a oferta comeriam da carne ofertada, o que esclarece a razão de haverem sido efetuados tantos sacrifícios assim: a congregação inteira participava da festa religiosa.

    8.64 O meio do átrio. A grande rocha no meio do átrio passou a servir como altar público. Hoje, aquela rocha está embutida numa mesquita, na parte árabe de Jerusalém. Muito pequeno. Veja a nota 1Rs 7:23-11.

    8.65 A Festa do Tabernáculos. A data da festa, o sétimo mês (2), mostra que aqui se trata de uma festa religiosa, já prescrita por Moisés em Lv 23:39-44. A festa é essencialmente de ações de graças pela ceifa, durante a qual celebra-se a graça divina em resgatar o povo da escravidão, e de preservá-lo durante a peregrinação pelo deserto. O Templo é o lugar para a mais íntima comunhão com Deus, e identificar-se com Suas promessas, e ali adorá-lO pelo que fizera em prol do Seu povo. Então a data de 15 de etanim foi bem escolhida.

    • N. Hom. 9:1-9 Ouvi a tua oração. Deus, tendo misericórdia do seu povo, faz uma promessa incondicional de sempre estar pronto a atender a oração de fé, feita por qualquer pessoa em nome dEle (que foi o teor da mesma oração de Salomão em 8.3052). Mas quanto à prosperidade particular, que Salomão pedira, para a família real (8.2526), dependia tão somente da responsabilidade individual dos seus descendentes em andar em fé, obediência e fidelidade (9:4-7). Da mesma maneira, o prédio físico não se poderia considerar inviolável se os freqüentadores vivessem no pecado (9.8). Isto quer dizer que nenhuma descendência física, nenhuma organização humana, nenhum lugar, pode ser detentor dos favores de Deus, mas cada um deve aproximar-se de Deus pela fé (Rm 4:16-45).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
    8.1. Salomão reuniu [...] as autoridades de Israel-, transformando a transferência da arca para o seu novo lugar de descanso numa grande celebração cívica e religiosa. A Cidade de Davi na colina a sudeste estava localizada em nível mais baixo do que o templo, assim os líderes foram chamados “para fazerem subir a arca da aliança” (ARA). A ocasião lembra o dia em que Davi levou a arca para Jerusalém (2Sm 6:12-10; lCr 15), e Salomão esperava fazer da arca da aliança mais uma vez um símbolo de unidade nacional, v. 2. por ocasião da festa-, a festa das cabanas, ou “tabernáculos” (sukkôt, Dt 16:13, ou do “encerramento da colheita, ’asip, Ex 23:16), celebrada após a colheita (“no final do ano”, Êx 23:16) e que marcava o ano novo na contagem cananéia usada no início do período da monarquia. Mais tarde (possivelmente sob Josias), foi adotado o ano babilónico, iniciando em março-abril, e por isso o editor explica que o antigo mês (yerah) de etanim era o sétimo mês (hõdes) na nova contagem (semelhante a 6.38). A se-qüência do tempo não está clara. Ou (a) o templo foi concluído no mês de bul do décimo primeiro ano de Salomão e ele esperou 11 meses para fazer a consagração coincidir com a festa do ano novo, ou (b) o templo foi concluído no mês de bul mas o tempo intermediário foi preenchido com o preparo dos utensílios de bronze, ou (c) o templo e os móveis estavam quase concluídos quando o povo se reuniu nos últimos dias de etanim, a chegada da arca assinalando a última declaração de que estavam concluídos nos primeiros dias de bul. Se a festa das cabanas estava associada a uma cerimônia de entronização de Javé, a ocasião seria duplamente apropriada, mas não há evidências diretas a favor disso com base nas fontes da monarquia (cf. De Vaux, p. 504-6).

    Seguindo o precedente estabelecido por Davi (lCr 15.14,15), os sacerdotes pegaram a arca (v. 3) e os seus acessórios e a Tenda do Encontro (v. 4; i.e., “a tenda que Davi lhe havia preparado” [2Sm 6:17], e não a tenda mosaica que 2Cr 1:3 diz que estava em Gibeom) para acompanhar o sacrifício (cf 2Sm 6:13). A arca foi levada para o santuário interno do templo (debir, v. 6), sendo carregada com varas que foram deixadas nos seus lugares e assim podiam ser vistas da frente do santuário interno (v. 8). Possivelmente as varas estavam em ângulo reto com o eixo do templo, e a cortina que fechava a entrada estreita ficava afastada um pouco, de forma que as pontas das varas (mas não a arca) pudessem ser vistas da entrada. A arca continha as duas tábuas de pedra (v. 9). He 9:4 sugere que havia outros itens na (e não somente diante da) arca (v. Êx 16:32-34; Nu 17:10), mas que se perderam, possivelmente em algum incidente como o de 1Sm 6:19. v. 10. uma nuvem encheu o templo do Senhor [...] a glória do Senhor encheu o seu templo, numa conclusão bem-sucedida da procissão, que causou grande admiração.

    A exclamação de Salomão e a oferta para Javé (8.12,13)
    A versão grega coloca os v. 12,13 no final do v. 53 e acrescenta a linha dada pela RSV, resultando assim na forte parelha de versos monoteístas: “O Senhor estabeleceu o sol nos céus” (assim Javé é maior que o sol que outros adoravam) e ele disse que habitaria numa nuvem escura (assim Javé é o regente também das nuvens de tempestades, símbolo do deus da tempestade, chamado Hadade; v. Dt 4:11; 2Sm 22:10). Salomão então apresenta o problema de todos os santuários (cf. v. 27 a seguir): Na realidade construí para ti um templo magnífico, um lugar para nele habitares para sempre! (v. 13).

    A bênção de Salomão (8:14-21)
    Salomão recapitula a história nacional como atos do Senhor, o Deus de Israel e coloca a aliança com Davi como parte da eleição divina, no mesmo nível da aliança do Sinai, não escolhi nenhuma cidade [...] em honra ao meu nome (v. 16; a LXX acrescenta: “mas escolhi Jerusalém”, 2Cr 6:6) mas (em contraste) escolhi Davi, que não teve a permissão de construir o templo ele mesmo. v. 20,21. O Senhor cumpriu a sua promessa [...] Providenciei nele um lugar para a arca, na qual estão as tábuas da aliança-, assim conduz a história de volta à sua origem no Egito. A partir daí, o culto nacional celebrava tanto a escolha inicial que Javé tinha feito do povo de Israel quanto a escolha de Sião e da dinastia davídica (Sl 68:0Sl 132:0). Qualquer dúvida sobre a legitimidade da sucessão de Salomão era absorvida em uma teologia total da eleição nacional.

    A oração de Salomão (8:22-53)
    v. 22. Salomão colocou-se diante do altar [...] levantou as mãos para o céu\ uma atitude demonstrada muitas vezes na arte do Antigo Oriente, em que o suplicante está em pé diante do rei ou deus assentado. Segundo Crônicas 6.13 nos dá detalhes de uma plataforma de bronze (e diz: “depois ajoelhou-se”, conciliando esse texto com o v. 54 mais à frente). O altar do Senhor não foi mencionado na lista do trabalho de Hurão.

    A primeira seção da oração (v. 23-30) é uma declaração excelente acerca da transcendência de Deus, mesmo que haja um relacionamento de aliança com o seu povo, que liga novamente a aliança do Sinai com a de Davi. v. 23. não há Deus como tu (lembra Êx 15:11que guardas a tua aliança de amor (v. Êx 34:7; de hesed amor leal, verdadeiro com as promessas da aliança). Recapitula-se aqui novamente a aliança de Davi (v. 24-26) com a oração de que se confirme (v. 26). v. 27. Mas será possível que Deus habite na terra? mostra claramente que essa casa não é nenhuma tentativa de localizar ou limitar o Deus infinito. Antes, é o lugar do qual disseste que nele porias o teu nome (v. 29; conforme também 5.5 acerca do nome). Assim, o servo oferece a oração voltado para este lugar (v. 29,30,35,38,42,44,48) ou neste templo (conforme 31.33), e Javé ouvirá desde os céus, lugar da tua habitação (sebet, possivelmente lugar de entronização), v. 30. quando ouvires, dá-lhes o teu perdão', porque a oração seria normalmente um sinal de arrependimento ou reconhecimento humilde (v. 34,36,39,50), em busca de alívio em diversas condições, e que resultaria em reverência renovada (v. 40). Três outros casos são vislumbrados: (a) a necessidade de castigo, não perdão (v. 32; conforme Ex 22:713, em que há um exemplo disso), declara sem culpa o inocente (saddiq, melhor: “aquele que está no direito”) dando-lhe o que a sua inocência merece (a justiça do seu caso; v. 32); (b) o estrangeiro (v. 42; nokrí, não um estrangeiro residente, mas alguém atraído pela fama de Javé, como na visão de Is 2:2-23), que pode também compartilhar a reverência que Israel demonstra por Javé — em contraste marcante com a estreiteza posterior; (c) a guerra santa (v. 44) por onde quer que tu o enviares, em que a oração é: ouve dos céus a sua oração (v. 45). As calamidades (v. 33,35) são consideradas castigos, v. 33,34. derrotado [...] traze-o de volta pode ser uma referência aos que foram levados como prisioneiros (como os do Reino do Norte, levados em 722 a.G. ou por Senaqueribe em 701 a.C.). v. 35. não houver chuva-, a falta de chuva era um desastre fre-qüente, e a chuva escassa na Palestina tornava a falta ainda mais séria. v. 37. fome ou praga', o resultado da falta ou da poluição da água. gafanhotos'. uma praga à qual a Palestina e países vizinhos eram especialmente vulneráveis, visto que os gafanhotos se procriavam nos desertos próximos. J1 2 descreve de forma muito vívida uma dessas pragas. A lista é ampliada de forma interessante e simples para incluir qualquer praga ou epidemia, uma oração: supõe-se que tudo está sob o controle de Javé, de quem se diz: só tu conheces o coração do homem (v. 39). Até mesmo no distante cativeiro, o povo pode “cair em Sl” (v. 47; a VA traz “refletir sobre Sl mesmos”) como o filho pródigo (Lc 15:0,Dt 32:9). A última atribuição ó Soberano Senhor (mais correto do que “Senhor Iahweh” da BJ) reitera a supremacia do Deus de Israel.

    A bênção real (8:54-61)
    A atitude de humildade e reverência (v. 54) muda para uma de autoridade beneficente e comovente (v. 55). A fidelidade de Javé é tanto o objeto do louvor (v. 56) quanto a fonte para a vida obediente (v. 58) que vai servir como testemunho para as nações vizinhas (v. 60). v. 56. descanso a Israel, o seu povo, como havia prometido (v. Dt 12:10) e Não ficou sem cumprimento nem uma de todas as boas promessas (v. Js 21:45) refletem esse forte sentido histórico do propósito divino em desenvolvimento, e daí vem a bênção, v. 57. Que o Senhor, o nosso Deus, esteja conosco, assim como esteve com os nossos antepassados: a condição comportamental é tornada menos severa por meio da oração: E faça com que de coração nos voltemos para ele (v. 58), mas reaparece na exigência rigorosa: Mas vocês, tenham coração íntegro (v. 61), correspondendo a responsabilidade à declaração: não há Deus como tu (v. 23; conforme Êx 20:3).

    A linguagem e idéias da oração e das bênçãos são tão semelhantes às de Deuteronômio que alguns comentaristas consideram estas como acréscimos posteriores. Mas não é de forma alguma improvável que Salomão conhecesse a história nacional e as suas raízes mosaicas. Se ele disse tudo isso — e ele pode muito bem ter se sentido assim após ter visto “a glória” (v. 11) —, então Deus lhe deu uma real oportunidade de retornar à piedade e sabedoria humilde e desfazer a arrogância crescente de sete anos da construção de palácios.
    Sacrifícios finais e festas (8:62-66)
    A ênfase na comunidade (o rei e todos os israelitas, v. 62) é forte nesse texto. Embora as construções posteriores tornassem pequeno o templo, fazendo-o parecer uma capela do palácio do rei, a impressão aqui é que era o santuário de todo o povo de Israel feito em honra do verdadeiro Deus. As ofertas de comunhão (v. 64), também, simbolizavam comunhão com Javé e uns com os outros, v. 65. A festa era a festa das cabanas no ano novo (v. comentário Dt 8:2) e pode ter sido celebrada por povoados desde Lebo-Hamate (a 160 quilômetros ao norte da Galiléia) até o ribeiro do Egito, ou isso pode ser uma referência ao encontro universal em Jerusalém, durante sete dias\ de acordo com a LXX. O TM acrescenta: “e mais sete dias, catorze no total” (assim a ARA e a ARC). oitavo dia\ no final, todos estavam jubilosos e de coração alegre, um final adequado para essa celebração tão comovente. Ah, se somente tivesse continuado assim!

    A influência do templo — alternadamente objeto de negligência, devoção e falsas esperanças — é parte da história a seguir. Há um sentimento de desconforto que vem à superfície em Is 66:1 e At 7:48, e é interessante que a carta aos Hebreus faça analogias não com o templo, mas com o tabernáculo. Com a melhor das intenções, grande parte de simbolismo cananeu havia sido incorporado. A antiga adoração “baalizada” de Javé tinha no mínimo criado alguns lugares de apoio, como mostram as recaídas subseqüentes.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66

    I Reis 8


    5) A Dedicação do Templo. 1Rs 8:1-66.

    a) A Arca é Levada ao Templo. 1Rs 8:1-11.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 12 até o 61
    b) A dedicação (1Rs 8:12-11). É muito provável que tenhamos perante nós o princípio de uma composição poética cujo tema é a dedicação do templo e que teria sido preservada no livro dos Cantares (Septuaginta). Certa versão moderna, baseando-se na Septuaginta, dá-nos a seguinte adaptação:

    O Senhor colocou o Sol nos céus

    mas disse que habitaria em densas trevas.

    Eu te edifiquei uma alta morada,

    um lugar para tua eterna habitação.

    É-nos apresentado o contraste entre Jeová, que se esconde dos olhos dos homens, e a glória da Sua criação; o visível esplendor do templo contrastava também com a escuridão do santuário mais íntimo onde Jeová se sentaria, invisível e entronizado entre o Seu povo.

    >1Rs 8:14

    2. UM DISCURSO AO POVO (1Rs 8:14-11) A escolha de uma casa régia e de um lugar para o templo marcam o fim feliz de uma época de provação e de preparação que começara com o êxodo. É este o sentido geral do discurso de Salomão. Salomão não tem espiritualidade que lhe permita compreender toda a força de 2Sm 7:5 e segs. A perder o tabernáculo, o povo de Deus perde também algo de espiritual, algo de importância verdadeiramente vital.

    >1Rs 8:22

    3. A ORAÇÃO DE SALOMÃO (1Rs 8:22-11). Trata-se de uma oração por todos os homens, e para todos os tempos. Dividamo-la assim: pela família real (23-26); para que o tempo seja verdadeiramente a casa de Deus (27-32); para que Deus se compadeça do seu povo na tribulação, quando o inimigo o vencer (33-34); para que Deus ouça as súplicas do seu povo em tempos de seca (35-36); em todas as calamidades (37-40); para que Deus proteja e abençoe o prosélito (41-43); para que Deus auxilie o seu povo em tempos de guerra (44-45); para que seja com ele e o ouça no cativeiro (46-50); conclusão (51-53).

    >1Rs 8:23

    Beneficência (23; heb. hesedh); segundo certa versão, "amor firme e constante". Resedh é a espécie de conduta que se espera num concerto ou pacto; entre os homens será a lealdade; de Deus para o homem (ou deste para Deus, Dn 6:6), amor constante. Habitaria Deus na terra (27). Tanto na Septuaginta como em Crônicas se lê, provavelmente com justeza "habitaria Deus com os homens na terra?" Note-se como, no versículo 31 se põe em relevo a justiça. O juramento faz-se no caso de faltarem provas conclusivas (cfr. Lv 5:1; Nu 5:19 e segs.). Queima de searas (37); cfr. Gn 41:6. Pulgão (37); espécie de locusta ou gafanhoto (ver Os 1:4). Estrangeiro (41); por estrangeiro entende-se o prosélito. Para os vers. 51-53 consulte-se o comentário a 2Cr 6:40-14.

    >1Rs 8:54

    4. A BÊNÇÃO (1Rs 8:54-11). Os motivos prováveis que levaram à omissão desta passagem em Crônicas são tratados no comentário a 2Cr 7:1-14. Estando de joelhos... se levantou (54); cfr. vers. 22. Orava-se de pé e de joelhos; qualquer destas posições era considerada adequada. É possível que terminada a sua oração pública Salomão ajoelhasse para dirigir a sua súplica pessoal a Deus.


    Dicionário

    Cerrar

    verbo transitivo direto e pronominal Fechar ou inibir a passagem de luz, de ar, de pessoas: cerrou o portão.
    verbo transitivo direto Ligar as partes que estavam separadas: cerrar os olhos.
    Tapar completamente; vedar: cerrou o terreno.
    Colocar alguma coisa sobre outra; cobrir: cerrou o carro com um plástico.
    verbo transitivo direto e pronominal Aceitar como terminado; finalizar: cerrar um testamento; cerrou-se o show.
    verbo intransitivo e pronominal Fazer com que fique enevoado; em que há cerração; escurecer: o céu cerrou; o céu cerrou-se com as nuvens.
    verbo intransitivo Ir numa mesma direção; concentrar.
    Etimologia (origem da palavra cerrar). Do espanhol cerrar.

    Fechar

    Cerrar Fechar (Pv 17:28).

    Chuva

    substantivo feminino Precipitação da água atmosférica sob a forma de gotas.
    Figurado O que cai em grande quantidade: chuva de papel.
    Embriaguez.
    A chuva resulta da impossibilidade de as correntes ascendentes manterem em suspensão as partículas líquidas ou sólidas formadas pela precipitação do vapor de água contido na atmosfera (fase de condensação devida à presença de núcleos de condensação), vapor este proveniente do resfriamento do ar úmido por expansão adiabática (fase de saturação). De acordo com os agentes determinantes das ascendências que são a base do ciclo das chuvas, distinguem-se classicamente as chuvas ciclônicas ou de ascendência frontal (devidas ao contato do ar quente com ar frio), as chuvas de instabilidade ou de convecção (devidas à variação da temperatura), as chuvas orográficas (devidas ao relevo).

    Há, na Sagrada Escritura, referências às primeiras chuvas, e às que vinham mais tarde, as temporãs e as serôdias (Dt 11:14 – Jr 5. 24 – os 6:3Jl 2:23Tg 5:7). As primeiras caíam pelos meses de outubro e novembro (não muito depois do começo do ano civil), e as últimas na primavera. Na Palestina, a chuva, de modo geral, cai entre aquele espaço de tempo. Aquela trovoada e chuva miraculosamente vindas durante a sega dos trigos, encheram o povo de medo e de espanto (1 Sm 12.16 a 18). E Salomão pôde falar da ‘chuva na ceifa’ para dar expressivamente a idéia de alguma coisa fora do seu lugar, que não é natural (Pv 26:1). As chuvas, a maior parte das vezes, vinham do ocidente e do sudoeste (Lc 12:54).

    Chuva V. ESTAÇÃO (Ct 2:11).

    Confessar

    verbo regência múltipla Fazer uma declaração ou escutar a revelação de alguém: o bandido confessou seus crimes ao delegado.
    Religião Segundo a religião católica, buscar a absolvição dos pecados através de uma declaração de culpa (confissão); contar: confessou ao padre seus pecados; confessou-se com o antigo pároco; para comungar é preciso confessar.
    Por Extensão Aceitar como verdadeiro: confessou seus métodos ao professor.
    Por Extensão Fazer uma declaração; manifestar ou declarar-se: queria muito confessar-lhe suas intenções; confessou-se cansado.
    Figurado Demonstrar alguma coisa; revelar: suas expressões confessavam o medo que tinha.
    Acompanhar determinada crença, fé: afirmava confessar a fé cristã.
    Etimologia (origem da palavra confessar). Do latim confessus.a.um; confess + ar.

    Confessar Declarar o que se crê ou sabe. A pessoa confessa os seus pecados (Sl 32:5) e afirma que crê em Deus poderoso e Salvador (Rm 10:9-10).

    Confessar Tradução da palavra grega “homologueo”, que nos evangelhos é empregada com diversos significados.

    1. Proclamar algo clara e publicamente (Mt 7:23; 10,32; Jo 1:20).

    2. Comprometer-se (Mt 14:7).

    3. Louvar a Deus (Mt 11:25; Lc 2:38).

    4. Proclamar a fé aberta e publicamente (Mt 10:32; Jo 9:22; 12,42). Neste caso, é condição indispensável para se obter a salvação eterna.

    5. Reconhecer os próprios pecados e a insignificância humana diante de Deus (Mt 3:6; Lc 5:8).


    Converter

    verbo transitivo direto e pronominal Sofrer mudança, transformação, alteração ou ser alvo dessa mudança; mudar, transformar: converter água em vinho; converteu-se numa pessoa melhor.
    Mudar de religião, partido ou opinião ou levar alguém a abraçar (uma religião, partido ou opinião): converteu-o ao marxismo: converteu-se ao protestantismo.
    verbo transitivo direto Mudar a direção de; seguir no sentido oposto ao que se estava: converter o trânsito.
    verbo bitransitivo Trocar uma coisa por outra; comutar, permutar: converter uma pena de morte em degredo.
    verbo transitivo direto e intransitivo [Esporte] Fazer gols cobrando falta ou pênalti.
    [Esporte] No basquetebol, acertar a bola na cesta.
    Etimologia (origem da palavra converter). Do latim convertere.

    Lugar

    substantivo masculino Espaço que ocupa ou pode ocupar uma pessoa, uma coisa: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.
    Cargo que se ocupa em; emprego: perder seu lugar.
    Posição final numa competição, concurso etc.: colocação, ordem: tirou o primeiro lugar no concurso.
    Posição que uma pessoa ou uma coisa deve ocupar: esse homem não conhece seu lugar.
    Qualquer local; localidade: lugar fresco.
    Situação em circunstâncias especiais: em seu lugar, eu teria protestado.
    Circunstância favorável para o desenvolvimento de; ocasião, ensejo: não me deu lugar para ficar zangado.
    Maneira como alguma coisa está disposta num dado período; condição, situação, posição.
    expressão Ter lugar. Ter cabimento, vir a propósito: seu comentário não tem lugar aqui.
    Lugares santos. Na Palestina, os lugares onde viveu Jesus Cristo.
    Etimologia (origem da palavra lugar). Do latim localis, de locus.

    substantivo masculino Espaço que ocupa ou pode ocupar uma pessoa, uma coisa: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.
    Cargo que se ocupa em; emprego: perder seu lugar.
    Posição final numa competição, concurso etc.: colocação, ordem: tirou o primeiro lugar no concurso.
    Posição que uma pessoa ou uma coisa deve ocupar: esse homem não conhece seu lugar.
    Qualquer local; localidade: lugar fresco.
    Situação em circunstâncias especiais: em seu lugar, eu teria protestado.
    Circunstância favorável para o desenvolvimento de; ocasião, ensejo: não me deu lugar para ficar zangado.
    Maneira como alguma coisa está disposta num dado período; condição, situação, posição.
    expressão Ter lugar. Ter cabimento, vir a propósito: seu comentário não tem lugar aqui.
    Lugares santos. Na Palestina, os lugares onde viveu Jesus Cristo.
    Etimologia (origem da palavra lugar). Do latim localis, de locus.

    Nome

    Nome Palavra que designa uma pessoa ou coisa. Nos tempos bíblicos o nome, às vezes, estava relacionado com algum fato relativo ao nascimento (Gn 35:18
    v. BENONI); outras vezes expressava uma esperança ou uma profecia (Os 1:6; Mt 1:21-23). Era costume, no tempo de Jesus, o judeu ter dois nomes, um hebraico e outro romano (At 13:9). Partes dos nomes de Deus entravam, às vezes, na composição dos nomes (v. ELIAS, JEREMIAS, JESUS). Na invocação do nome de Deus chama-se a sua pessoa para estar presente, abençoando (Nu 6:22-27; Mt 28:19; Fp 6:24). Tudo o que é feito “em nome” de Jesus é feito pelo seu poder, que está presente (At 3:6; 4:10-12). Na oração feita “em nome de Jesus” ele intercede por nós junto ao Pai (Jo 15:16; Rm 8:34). Em muitas passagens “nome” indica a própria pessoa (Sl 9:10).

    Entre os hebreus dava-se o nome auma criança, umas vezes quando nascia (Gn 35:18), e outras quando se circuncidava (Lc 1:59), fazendo a escolha ou o pai, ou a mãe (Gn 30:24Êx 2:22Lc 1:59-63). Algumas vezes o nome tinha referência a certas circunstâncias relacionadas com o nascimento ou o futuro da criança, como no caso de isaque (Gn 21:3-6), de Moisés (Êx 2:10), de Berias (1 Cr 7.23). isto era especialmente assim com os nomes compostos de frases completas, como em is 8:3. Acontecia, também, que certos nomes de pessoas sugeriam as suas qualidades, como no caso de Jacó (Gn 27:36) e Nabal (1 Sm 25.25). Eram por vezes mudados os nomes, ou aumentados, em obediência a certas particularidades, como no caso de Abrão para Abraão (Gn 17:5), de Gideão para Jerubaal (Jz 6:32), de Daniel para Beltessazar (Dn 1:7), e de Simão, Pedro (Mt 16:18). Alem disso, devemos recordar que, segundo a mentalidade antiga, o nome não somente resumia a vida do homem, mas também representava a sua personalidade, com a qual estava quase identificado. E por isso a frase ‘em Meu nome’ sugere uma real comunhão com o orador Divino. Houve lugares que receberam o seu nome em virtude de acontecimentos com eles relacionados, como Babel (Gn 11:9), o Senhor proverá (Gn 22:14), Mara (Êx 15:23), Perez-Uzá (2 Sm 6.8), Aceldama (At l.19). Para o nome de Deus, *veja Jeová, Senhor.

    substantivo masculino Denominação; palavra ou expressão que designa algo ou alguém.
    A designação de uma pessoa; nome de batismo: seu nome é Maria.
    Sobrenome; denominação que caracteriza a família: ofereceu seu nome.
    Família; denominação do grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou possuem relação consanguínea: honrava seu nome.
    Fama; em que há renome ou boa reputação: tinha nome na universidade.
    Apelido; palavra que caracteriza alguém.
    Quem se torna proeminente numa certa área: os nomes do cubismo.
    Título; palavra ou expressão que identifica algo: o nome de uma pintura.
    Gramática Que designa genericamente os substantivos e adjetivos.
    Etimologia (origem da palavra nome). Do latim nomen.inis.

    Não

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    Orar

    verbo regência múltipla Rezar; fazer uma oração, uma prece aos Deuses e santos de devoção: orou um cântico à Maria; orou pelos necessitados; precisava orar antes do trabalho.
    Suplicar ou implorar; pedir insistentemente; solicitar com humildade: orava aos anjos; orou a caridade dos homens; orava com devoção.
    verbo transitivo indireto e intransitivo Discursar; falar publicamente: o presidente orou insistentemente sobre a oposição política.
    Etimologia (origem da palavra orar). Do latim orare.

    e PRECE
    Referencia:


    Pecado


    i. Um dos grandes objetivos da Bíblia é tratar dos fatos da vida humana, estabelecer a sua significação e efeito, e algumas vezes derramar luz sobre a sua causa. No caso do pecado há dois fatos principais: primeiro, que o homem é pecador – segundo, que todos cometem pecado. Pode, portanto, esperar-se que a Bíblia derramará luz sobre o sentido da palavra pecado e sobre os seus efeitos – e nos fará conhecer a causa da sua influência universal nos homens e o remédio para esse grande mal.
    ii. Segundo a Bíblia, a causa dos pecados encontra-se de uma maneira definitiva (tanto quanto se considera a vida terrestre) no pecado dos nossos primeiros pais, com as suas conseqüências, transmitidas à posteridade. A este fato se chama a Queda. Basta dizer-se aqui, que, por mais baixo que estivesse o primeiro homem na escala da Humanidade, se ele era homem devia ter tido, na verdade, algum conhecimento rudimentar do bem ou do mal – e depois da sua primeira voluntária desobediência ao que lhe dizia a consciência, devia ter ficado numa situação moral inferior à dos tempos passados. A primeira transgressão feita com conhecimento do mal não pôde deixar de ser uma queda moral, por maior que fosse a sua sabedoria adquirida no caminho da vida. Além disso, há razão para acreditar que as crianças, nascidas após a queda, haviam certamente de participar da natureza dos seus pais, a ponto de ficarem mais fracas com respeito à moralidade do que não tendo os seus pais transgredido. Esta crença muito razoável apresenta-se como sendo o pensamento central da narrativa de Gn 3. o escritor bíblico está, evidentemente, revelando mais do que a simples enunciação do pecado de Adão e Eva como tal. Ele deseja fazer ver que a pena alcançou toda a Humanidade. Todos entram no mundo com a tendência original de uma modificada natureza para o mal. Não é, por conseqüência, para admirar que cada pessoa realmente caia no pecado. Nos capítulos seguintes são plenamente expostos os terríveis e profundos efeitos daquele primeiro pecado.
    iii. os diferentes aspectos do pecado, que se apresentam aos escritores bíblicos, podem ver-se do modo mais próprio nos vários nomes que lhe dão. Porquanto a Bíblia é muito rica em termos que significam o pecado, o mal, a iniqüidade, a maldade, podendo ser mencionados neste lugar os mais importantes: 1. Palavras que têm o sentido de ‘falta, omissão, erro no fim em vista’, etc. Em hebraico há chêt e termos cognatos (Sl 51:9) – em grego, hamartia (Rm 3:9), hamartêma 1Co 6:18). 2. A perversão, a deturpação, implicando culpa, são faltas designadas pelo termo hebraico avon (1 Rs 17.18). 3. Há várias palavras que indicam a transgressão de uma lei, ou a revolta contra o legislador. Em hebreu peshã (Pv 28:13 – is õ3,5) – em grego parabasis (‘transgressão’, Rm 4:15), paraptoma (‘delito’, Ef 2:5), anômia (‘iniqiiidade’, 1 Jo 3:4, onde se lê: ‘hamartia é anômia’), asebeia (‘impiedade’, 2 Tm 2.16). 4. imoralidade, o hábito do pecado, e muitas vezes violência, se indicam com o hebraico rêshã (1 Sm 24.13), e o grego adikia (Lc 13:27). 5. A infidelidade, e a deslealdade para com Deus e o homem, são significadas pelo hebraico má”al (Js 22:22). 6. A culpa, que pede sacrifício expiatório, acha-se indicada pela palavra ãshãm (Pv 14:9). 7. o pecado é considerado como uma dívida na oração dominical, õpheilèma (Mt 6:12). iV Entre os grandes efeitos do pecado podem mencionar-se: l. o medo de Deus em contraste com o temor reverencioso e filial (Gn 3:10). 2. o endurecimento gradual da vontade contra o bem e as boas influências (Êx 7:13). A consunção da força e vida da alma, assemelhando-se à lepra que vai consumindo o corpo. 4. E tudo isto atinge o seu maior grau na separação de Deus (Gn 3:24Lv 13:46 – 2 Ts 1.9). *veja Na Bíblia, porém, o remédio para o pecado é, pelo menos, tão proeminente como a sua causa, a sua natureza, e o seu efeito. Freqüentes vezes, na realidade, se apela para os pecadores, a fim de que deixem os seus pecados, fazendo-lhes ver os grandes males que caem sobre eles – e ao mesmo tempo há as promessas de serem amavelmente recebidos por Deus todos os que se arrependem (notavelmente em 2 Sm 12.13), sendo os meios humanos o arrependimento e a fé. Mas tanto o A.T.como o N.T. claramente nos ensinam que é preciso mais alguma coisa. No cap. 53 de isaias, o sacrifício do Servo ideal nos patenteia os meios pelos quais se curam os pecados, pois que esse Servo é a pessoa que carregou com as nossas iniqüidades. outros sacrifícios eram apenas tipos deste particular sacrifício. *veja também Jo 1:29Cl 1:21-22. Este remédio torna efetiva a restauração de um direito divinamente estabelecido (Rm 5:1 – 1 Jo 1:9), para a remoção da mancha que caiu, inclusive, sobre os mais altos lugares por motivo do pecado, tocando a honra de Deus, e o seu templo (Hb 9:23-26) – e não só para a remoção dessa mancha, mas também para a gradual eliminação do pecado no crente (1 Jo 1:7-9), embora, enquanto exista neste mundo, nunca ele estará inteiramente livre da sua influência (Rm 7:23Gl 5:17 – 1 Jo 1:10). Não admira que o Filho de Deus tenha recebido o nome de Jesus, ‘porque ele salvará o seu povo dos pecados deles’ (Mt 1:21).

    Pecar contra o Espírito Santo significa [...] empregarmos conscientemente qualquer forma de manifestação em discordância com as normas éticas que já tenhamos conseguido assimilar.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 45

    [...] Entendamos a palavra pecado de forma ampla e mais completa, como sendo todo e qualquer desrespeito à ordem, atentado à vida e desequilíbrio moral íntimo. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 10

    [...] Pecado é toda a infração à Lei de Deus. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pecado sem perdão

    [...] O pecado é moléstia do espírito. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 2, cap• 3


    Pecado Falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou conduta. Para indicar isso, a Bíblia usa vários termos, tais como pecado (Sl 51:2); (Rm 6:2), desobediência (He 2:2), transgressão (Sl 51:1); (He 2:2), iniqüidade (Sl 51:2); (Mt 7:23), mal, maldade, malignidade (Pv 17:11); (Rm 1:29), perversidade (Pv 6:14); (At 3:26), RA), rebelião, rebeldia (1Sm 15:23); (Jr 14:7), engano (Sf 1:9); (2Ts 2:10), injustiça (Jr 22:13); (Rm 1:18), erro, falta (Sl 19:12); (Rm 1:27), impiedade (Pv 8:7); (Rm 1:18), concupiscência (Is 57:5), RA; 1(Jo 2:16), depravidade, depravação (Eze 16:27,43), 58, RA). O pecado atinge toda a raça humana, a partir de Adão e Eva (Gn 3; (Rm 5:12). O castigo do pecado é a morte física, espiritual e eterna (Rm 6:23). Da morte espiritual e eterna

    pecado s. .M 1. Transgressão de qualquer preceito ou regra. 2. Culpa, defeito, falta, vício.

    Pecado No judaísmo da época de Jesus — e no pensamento deste — é qualquer ofensa contra Deus, ação contrária à sua vontade ou violação a algum de seus mandamentos. Transgredir um preceito da Torá é pecado e tem também conseqüências negativas sobre a pessoa, afastando-a de Deus (Mt 9:13; 19,17-19).

    Jesus enfatiza, principalmente, a necessidade de se eliminar as raízes profundas do pecado (Mt 5:27ss.; 6,22ss.; 15,1-20) e chama o pecador à conversão (Lc 11:4; 15,1-32; 13,1ss.; 18,13), porque Deus perdoa todo pecado, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo, isto é, a atitude de resistência ao perdão de Deus, a única atitude que impede a pessoa de recebê-lo. Por amor ao pecador, Jesus acolhe-o (Mt 11:19; Lc 15:1ss.; 19,7) e se entrega à morte expiatória (Mt 26:28; Lc 24:47). Quem recebe esse perdão deve também saber perdoar os pecados dos outros (Mt 18:15.21; Lc 17:3ss.).

    R. Donin, o. c.; Y. Newman, o. c.; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo...


    Quando

    advérbio Denota ocasião temporal; em qual circunstância: disse que a encontraria, mas não disse quando.
    Numa interrogação; em que momento no tempo: quando será seu casamento? Preciso saber quando será seu casamento.
    Em qual época: quando partiram?
    advérbio Rel. Em que: era na quadra quando as cerejeiras floriam.
    conjunção Gramática Inicia orações subordinadas adverbiais denotando: tempo, proporção, condição e concessão.
    conjunção [Temporal] Logo que, assim que: irei quando puder.
    conjunção Prop. À medida que: quando chegaram ao hotel, tiveram muitos problemas.
    conjunção [Condicional] Se, no caso de; acaso: só a trata bem quando precisa de dinheiro.
    conjunção Conce. Embora, ainda que: vive reclamando quando deveria estar trabalhando.
    locução conjuntiva Quando quer que. Em qualquer tempo: estaremos preparados quando quer que venha.
    locução conjuntiva Quando mesmo. Ainda que, mesmo que, ainda quando: iria quando mesmo lho proibissem.
    Etimologia (origem da palavra quando). Do latim quando.

    quando adv. Em que época, em que ocasião, em que tempo. Conj. 1. Posto que. 2. Mas.

    Terém

    substantivo masculino Bras gír Treco.
    Etimologia (origem da palavra terém). De trem.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    I Reis 8: 35 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Quando o céu se fechar, e não houver chuva, por terem pecado contra Ti, e orarem em direção a este lugar, e confessarem o Teu nome, e voltarem atrás dos seus pecados, havendo-os Tu afligido,
    I Reis 8: 35 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    966 a.C.
    H1961
    hâyâh
    הָיָה
    era
    (was)
    Verbo
    H2088
    zeh
    זֶה
    Esse
    (This)
    Pronome
    H2398
    châṭâʼ
    חָטָא
    pecar, falhar, perder o rumo, errar, incorrer em culpa, perder o direito, purificar da
    (from sinning)
    Verbo
    H2403
    chaṭṭâʼâh
    חַטָּאָה
    pecado, pecaminoso
    (sin)
    Substantivo
    H3034
    yâdâh
    יָדָה
    jogar, atirar, lançar
    (will I praise)
    Verbo
    H3588
    kîy
    כִּי
    para que
    (that)
    Conjunção
    H3808
    lôʼ
    לֹא
    não
    (not)
    Advérbio
    H413
    ʼêl
    אֵל
    até
    (unto)
    Prepostos
    H4306
    mâṭar
    מָטַר
    perceber de antemão, prever
    (providing)
    Verbo - particípio no presente médio - nominativo Masculino no Plural
    H4725
    mâqôwm
    מָקֹום
    Lugar, colocar
    (place)
    Substantivo
    H6031
    ʻânâh
    עָנָה
    (Qal) estar ocupado, estar atarefado com
    (and they shall afflict)
    Verbo
    H6113
    ʻâtsâr
    עָצָר
    restringir, reter, fechar, encerrar, suspender, refrear, retardar, impedir, deter
    (has restrained me)
    Verbo
    H6419
    pâlal
    פָּלַל
    intervir, interpor-se, orar
    (and he shall pray)
    Verbo
    H7725
    shûwb
    שׁוּב
    retornar, voltar
    (you return)
    Verbo
    H8034
    shêm
    שֵׁם
    O nome
    (The name)
    Substantivo
    H8064
    shâmayim
    שָׁמַיִם
    os ceús
    (the heavens)
    Substantivo
    H853
    ʼêth
    אֵת
    -
    ( - )
    Acusativo


    הָיָה


    (H1961)
    hâyâh (haw-yaw)

    01961 היה hayah

    uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

    1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
      1. (Qal)
        1. ——
          1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
          2. vir a acontecer, acontecer
        2. vir a existir, tornar-se
          1. erguer-se, aparecer, vir
          2. tornar-se
            1. tornar-se
            2. tornar-se como
            3. ser instituído, ser estabelecido
        3. ser, estar
          1. existir, estar em existência
          2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
          3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
          4. acompanhar, estar com
      2. (Nifal)
        1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
        2. estar pronto, estar concluído, ter ido

    זֶה


    (H2088)
    zeh (zeh)

    02088 זה zeh

    uma palavra primitiva; DITAT - 528; pron demons

    1. este, esta, isto, aqui, qual, este...aquele, esta...esta outra, tal
      1. (sozinho)
        1. este, esta, isto
        2. este...aquele, esta...esta outra, outra, outro
      2. (aposto ao subst)
        1. este, esta, isto
      3. (como predicado)
        1. este, esta, isto, tal
      4. (encliticamente)
        1. então
        2. quem, a quem
        3. como agora, o que agora
        4. o que agora
        5. pelo que
        6. eis aqui
        7. imediatamente
        8. agora, agora mesmo
      5. (poético)
        1. onde, qual, aqueles que
      6. (com prefixos)
        1. neste (lugar), então
        2. nestas condições, por este meio, com a condição que, por, através deste, por esta causa, desta maneira
        3. assim e assim
        4. como segue, coisas tais como estes, de acordo com, com efeito da mesma maneira, assim e assim
        5. daqui, portanto, por um lado...por outro lado
        6. por este motivo
        7. Apesar disso, qual, donde, como

    חָטָא


    (H2398)
    châṭâʼ (khaw-taw')

    02398 חטא chata’

    uma raiz primitva; DITAT - 638; v

    1. pecar, falhar, perder o rumo, errar, incorrer em culpa, perder o direito, purificar da impureza
      1. (Qal)
        1. errar
        2. pecar, errar o alvo ou o caminho do correto e do dever
        3. incorrer em culpa, sofrer penalidade pelo pecado, perder o direito
      2. (Piel)
        1. sofrer a perda
        2. fazer uma oferta pelo pecado
        3. purificar do pecado
        4. purificar da impureza
      3. (Hifil)
        1. errar a marca
        2. induzir ao pecado, fazer pecar
        3. trazer à culpa ou condenação ou punição
      4. (Hitpael)
        1. errar, perder-se, afastar do caminho
        2. purificar-se da impureza

    חַטָּאָה


    (H2403)
    chaṭṭâʼâh (khat-taw-aw')

    02403 חטאה chatta’ah ou חטאת chatta’th

    procedente de 2398; DITAT - 638e; n f

    1. pecado, pecaminoso
    2. pecado, oferta pelo pecado
      1. pecado
      2. condição de pecado, culpa pelo pecado
      3. punição pelo pecado
      4. oferta pelo pecado
      5. purificação dos pecados de impureza cerimonial

    יָדָה


    (H3034)
    yâdâh (yaw-daw')

    03034 ידה yadah

    uma raiz primitiva [veja 1911]; usada somente como denominativo procedente de 3027; DITAT - 847; v

    1. jogar, atirar, lançar
      1. (Qal) atirar (flechas)
      2. (Piel) lançar, lançar ao chão, derrubar
      3. (Hifil)
        1. dar graças, louvar, agradecer
        2. confessar, confessar (o nome de Deus)
      4. (Hitpael)
        1. confessar (pecado)
        2. dar graças

    כִּי


    (H3588)
    kîy (kee)

    03588 כי kiy

    uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

    1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
      1. que
        1. sim, verdadeiramente
      2. quando (referindo-se ao tempo)
        1. quando, se, embora (com força concessiva)
      3. porque, desde (conexão causal)
      4. mas (depois da negação)
      5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
      6. mas antes, mas
      7. exceto que
      8. somente, não obstante
      9. certamente
      10. isto é
      11. mas se
      12. embora que
      13. e ainda mais que, entretanto

    לֹא


    (H3808)
    lôʼ (lo)

    03808 לא lo’

    ou לו low’ ou לה loh (Dt 3:11)

    uma partícula primitiva; DITAT - 1064; adv

    1. não
      1. não (com verbo - proibição absoluta)
      2. não (com modificador - negação)
      3. nada (substantivo)
      4. sem (com particípio)
      5. antes (de tempo)

    אֵל


    (H413)
    ʼêl (ale)

    0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

    partícula primitiva; DITAT - 91; prep

    1. para, em direção a, para a (de movimento)
    2. para dentro de (já atravessando o limite)
      1. no meio de
    3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
    4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
    5. em adição a, a
    6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
    7. de acordo com (regra ou padrão)
    8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
    9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

    מָטַר


    (H4306)
    mâṭar (maw-tawr')

    04306 מטר matar

    procedente de 4305; DITAT - 1187a; n m

    1. chuva

    מָקֹום


    (H4725)
    mâqôwm (maw-kome')

    04725 מקום maqowm ou מקם maqom também (fem.) מקומה m eqowmaĥ מקמה m eqomaĥ

    procedente de 6965; DITAT - 1999h; n m

    1. lugar onde permanecer, lugar
      1. lugar onde permanecer, posto, posição, ofício
      2. lugar, lugar de residência humana
      3. cidade, terra, região
      4. lugar, localidade, ponto
      5. espaço, quarto, distância
      6. região, quarteirão, direção
      7. dar lugar a, em lugar de

    עָנָה


    (H6031)
    ʻânâh (aw-naw')

    06031 ענה ̀anah

    uma raiz primitiva [possivelmente melhor identificada com 6030 pela idéia de menosprezar ou intimidar]; DITAT - 1651,1652; v.

    1. (Qal) estar ocupado, estar atarefado com
    2. afligir, oprimir, humilhar, ser oprimido, ser curvado
      1. (Qal)
        1. ser abaixado, tornar-se baixo
        2. ser rebaixado, estar abatido
        3. ser afligido
        4. inclinar-se
      2. (Nifal)
        1. humilhar-se, curvar
        2. ser afligido, ser humilhado
      3. (Piel)
        1. humilhar, maltratar, afligir
        2. humilhar, ser humilhado
        3. afligir
        4. humilhar, enfraquecer-se
      4. (Pual)
        1. ser afligido
        2. ser humilhado
      5. (Hifil) afligir
      6. (Hitpael)
        1. humilhar-se
        2. ser afligido

    עָצָר


    (H6113)
    ʻâtsâr (aw-tsar')

    06113 עצר ̀atsar

    uma raiz primitiva; DITAT - 1675; v.

    1. restringir, reter, fechar, encerrar, suspender, refrear, retardar, impedir, deter
      1. (Qal)
        1. restringir, fazer alto, parar
        2. reter
      2. (Nifal) ser impedido, ser retardado, estar sob restrição

    פָּלַל


    (H6419)
    pâlal (paw-lal')

    06419 פלל palal

    uma raiz primitiva; DITAT - 1776; v.

    1. intervir, interpor-se, orar
      1. (Piel) mediar, julgar
      2. (Hitpael)
        1. interceder
        2. orar

    שׁוּב


    (H7725)
    shûwb (shoob)

    07725 שוב shuwb

    uma raiz primitiva; DITAT - 2340; v.

    1. retornar, voltar
      1. (Qal)
        1. voltar, retornar
          1. voltar
          2. retornar, chegar ou ir de volta
          3. retornar para, ir de volta, voltar
          4. referindo-se à morte
          5. referindo-se às relações humanas (fig.)
          6. referindo-se às relações espirituais (fig.)
            1. voltar as costas (para Deus), apostatar
            2. afastar-se (de Deus)
            3. voltar (para Deus), arrepender
            4. voltar-se (do mal)
          7. referindo-se a coisas inanimadas
          8. em repetição
      2. (Polel)
        1. trazer de volta
        2. restaurar, renovar, reparar (fig.)
        3. desencaminhar (sedutoramente)
        4. demonstrar afastamento, apostatar
      3. (Pual) restaurado (particípio)
      4. (Hifil) fazer retornar, trazer de volta
        1. trazer de volta, deixar retornar, pôr de volta, retornar, devolver, restaurar, permitir voltar, dar em pagamento
        2. trazer de volta, renovar, restaurar
        3. trazer de volta, relatar a, responder
        4. devolver, retribuir, pagar (como recompensa)
        5. voltar ou virar para trás, repelir, derrotar, repulsar, retardar, rejeitar, recusar
        6. virar (o rosto), voltar-se para
        7. voltar-se contra
        8. trazer de volta à memória
        9. demonstrar afastamento
        10. reverter, revogar
      5. (Hofal) ser devolvido, ser restaurado, ser trazido de volta
      6. (Pulal) trazido de volta

    שֵׁם


    (H8034)
    shêm (shame)

    08034 שם shem

    uma palavra primitiva [talvez procedente de 7760 com a idéia de posição definida e conspícua; DITAT - 2405; n m

    1. nome
      1. nome
      2. reputação, fama, glória
      3. o Nome (como designação de Deus)
      4. memorial, monumento

    שָׁמַיִם


    (H8064)
    shâmayim (shaw-mah'-yim)

    08064 שמים shamayim dual de um singular não utilizado שׂמה shameh

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser alto; DITAT - 2407a; n. m.

    1. céu, céus, firmamento
      1. céus visíveis, firmamento
        1. como a morada das estrelas
        2. como o universo visível, o firmamento, a atmosfera, etc.
      2. Céus (como a morada de Deus)

    אֵת


    (H853)
    ʼêth (ayth)

    0853 את ’eth

    aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

    1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo