Enciclopédia de I Samuel 9:26-26

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1sm 9: 26

Versão Versículo
ARA Levantaram-se de madrugada; e, quase ao subir da alva, chamou Samuel a Saul ao eirado, dizendo: Levanta-te; eu irei contigo para te encaminhar. Levantou-se Saul, e saíram ambos, ele e Samuel.
ARC E se levantaram de madrugada; e sucedeu que, quase ao subir da alva, chamou Samuel a Saul ao eirado, dizendo: Levanta-te, e despedir-te-ei. Levantou-se Saul, e saíram para fora ambos, ele e Samuel.
TB Levantaram-se cedo; e, ao raiar do dia, chamou Samuel a Saul, no eirado, dizendo: Levanta-te para eu te despedir. Levantou-se Saul, e saíram ambos para fora, ele e Samuel.
HSB וַיַּשְׁכִּ֗מוּ וַיְהִ֞י כַּעֲל֤וֹת הַשַּׁ֙חַר֙ וַיִּקְרָ֨א שְׁמוּאֵ֤ל אֶל־ שָׁאוּל֙ [הגג] (הַגָּ֣גָה) לֵאמֹ֔ר ק֖וּמָה וַאֲשַׁלְּחֶ֑ךָּ וַיָּ֣קָם שָׁא֗וּל וַיֵּצְא֧וּ שְׁנֵיהֶ֛ם ה֥וּא וּשְׁמוּאֵ֖ל הַחֽוּצָה׃
BKJ E eles se levantaram cedo; e sucedeu que, por volta do raiar do dia, Samuel chamou Saul para cima da casa, dizendo: Levanta-te, para que eu possa te enviar. E Saul se levantou, e ambos saíram, ele e Samuel, para longe.
LTT E se levantaram de madrugada; e sucedeu que, quase ao subir do amanhecer, chamou Samuel a Saul ao terraço-cobertura, dizendo: Levanta-te, e despedir-te-ei. Levantou-se Saul, e saíram ambos para fora, ele e Samuel.
BJ2 e ele se deitou.[v] Ao raiar da aurora, Samuel chamou Saul, no terraço, e disse: "Levanta-te, vim despedir-me." Saul se levantou, e Samuel e ele saíram juntos para fora.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Samuel 9:26

Gênesis 19:14 Então, saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos; saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade. Foi tido, porém, por zombador aos olhos de seus genros.
Gênesis 44:4 Saindo eles da cidade e não se havendo ainda distanciado, disse José ao que estava sobre a sua casa: Levanta-te e persegue aqueles varões; e, alcançando-os, lhes dirás: Por que pagastes mal por bem?
Josué 7:13 Levanta-te, santifica o povo e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Anátema há no meio de vós, Israel; diante dos vossos inimigos não podereis suster-vos, até que tireis o anátema do meio de vós.
Juízes 19:28 E ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém não respondeu; então, pô-la sobre o jumento, e levantou-se o homem, e foi-se para o seu lugar.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A AMEAÇA FILISTÉIA

séculos XII a XI a.C.
QUEM ERAM OS FILISTEUS
Sem dúvida, os filisteus representavam a ameaça mais séria à nação de Israel. Em seu quinto ano de reinado - 1180 a.C. Ramsés Ill, rei do Egito, derrotou os "povos do mar" numa batalha naval corrida, provavelmente, na foz do Nilo. Seus atos foram registrados em relevos entalhados nas paredes do templo consagrado a Amon em Medinet Habu, na margem ocidental do Nilo, próximo a Tebas. Esses relevos mostram os povos do mar chegando no Egito em carroções e embarcações .com suas famílias e pertences (parte do povo se deslocou por terra, acompanhando a costa do Levante). Um dos grupos dos povos do mar, chamado de pereset, é retratado usando adornos para a cabeça feitos com penas ou pedaços de junco alinhados perpendicularmente a uma faixa horizontal. Esse grupo corresponde as filisteus do Antign Testamento.
Um dos símbolos pictográficos encontrados num disco de argila em Festo, Creta, datado do século XVII a.C., mostra um adorno para a cabeça bastante parecido com os de Medinet Habu. Esta semelhança e a referência de Amós a Caftor' como local de procedência dos filisteus indicam que eram um grupo de origem cretense. A designação Caftor é equiparada com o nome egípcio Keftyw ("Creta"). E provável que os filisteus tenham sido expulsos de Creta por outros povos do mar, cuja identidade não vem ao caso aqui. Porém, estudos de anéis anuais de árvores europeias e mudanças de nível em turfeiras e lagos sugerem a ocorrência de uma crise no clima da Europa c. 1200 a.C., fato que pode ter desencadeado as migrações.
Os egípcios afirmavam ter conquistado uma grande vitória em sua batalha contra os povos do mar. O Papiro de Harris de Ramsés IV (1153-1147 a.C.) - um papiro com 40 m de comprimento no qual se encontram registrados os acontecimentos do reinado de Ramsés III - declara: "Derrotei todos aqueles que ultrapassaram os fronteiras do Egito, vindos de suas terras. Aniquilei o povo danuna vindo de suas ilhas, os tiekker e os pereset (filisteus)... os sherden e os weshwesh do mar foram exterminados". Os filisteus derrotados se assentaram na planície costeira do sul da Palestina, daí o nome dessa região.

A CULTURA FILISTÉIA
À chegada dos filisteus na Palestina é marcada em termos arqueológicos por suas cerâmicas peculiares (Período Micênico HIC1b), bastante semelhantes a exemplares egeus. Os filisteus foram o primeiro povo a usar o ferro na Palestina e, portanto, arqueologicamente, sua chegada também é marcada pela transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro. Devido ao monopólio desse metal pelos filisteus, os israelitas se tornarem dependentes de seus ferreiros para afar ferramentas. Cinco cidades filistéias importantes foram fundadas na costa do Mediterrâneo ou próximo a esta: Gaza, Asquelom, Asdode, Ecrom e Gate. O governante da cidade era chamado, em hebraico, de seren, um termo usado apenas para governantes filisteus e associado, por meio da língua grega, à palavra "tirano".

SANSÃO
O juiz Sangar libertou Israel dos filisteus, mas quem recebe destaque é Sansão, o juiz com forças sobre-humanas demonstradas quando ele matou mil homens com a queixada de um jumento e carregou a porta da cidade de Gaza até o alto de um monte? que julgou sobre Israel durante doze anos.* Seu ponto fraco, a atração por mulheres estrangeiras, o levou a perder os cabelos, a força e a visão. Apesar de seus atos de heroísmo dramáticos, Sansão não livrou Israel da opressão filistéia.

SAMUEL
Os filisteus representavam uma ameaça inigualável.' Eram soldados disciplinados possuíam armas superiores às dos israelitas. Cansados de invadir e saquear periodicamente o território de Israel, procuraram conquistá-lo em caráter definitivo. Deslocando-se do litoral para o interior, ocuparam grande parte dos montes da região central. Foi nesse contexto que Samuel cresceu na cidade de Siló, na região montanhosa de Efraim. Ali ficava o tabernáculo, ao qual haviam sido acrescentadas algumas construções permanentes," formando um complexo chamado de "templo do Senhor"." Durante sua juventude, Samuel foi instruído pelo sacerdote idoso Eli. Ao atingir a idade adulta, Samuel foi reconhecido como profeta do Senhor em todo o Israel, desde Da até Berseba. Também atuou como juiz, percorrendo um circuito que incluía Betel, Gilgal, Mispa e Ramá, a cidade onde morava.

OS FILISTEUS TOMAM A ARCA
De acordo com o livro de Samuel, depois que os filisteus mataram quatro mil israelitas no campo de batalha em Afeca, o povo pediu que a arca da Aliança fosse trazida de Siló para o acampamento israelita em Ebenézer (possivelmente Izbet Sarteh). Quando os filisteus ouviram os gritos de júbilo dos israelitas, pensaram que um deus havia chegado ao acampamento de Israel. Na batalha subsequente, os israelitas foram massacrados: trinta mil soldados, inclusive os dois filhos rebeldes de Eli, morreram e a arca da aliança foi tomada. Ao receber essa notícia, Eli caiu da cadeira onde estava assentado, quebrou o pescoço e morreu. Sua nora também morreu durante o parto, exclamando: "Foi-se a glória de Israel" (1Sm 4:22).
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de I Samuel Capítulo 9 do versículo 1 até o 27
SEÇÃO II

SAUL TORNA-SE REI

I Samuel 9:1-15.35

A carreira diversificada do primeiro rei de Israel é mais extensamente detalhada do que a história de qualquer monarca, com a exceção de Davi. O relato ocupa o balanço de I Samuel, em que a última parte apresenta o relacionamento entre Saul e Davi'.

A. A ESCOLHA E A COROAÇÃO DE SAUL, 9:1-12.25

1. A Escolha de um Rei (9:1-27)

Como é de costume, o registro começa com a genealogia de Saul, que parte através de Quis, seu pai, Abiel (14.51), Zeror, Becorate e Afias, que é identificado como filho de um homem de Benjamim. Em I Samuel 14:51; I Crônicas 8:33 ; 9.39 apresenta-se Ner como o pai de Quis, uma aparente discrepância, melhor compreendida quando en-tendemos que as genealogias bíblicas freqüentemente omitem algumas gerações. Varão alentado em força (1) é a expressão usada para descrever Quis. Ela pode indicar a sua riqueza ou a sua bravura, ou ambas. De qualquer maneira, o registro mostra que Saul vinha de uma família importante e abastada da tribo de Benjamim – uma família de boa situação econômica e altamente respeitada.

O próprio Saul é descrito como jovem e tão belo (2). O termo hebraico utilizado não indica necessariamente juventude, mas sim o apogeu da vida – pois Saul tinha pelo menos um filho adulto na época de sua escolha como rei. Belo... mais belo – a palavra em hebraico indica uma impressão favorável e pode significar "bonito, elegante, bem feito, robusto". Uma menção especial é feita à altura de Saul.

O extravio das jumentas de Quis é a ocasião para o primeiro encontro entre Saul e o profeta Samuel. A casa da família de Quis ficava em Gibeá (11.14; 2 Sm 21,6) e a procura foi feita pela região montanhosa de Efraim (4) e por um distrito conhecido como Salisa, não identificado de outra maneira. Saalim é igualmente desconhecida, mas Zufe (5) é a área onde se localizava Ramá, a cidade de Samuel, ao sul do território da tribo de Benjamim Depois de três dias (cf. 20), Saul concluiu que àquela altura seu pai deixara de pensar nos animais e passara a se preocupar com o seu filho e o seu servo.

Quando eles estavam prestes a abandonar a busca, o servo sugeriu uma consulta a Samuel, descrito como um homem de Deus, e homem honrado (ou estimado) (6). Esta cidade seria Ramá, a terra de Samuel. O fato de que Saul não parece ter conheci-mento de Samuel levantou alguns debates entre os estudiosos do Antigo Testamento, e foi usado para argumentar a favor da teoria das duas fontes dos livros de Samuel. No entanto, isso pode ser suficientemente justificado pelo fato de que nessa época Saul era um jovem tímido e reservado, ocupado com o trabalho da fazenda e aparentemente sem interesse pelos assuntos políticos ou religiosos. É possível também que o servo, mais velho, estivesse mais familiarizado com o território, o que trouxe Samuel à sua mente e não à de Saul.2

A cortesia exigia que se levasse um presente, e Saul objetou que eles não o possuíam, uma vez que o pão de nossos alforjes se acabou (7), ou, como diz Moffatt: "nossos sacos já não têm pão". O servo tinha consigo um quarto de um siclo de prata (8). Como não existia a cunhagem de moedas naquela época, os metais eram pesados. Essa quantidade corresponderia aproximadamente à oitava parte de uma onça, com um valor aproximado de dez centavos de dólar na atualidade, mas que valia muito mais naqueles dias.

Um parêntesis é fornecido no versículo 9, a fim de indicar a data posterior do registro da narração. Aqui se explica que a pessoa conhecida como profeta na época em que o registro foi feito era chamado vidente nos dias de Saul e também anteriormente a ele. Roeh ou "vidente" refere-se principalmente ao fato da visão profética. O profeta é aquele que "vê". Esse era, sem dúvida, o nome popular para os homens de Deus nos tempos antigos. Nabi ou "profeta" tinha referência particular à proclamação pública da vontade de Deus, conforme discernido através da visão profética. O último uso da palavra "viden-te" no Antigo Testamento é encontrado em conexão com a época de Asa, no início do século X a.C.'

Os dois chegaram em uma boa hora, pois as moças que saíam a tirar água (11) disseram a Saul e ao seu servo que somente naquele dia Samuel tinha retornado à cida-de. O trabalho das jovens de retirar e carregar água nos tempos bíblicos é freqüentemente refletido no Antigo Testamento (por exemplo, Gn 24:11-43; Êx 2:16). Era considerado um trabalho humilde (Js 9:21-27). A expressão no alto (12) freqüentemente reflete a refe-rência no Antigo Testamento aos "lugares altos" como lugares de adoração. Durante o período em que não havia tabernáculo central nem templo, os sacrifícios autorizados e a adoração ao Senhor eram realizados ali. Depois da construção do Templo, os "lugares altos" tornaram-se sinônimos de idolatria.

Comer (13) — as épocas de sacrifício e adoração eram ocasiões para se comer em conjunto. Exceto no caso do "sacrifício completo em holocausto" — no qual tudo era consu-mido pelo fogo no altar — somente o sangue e o fígado, com o seu envoltório (o redenho), do animal sacrificado eram ofertados ao Senhor (Êx 29:13-22; Lv 3:4-10,15). O que so-brasse das carcaças era comido pelos sacerdotes e pelos adoradores. Samuel lhes saiu ao encontro (14) — melhor ainda "Samuel saiu e veio em direção a eles".

Samuel fora avisado sobre o encontro. O Senhor o revelara aos ouvidos de Samuel (15), ou "o Senhor tinha revelado a Samuel". O homem que viria até ele deveria ser ungido capitão sobre o meu povo de Israel (16). Capitão — do hebraico nagid -significa "príncipe, chefe, cabeça" (cf. 17, dominará). Os filisteus novamente ameaça-vam e oprimiam 1srael depois de terem sido anteriormente derrotados por Samuel. O profeta apresentou-se a Saul no meio da porta (18) — que seria a entrada da cidade. Samuel lhe disse para ir ao lugar de sacrifício e do banquete e declarou-lhe: pela manhã te despedirei e tudo quanto está no teu coração to declararei (19). Saul provavel-mente estivesse preocupado com a opressão dos inimigos de Israel. O jovem não devia mais se preocupar com os animais perdidos, porque haviam sido encontrados. Todo o desejo de Israel (20) traduz melhor como "todas as coisas desejáveis de Israel". Saul tinha viera procurar as jumentas. Ao invés disso, receberia um reino. A sua modesta renúncia (21) era em parte verdadeira — porque Benjamim tornara-se a menor das tribos de Israel (Jz 19:21) — e em parte era uma indicação do seu espírito modesto e humilde.

Saul foi conduzido à câmara (22), ou sala de jantar, e colocado no lugar de honra entre os trinta convidados acomodados na sala. A espádua (24) do animal sacrificado, reservada para o sacerdote que presidia e que fora cerimonialmente apresentada ante o altar do Senhor, foi colocada diante de Saul como um símbolo da mais alta honra. Le-vantou significa literalmente "alçou" — cf. Êx 29:27; Lv 7:34; etc. Guardou-se — melhor "manteve" ou "reservou".

Ao retornar à casa do profeta na cidade, chamou Samuel a Saul ao eirado (25). Na Septuaginta lê-se: "Uma cama foi preparada para Saul sobre o telhado, e ele deitou-se para dormir" ou, como nas versões modernas: Aí arruinaram uma cama para Saul no terra-ço, e ele dormiu ali. Sem dúvida, o homem mais velho passou o tranqüilo entardecer ao lado de Saul, a fim de falar-lhe sobre os assuntos nacionais e religiosos da época. Os tetos achatados das casas orientais eram (e são) freqüentemente usados como lugares para dor-mir. O telhado da casa do profeta também fornecia a privacidade necessária para tal con-versa. No versículo 26, conforme a versão Berkeley: "E se levantaram de madrugada; e sucedeu que, quase ao subir da alva, chamou Samuel a Saul ao eirado, e disse-lhe: Levan-ta-te, e despedir-te-ei. Levantou=se Saul, e saíram ambos, ele e Samuel". Na extremidade da cidade, ordenou-se ao servo que fosse antes, e Samuel disse a Saul a palavra de Deus (27).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de I Samuel Capítulo 9 do versículo 1 até o 27
*

9.1 homem de bens. O versículo inicial do relato das aventuras de Saul tem semelhança de forma com o início da narrativa do nascimento de Samuel (1.1). Nos dois casos, o pai da personagem principal é apresentado com referências genealógicas suficientes para sugerir um homem de posição. Também na apresentação de Samuel somos informados a respeito da observância religiosa fiel do pai (1.3-5), ao passo que no presente relato passamos a conhecer imediatamente Saul (v. 2), e o enfoque permanece exclusivamente em qualidades externas.

* 9:2

filho... moço... belo. A ênfase dessa descrição é a estatura física de Saul e sua aparência impressionante. Compare com a descrição de Absalão em 2Sm 14:25, 26.

* 9:6

Nesta cidade há um homem de Deus. Que Saul não tem consciência da presença e da reputação do homem de Deus, ou que não pensou em consultá-lo, reflete negativamente sobre seu julgamento.

tudo quanto ele diz, sucede. O homem de Deus é Samuel, de quem foi dito em 3.19 que o Senhor deixou nenhuma de todas as suas palavras cair em terra.

* 9:7

presente não temos que levar ao homem de Deus. Josefo (Antigüidades 6.4,1) interpreta as palavras de Saul como sinal de que ignorava que um profeta verdadeiro não aceitaria pagamento. Os escritos dos profetas de Israel revelam desdém por aqueles que profetizam por dinheiro (Mq 3:5, 11), embora haja várias referências a bens sendo oferecidos em troca de favores proféticos (p.ex., 1Rs 14:3; 2Rs 4:42; 8:8). Em dois casos o pagamento é explicitamente recusado (13 7:11-13.9'>1Rs 13:7-9; 2Rs 5:15, 16), e em certa ocasião em que bens são aceitos, o pagamento não beneficia pessoalmente o profeta, mas é distribuído entre o povo (2Rs 4:42).

* 9:9

ao profeta... antigamente, se chamava vidente. Os termos são sinônimos.

* 9:12

Elas responderam. No hebraico, os vs. 12, 13 transmitem emoção e animação quando as moças conclamam Saul a subir depressa à cidade, onde chegará na hora certa de se encontrar com Samuel.

no alto. Embora fosse reconhecido que semelhantes lugares altos (freqüentemente locais da adoração cananéia) postulavam uma nítida ameaça contra a pureza da adoração israelita (p.ex., Lv 26:30; Nm 33:52; Dt 12:2, 3; Jr 2:20), fica aparente em trechos semelhantes a este que a adoração a Javé, às vezes, era dirigida ali, especialmente durante o primeiro período da monarquia (10.5; 1Rs 3:2-4). Semelhantes cultos podem ter se tornado necessários pela perda do santuário em Silo (1.3, nota). Depois da divisão do reino, a adoração no "altos" era um problema grave tanto no norte (1Rs 12:31, 32; 13 32:11-13.34'>13 32:34) quanto no sul (1Rs 14:22-24). A remoção dos "altos" foi um dos alvos principais dos movimentos de reforma dirigidos pelos reis do sul, tais como Ezequias (2Rs 18:4) e Josias (2Rs 23:5).

* 9:16

o qual ungirás. Ver nota em 2.10.

príncipe. A palavra parece ser um título para "alguém designado para reinar" (conforme seu uso com referência a Salomão como príncipe herdeiro em 1Rs 1:35). A tarefa de Saul no contexto imediato é libertar Israel dos filisteus e, no contexto do cap. 8, a pressuposição lógica é a de que ele passará a ser rei.

filisteus. Ver nota em 4.1.

* 9:18

Saul se chegou a Samuel. O fato de que Saul não reconheceu Samuel é um indício perturbador da insensibilidade e descuido espirituais que caracterizarão Saul cada vez mais à medida em que a narrativa progride.

* 9:20

tudo o que é precioso em Israel. Essa expressão [também pode ser compreendida como: "todo o desejo de Israel"] talvez sugira que Saul é exatamente o tipo de rei que o povo deseja no cap. 8.

* 9:24

Tomou... a coxa... e a pôs diante de Saul. O tratamento dado a Saul ilustra, não somente a mudança de sua condição social que acabara de ser elevada, mas também a previsão que Samuel, com a ajuda divina, fizera da sua chegada (vs. 15, 16).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de I Samuel Capítulo 9 do versículo 1 até o 27
9:3 Saul foi enviado por seu pai em uma missão importante: encontrar seus asnas extraviadas. Nos tempos bíblicos, as asnas eram animais multiusos; eram os "caminhões de carga". Usadas como transporte, arrasto e para tarefas agrícolas, eram consideradas como de primeira necessidade. Inclusive a família mais pobre possuía uma asna. Ser dono de vários era sinal de riqueza e as perder era um desastre. O pai do Saul era rico (9.1). Suas numerosas asnas eram evidência dessa riqueza.

9.3ss Pelo general, pensamos que as coisas nos acontecem, mas como aprendemos da história do Saul, Deus freqüentemente utiliza os sucessos comuns para nos guiar aonde O quer. É muito importante que avaliemos todas as situações como potenciais "encontros divinos" desenhados para forjar nossas vidas. Pense em todas as circunstâncias boas e más que o afetaram nos últimos dias. Pode ver nelas o propósito de Deus? Possivelmente está construindo uma certa qualidade em sua vida ou guiando-o para que o sirva em uma nova área.

9:6 A cidade onde disse o servente que vivia o profeta era provavelmente Ramá, porque Samuel se transladou para lá depois da batalha dos filisteus perto de Silo (7.17). A falta de conhecimento do Saul a respeito do Samuel mostrava sua ignorância sobre os assuntos espirituais. Saul e Samuel incluso viviam no mesmo território, Benjamim.

9:21 "por que, pois, há-me dito coisa semelhante?" O arrebatamento do Saul revela um problema ao qual se enfrentaria em repetidas oportunidades: seu complexo de inferioridade. Como uma folha sacudida pelo vento, Saul vacilava entre seus sentimentos e suas convicções. Tudo o que dizia e fazia era por motivos egoístas, porque vivia para si mesmo. Por exemplo, disse que sua família era a menos importante da tribo "mais pequena" no Israel, mas em 9.1 disse exatamente o oposto. Não queria enfrentar-se à responsabilidade a que Deus o chamava. Mais tarde, conservou algumas costure do bota de cano longo de guerra que não devia e logo tratou de culpar a seus soldados (15,21) enquanto afirmava que realmente o tinha tomado para sacrificá-lo a Deus (15.15).

Apesar de que foi chamado Por Deus e que tinha uma missão na vida, Saul lutou constantemente com a inveja, a insegurança, a arrogância, a impulsividade e a traição. devido a que não podia permitir que o amor de Deus lhe desse descanso a seu coração, nunca chegou a ser o homem de Deus.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de I Samuel Capítulo 9 do versículo 1 até o 27

V. SAUL feito rei (1Sm 9:1)

1 Ora, havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afia, filho de filho de Benjamim, um homem valoroso. 2 E ele tinha um filho, cujo nome era Saul, um jovem e um formoso; e não havia entre os filhos de Israel uma pessoa mais belo do que ele; desde os ombros para cima ele era maior do que qualquer do Pv 3:1 E os jumentos de Kish , o pai de Saul, foram perdidos.E disse Quis a Saul, seu filho: Toma agora um dos servos com ti, e levanta-te, vai procurar as jumentas. 4 E ele passou pela região montanhosa de Efraim, e passaram à terra de Salisa, mas não os achou : depois passaram à terra de Saalim, e lá eles não eram, e ele passou pela terra de Benjamim, mas não os achou.

5 Quando chegaram à terra de Zufe, Saul disse para o moço que ia com ele: Vem, e voltemos, para que meu pai deixe de inquietar-se pelas jumentas e se aflija por causa de Nu 6:1 E disse-lhe: Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e ele é um homem que é realizada em honra; tudo o que ele diz sucede assim infalivelmente: agora vamos ir para lá; porventura nos dizer a respeito de nossa jornada sobre o qual nós vamos. 7 Então, disse Saul ao moço: Eis, porém, se lá formos, que levaremos ao homem? para o pão é gasto em nossos navios, e não há um presente para levar ao homem de Deus: o que temos 8 E o servo respondeu Saul novamente, e disse: Eis que eu tenho na minha mão um quarto de um siclo de prata, o qual darei ao homem de Deus, para que nos mostre o caminho. 9 (Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e subamos ao vidente, pois . ele que agora é chamado de Profeta foi dantes chamado de Seer) 10 Então, disse Saul ao moço: Bem dizes; vir, vamo-nos. Então eles foram até a cidade onde o homem de Deus se.

11 Como eles iam subindo à cidade, encontraram umas moças que saíam para tirar água, e disse-lhes: Está aqui o vidente? 12 E eles lhes respondeu, e disse: Ele é; eis que ele está diante de ti; apressa agora, pois ele é vir-a-dia para a cidade; . para as pessoas têm um sacrifício a-dia, no alto Dt 13:1)

15 Agora, o Senhor tinha revelado a Samuel, um dia antes de Saul chegar, dizendo: 16 Amanhã a estas horas te enviarei um homem da terra de Benjamim, e qual ungirás por príncipe sobre o meu povo de Israel; e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus. pois olhei para o meu povo, porque o seu clamor chegou a mim 17 E quando Samuel viu a Saul, o Senhor disse-lhe: Eis que o homem de quem eu disse para ti! este mesmo terá autoridade sobre o meu Pv 18:1 Então Saul se chegou a Samuel na porta, e disse: Diga-me, peço-te, onde é a casa do vidente. 19 E Samuel respondeu Saul, e disse: Eu sou o vidente; sobe diante de mim ao alto, porque haveis de comer comigo a-dia, e na manhã eu te deixarei ir, e te direi tudo o que há no teu coração. 20 E quanto às jumentas que se perderam três dias atrás, não o teu coração com elas; pois eles são encontrados. E para quem é tudo o que é desejável em Israel? Não é para ti, e para toda a casa de teu pai? 21 E Saul respondeu e disse, não sou eu benjamita, da menor das tribos de Israel? e minha família a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que, então tu dizes-me desta maneira?

22 Então tomou Samuel Saul e seu servo, e os trouxe para o quarto de hóspedes, e deu-lhes o primeiro lugar entre os convidados, que eram cerca de trinta pessoas. 23 E disse Samuel ao cozinheiro: Traze a porção que Dei-te, que eu te disse: Defini-lo por ti. 24 E o cozinheiro pegou a coxa, e que o que havia nela, e pô-la diante de Saul. E Samuel disse: Eis que aquilo que foi reservado! configurá-lo diante de ti e comei; porque até a hora marcada vos foi guardado para ti, pois eu disse, eu com os convidados. Assim comeu Saul naquele dia com Samuel.

25 E, quando desceram do alto para a cidade, ele conversou com Saul, no eirado. 26 E eles levantaram de madrugada e ele veio para passar sobre a primavera do dia, chamou Samuel a Saul ao eirado, dizendo: Levanta, para que eu não te deixar partir. E Saulo levantou-se, e saíram ambos, ele e Samuel, no exterior. 27 À medida que desciam para a extremidade da cidade, Samuel disse a Saul: Dize ao moço que passe adiante de nós (e ele passou), porém tu espera agora em primeiro lugar, para que eu possa fazer-te ouvir a palavra de Deus.

Samuel estava ciente de que ele foi para atender o homem a quem Deus havia escolhido para ser rei. Jeová tinha descoberto a orelha de Samuel (margem, v.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de I Samuel Capítulo 9 do versículo 1 até o 27
Esses capítulos cobrem a vida ante-rior de Saul e registram os pecados que o levaram a ser rejeitado pelo Senhor.

  • O pedido por um rei (8—10)
  • Desde o início, Jeová era o Rei de Is-rael e cuidava da nação, mas agora os anciãos queriam um rei para li-derá-los. Diversos fatores motivaram esse pedido: (1) os filhos de Samuel não eram piedosos, e os anciãos te-miam que eles levassem a nação a se desviar quando Samuel morresse; (2) durante a época dos juizes, a nação tivera uma série de líderes temporá-rios, e os anciãos queriam um gover-nante mais permanente; e (3) Israel queria ser como as outras nações e ter um rei a quem honrar. As nações poderosas que havia ao redor de Is-rael eram uma ameaça constante, e os anciãos sentiam que um rei traria mais segurança. A reação de Samuel ao pedido deles demonstra que ele compreendeu integralmente a des-crença e a rebelião deles: eles esta-vam rejeitando Jeová. A nação, ao escolher Saul, rejeitou o Pai; muito tempo depois, ao escolher Barrabás, rejeitou o Filho; e quando escolheu os próprios líderes, em vez do teste-munho dos apóstolos, rejeitou o Es-pírito Santo (At 7:51).

    Essa é uma imagem da tole-rância de Deus: ele concedeu-lhe o pedido, mas advertiu-a a respei-to do custo disso. Veja Deuteronô- mio 17:14-20, para verificar a pro-fecia de Moisés a respeito desse acontecimento. A nação escutou Samuel e, mesmo assim, pediu um rei! O povo queria ser como as ou-tras nações, embora Deus o tivesse chamado para ser separado dessas outras nações. O capítulo 9 explica como Saul chegou a Samuel e, em particular, foi ungido para o reina-do. Em 9:21, observe a humildade dele, e também em 10:22, quando ele hesita em ficar de pé diante do povo. Deus deu três sinais especiais a Saul para certificá-lo de que fora o escolhido (10:1-7). Samuel tam-bém instruiu Saul a permanecer em Gilgal e esperar pela chegada dele (10:8). Pode-se traduzir o versícu-lo 8 da seguinte forma: "Quando você for adiante de mim a Gilgal" — isto é, em alguma data futura, quando o rei Saul estivesse com o exército pronto para a batalha. Esse evento aconteceu alguns anos mais tarde; veja o capítulo 13.

    Saul tinha tudo a seu favor: (1) um corpo forte (10:23); (2) uma mente humilde (9:21); (3) um novo coração (10:9); (4) poder espiritual (10:10); (5) amigos leais (10:26); e, acima de tudo, (6) a orientação e as orações de Samuel. Contudo, ele, a despeito dessas vantagens, fracassou miseravelmente. Por quê? Por-que não permitiu que Deus fosse o Senhor de sua vida.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de I Samuel Capítulo 9 do versículo 1 até o 27
    9.1 Havia (ver 1.1). Quis, filho de Abiel. Em 1Cr 8:33 e 9.39 lemos: "Ner gerou a Quis". Examinando-se os textos, e cientes do hábito semita de usar, freqüentemente, listas cronológicas abreviadas, citando apenas os nomes das pessoas mais ilustres (e.g., Jesus, filho de Davi), verificamos que a árvore genealógica de Saul é a seguinte: Abiel, Ner, Quis, e Saul, Abner, o grande general de Saul, era seu tio, e irmão de Quis (14.5051).

    9.2 Saul, "Pedido de Deus". Sobressaía... alto e vistoso justamente como o povo o quisera.

    • N. Hom. 9.3
    1) A chamada de Saul relaciona-se com jumentos (animais teimosos);
    2) A chamada de Davi relaciona-se com ovelhas (animais obedientes, 16.11).
    9.4 Saul atravessou várias regiões buscando as jumentas, por vários dias, o que deu ao povo a oportunidade de reparar no seu físico impressionante.
    9.5 Terra de Zufe. Nas proximidades de Ramá. Como tivesse andado muito, resolveram consultar o vidente que estava perto, em Ramá.

    9.7 Que levaremos? Era costume não se apresentar diante de um superior, e mesmo de um igual, sem levar um presente.

    9.8 Quarto de siclo de prata. Um denário - cerca Dt 15:0; Dt 25:7; Lm 5:14).

    9.17 Dominará. O verbo açar significa "dominar, oprimir, prevalecer". O povo teria um governo duro. O rei seria mais um dominador que governador.

    9.20 Para quem está reservado tudo. Não precisa preocupar-se com nada, para quem em breve pertencerá tudo.

    9.21 Menor dos tribos. A tribo de Benjamim ainda não estava refeita do morticínio sofrido em Juízes 20. Parece que, no fundo, Saul sentia o complexo dessa derrota da sua tribo, complexo que exteriorizaria mais tarde, na matança dos sacerdotes em Nobe (22:16-19).

    9.22 Lugar de honra. Samuel respeitou a pessoa que Deus escolheu para ser um agente Seu.

    9.24 Este versículo segue o texto grego (LXX) e não o texto hebraico (TM); no texto hebraico é o cozinheiro que fala a Saul, e não Samuel. Com o que havia nela. O hebraico (vehealeyah) é obscuro. É traduzido por rins, rabada, a parte mais gostosa do animal sacrificado, o que se come junto com a carne.

    9.25 Eirado. Terraço no alto da casa lugar próprio para meditar e repousar. O texto grego (LXX) acrescenta: "onde se preparou uma cama para Saul dormir".

    9.27 A revelação divina é entregue a Saul em segredo.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de I Samuel Capítulo 9 do versículo 1 até o 27
    b) Saul é escolhido e ungido (9.1—10.16)
    O cenário muda para o interior do território de Benjamim; o nome do local não é mencionado. Talvez tenha sido omitido da fonte original, que talvez fosse: “Havia um homem de Gibeá de Benjamim” (A. R. S. Kennedy, p. 77; assim também David F. Payne, NBC, 3. ed., p. 291). Gibeá mais tarde foi chamada “Gibeá de Saul” (11.4). O pai de Saul foi Quis, cuja genealogia é traçada por quatro gerações anteriores até Afia. Quis era rico e influente (ARC: “varão alentado em força”; ARF: “homem poderoso”). Assim, a nova dinastia seria escolhida da menor tribo, não uma das grandes rivais, Judá e Efraim. Um rei de qualquer uma dessas duas teria suscitado os sentimentos mais amargos na outra.

    Saul é descrito em termos extraordinários; ele era um jovem de boa aparência, sem igual entre os israelitas, suplantando todos em aparência e estatura, v. 3-10. “Uma história um tanto vaga e estranha” (Mauchline, p. 93). Saul e um servo foram enviados por Quis para encontrar algumas jumentas perdidas. Foram pela região montanhosa de Efraim, Salisa, Saalim e o território de Benjamim até que chegaram a Zufe, a região de Samuel, distante, talvez 30:40 quilômetros, mas sem sucesso (v. 3,4). Saul estava pensando em desistir; o seu servo sugeriu que consultassem o homem de Deus do local (v. 6). Saul consentiu, mas levantou a questão da taxa a ser paga; o servo encontrou três gramas de prata, uma quantia irrisória para um vidente. O v. 9 é um comentário editorial explicando que o profeta dos dias do autor era chamado vidente na época do acontecimento relatado. E foram encontrá-lo.

    v. 11-14. Quando chegaram à cidade, encontraram algumas jovens que estavam saindo para buscar água e lhes perguntaram se o vidente estava na cidade. E. Robertson (op. cit.) sugere que em razão da ambiguidade mencionada no v. 9, quando Saul perguntou pelo vidente que morava em Ramá, as jovens entenderam que ele estava se referindo a Samuel, o profeta nacional que havia justamente chegado para uma ocasião especial marcada pelo sacrifício (v. 12) e por uma festa (v. 13). De qualquer forma, está claro que Samuel tinha chegado de uma viagem (conforme v. 12; e Mauchline, p. 95). Saul e o seu servo seguiram conforme as orientações e se encontraram face a face com Samuel, que também estava a caminho do monte.

    v. 15-21. No dia anterior, Javé havia revelado a Samuel que no dia seguinte lhe enviaria um benjamita que ele deveria ungir como líder sobre Israel, o meu povo (v. 16). O título é nãgtd (príncipe), e não melek (rei); Robertson diz que um príncipe é um líder carismático chamado para um propósito específico — ele libertará o meu povo das mãos dos filisteus (v. 16), como os juízes — e não tem conotação de dinastia hereditária. Quando os dois se encontraram, Javé revelou a Samuel que Saul era o nãgid designado. Samuel se apresentou ao jovem e o convidou para a festa, garantindo-lhe que as jumentas do seu pai haviam sido encontradas. E, para espanto de Saul, ele continuou: E a quem pertencerá tudo o que é precioso em Israel, senão a você e a toda a família de seu pai? (v. 20). Saul evidentemente compreendeu isso como sendo o reinado; e imediatamente protestou dizendo que não era digno disso e que, além do mais, a sua tribo e família eram insignificantes.

    v. 22-27. Samuel não levou em consideração o protesto de Saul e o colocou no lugar de honra do banquete, diligenciando para que Saul recebesse a porção de carne reservada para um visitante ilustre e preparando-lhe uma cama adequada. Ao alvorecer, Samuel o saudou e o colocou no seu caminho, antes pedindo para falar com ele em particular, sem a companhia nem mesmo do servo.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de I Samuel Capítulo 9 do versículo 1 até o 27
    1Sm 9:1

    2. ENCONTRO DE SAUL COM SAMUEL (1Sm 9:1-9). Notam-se várias lacunas na genealogia de Saul (1) aliás freqüentes noutras árvores genealógicas indicadas na Bíblia. Mas no caso presente, essas lacunas podem ser preenchidas com elementos colhidos noutros passos do livro. Seu pai, Quis era "varão alentado em força", enquanto o filho se salientava pelas qualidades físicas, que o tornavam atraente (2). Passou... (4). Talvez este o itinerário: Monte Efraím, Baal-Salisa, Salim, a parte ocidental de Benjamim, e Ramá (4-6). Já prestes a desanimarem, fala-lhe o criado num tal Samuel, homem honrado (6), a quem visitam, não sem levarem um presente, segundo o costume da época (7-8).

    O fato de Saul quase nada saber acerca de Samuel tem sido objeto de variadas controvérsias. Na opinião de alguns críticos, tal como A. R. S. Kennedy no seu comentário na Century Bible, o Samuel que aqui vemos como um simples vidente, desconhecido de grande número de conterrâneos, não se afigura ser o mesmo que aparece nos capítulos 7:8-12 como juiz teocrático de todo o Israel, representante do onipotente Jeová. Estaríamos, por conseguinte, em presença de documentos divergentes, senão contraditórios, acerca da história de Samuel. Mas o fato de Saul ignorar a existência dum tal personagem não parece suficiente para se chegar a tal conclusão. Até esta altura Saul não passava dum jovem tímido e reservado, em contato apenas com a vida do campo. Não há, portanto, razão para crer que se interessasse particularmente pelos movimentos da religião ou da política do seu tempo. Além disso, os grandes personagens não eram apresentados na província, tal como hoje, pela Imprensa, pelo Rádio ou pela Televisão. Pouquíssimos filhos de agricultores se haviam de interessar pelos acontecimentos que se registavam dia a dia. Não admira, pois, que Saul nada soubesse acerca de Samuel, pondo-se, assim, de parte a hipótese de duas versões contraditórias da mesma biografia. Por outro lado, é significativo o fato de o seu criado (de presumir menos culto que o amo) já ter conhecimento de Samuel e saber que era um homem de Deus (6). Esta expressão só se aplicava aos profetas e a outros grandes servos de Deus, como Moisés (Dt 33:1), Elias (2Rs 1:9), Eliseu (2Rs 8:2) e Davi (2Cr 8:14). O criado ainda acrescentou que Samuel era "homem honrado" (6) e ainda que as suas profecias se cumpriam sempre. É evidente que este servo ignorante estava bem informado acerca de Samuel. Com muito mais razão Saul poderia ter conhecimento do grande e "honrado homem de Deus".

    >1Sm 9:11

    Está cá o vidente? (11). Noa texto hebraico ro’eh. É curioso observar antes a nota explicativa relacionada com o uso desta palavra, tal como aparece nos vers. 11,18 e 19. De acordo com essa nota, o termo ro’eh empregava-se outrora em Israel para designar o profeta (em heb. nabhi’). Os LXX traduzem assim o texto original: "porque o povo noutros tempos costumava dar ao profeta o nome de vidente". Sendo assim, o vocábulo parece ter sido usado apenas pelo povo. No entanto, é mais antiga a palavra nabhi’ (profeta) e de maior uso no Velho Testamento. Quanto à palavra ro’eh parece ter-se perdido gradualmente depois da morte de Samuel, sendo substituída por hozeh, que significa o nome de mais respeito para um vidente. O autor da nota do vers. 9 quis sem dúvida dar a entender que Samuel era um profeta (nabhi’) e que nesse tempo a palavra ro’eh tinha o mesmo significado. É de supor que a presente nota explicativa tenha sido intercalada após a morte de Samuel. Comenta Kirkpatrick na Century Bible: "Provavelmente o nabhi’ era o profeta, enquanto intérprete inspirado da vontade de Deus. Os termos ro’eh e hozeh referir-se-iam ao processo de comunicação por sonhos e visões". Outro comentador Dean Payne Smith, é de opinião que o vocábulo ro’eh implica a visão normal no estado de vigília, ao passo que hozeh supõe a visão no estado de êxtase. Seria um caso idêntico ao existente entre hazou e mar’eh em 1Sm 3:1, 1Sm 3:15. E, finalmente, há os que não vêem diferença substancial entre as duas palavras. Em conclusão, é de notar a preocupação do autor da referida nota em 1Sm 9:9, para provar que na realidade Samuel era um verdadeiro nabhi’, não obstante transmitiu a palavra ro’eh, tal como se encontrava no documento que tinha chegado até ele, onde nabhi’ e ro’eh eram equivalentes.

    >1Sm 9:12

    Conforme a orientação das moças (12-13) Saul e o criado apressaram-se e encontraram Samuel à porta da cidade, pois estava prestes a "subir ao alto" (14).

    >1Sm 9:15

    3. PRIMEIRAS PALAVRAS DE SAMUEL (1Sm 9:15-9). Já na véspera fora Samuel avisado pelo Senhor da vinda de Saul, a quem deveria ungir como rei, para salvar Israel da opressão dos filisteus, que invadiram novamente o país (15-16). Cfr. o capítulo 7 e a nota sobre vers. 16 no Apêndice II. Quando Saul perguntou a Samuel onde ficava a casa do vidente, não pôde esconder o espanto ao verificar que aquele ancião sabia da sua vinda (19-20), e muitas mais coisas que o iriam maravilhar. E para quem é todo o desejo de Israel?... (20). Literalmente: "E a quem pertencem tantas coisas boas que há em Israel? Não são porventura para ti e para toda a casa de teu pai?" À pergunta tão sublime, Saul modestamente respondeu que Benjamim, a sua tribo, era a "mais pequena das tribos de Israel" (21).

    >1Sm 9:22

    Samuel levou então Saul e o criado à câmara (22), quarto destinado aos festins sacrificiais, e sentou-os à mesa em lugar de destaque entre os trinta hóspedes presentes. De acordo com instruções anteriormente dadas, o cozinheiro trouxe a porção do sacerdote (23), a espádua (isto é, a perna direita) que pertencia a Samuel, e levantou (lit. alçou) a perna perante o Senhor (24), e pô-la diante de Saul (24), numa manifestação de deferência e destacada honra para com o visitante.

    >1Sm 9:25

    4. SAMUEL INSTRUI E UNGE SAUL. DESPEDIDA (1Sm 9:25-10.16). Que santos e salutares colóquios acerca de questões espirituais e políticas não se devem ter realizado nessa fresca tarde, naquele "eirado" (25) de Samuel! De madrugada levantaram-se e, a caminho da cidade, o profeta foi elucidando o seu hóspede de que iria ser eleito rei (27).


    Dicionário

    Alva

    adjetivo De coloração branca; muito claro, límpido: cor alva.
    Figurado Expressão de pureza; inocência: alma alva.
    Etimologia (origem da palavra alva). Feminino de alvo, "branco, puro, imaculado".
    substantivo feminino Primeira luz que aparece ao amanhecer; aurora.
    Parte mais clara (branca) do olho; esclera.
    Religião Vestimenta branca que, em cultos religiosos, é usada pelos sacerdotes, padres; alba.
    Antigo Túnica branca usada pelos condenados à morte.
    Etimologia (origem da palavra alva). Do latim alba.ae.

    A primeira luz do dia

    aurora, alvorada, madrugada, dilúculo, alvor (ou albor), crepúsculo. – “A luz que aparece no horizonte, e vai crescendo e matizando-se de luminosas cores até que o sol o doire com seus brilhantes raios, pode dividir-se pelo pensamento em dois tempos que formam o que vulgarmente chamamos madrugada. Começa o horizonte a fazer- -se alvo com a aproximação do sol: eleva-se pouco a pouco esta alvura, espalha-se nas regiões etéreas, afugenta as trevas da noite, e com ela se patenteia de novo a formosura do universo. Esta luz suave, ainda não tinta de vivas cores, é a alva, que não cansa nossos olhos, antes lhes dá motivo para se recrearem vendo alvorecer o dia. Matiza-se insensivelmente no horizonte a alvura com a cor cerúlea, rósea, purpurina; entremeia-se o oiro vivo dos apolíneos raios, e em ondas de progressiva luz derrama-se no firmamento, até que o astro do dia mostre seu afogueado limbo: eis a aurora. A aurora, mais brilhante que a alva, e mais benigna que o sol, é – como disse Vieira – o riso do céu, a alegria dos campos, a respiração das flores, a harmonia das aves, a vida e alento do mundo”. (Roq.) – Alvor (ou albor, como é muito usado também) é o primeiro sinal da alva; e alvorada – dir-se-ia – é uma extensão de alvor; e parece dar mais ideia de festa do que exprimir propriamente fase do alvorecer. – Dilúculo é termo poético designando o romper do dia, o crepúsculo da manhã. – Crepúsculo (de crepusculum, de creperus “duvidoso, incerto, contingente”) (Sar.) é a meia-luz indecisa que precede ao nascer, e que continua alguns minutos depois do pôr do sol.

    Alva
    1) O ponto no horizonte onde o sol nasce (38:12).


    2) AURORA (Js 6:15; 2Pe 1:19).


    Alvá

    Descendente de Esaú, era líder de um clã dos edomitas (Gn 36:40-1Cr 1:51).


    Alvã

    Descendente de Esaú, era filho de Sobal, líder de um clã dos edomitas (Gn 36:23-1Cr 1:40, onde é chamado de Aliã).


    Ambos

    os dois, um e outro. – Escreve sobre estas formas o provecto Bruns.: – “Ambos e um e outro distinguem-se em referir-se o primeiro ao conjunto dos dois; e um e outro a cada um distintamente. – Ambos também se diferença de dois (ou os dois) em referir-se este ao número, e aquele, como já se disse, ao conjunto. Esta noção se ilustra pelo seguinte trecho de Vieira: “O querer e o poder fazer bem são duas coisas totalmente diferentes, e que nem sempre existem unidas no mesmo sujeito; mas ambas se requerem essencialmente para o exercício da nobre virtude da beneficência”. Temos ainda este exemplo: Aqueles dois moços, ou ambos aqueles moços foram heróis na campanha; e um e outro deixaram no país legítimo renome...”

    ambos nu.M Um e outro, os dois: Ambos os alunos. pron. Os dois de quem se fala; eles dois: Ambos tiraram o 1·º lugar.

    Despedir

    despedir
    v. 1. tr. dir. Dispensar os serviços de. 2. tr. dir. Desfechar, arremessar. 3. pron. Ir-se embora, retirar-se. 4. pron. Apartar-se, cumprimentando. Conjuga-se por pedir.

    Eirado

    substantivo masculino Lugar descoberto sobre uma casa ou ao nível de um andar dela; terraço, cobertura.
    Etimologia (origem da palavra eirado). Eira + ado.
    adjetivo Que está no período de engorda, falando dos suínos: porco eirado.
    Etimologia (origem da palavra eirado). Forma alterada de erado, particípio de erar.

    Terreno duro e liso onde se secam os cereais

    Eirado Terraço que ocupava toda a extensão do telhado, que era feito de pedras (1Sm 9:25). V. TELHADO.

    Fora

    advérbio Na parte exterior; na face externa.
    Em outro local que não aquele em que habitualmente se reside.
    Em país estrangeiro; no exterior: minha irmã vive fora.
    interjeição Voz áspera para expulsar alguém de um recinto, vaiar ou patear interpretação teatral ou musical, discurso político etc.
    preposição Com exclusão de; além de; exceto: deram-lhe todo o dinheiro, fora os lucros, que foram depositados.
    substantivo masculino Erro grosseiro; rata, fiasco: aquele erro foi o maior fora da minha vida.
    Expressão de ignorância: não fala nada interessante, é um fora atrás do outro.
    Não aceitação de; recusa.
    locução prepositiva Fora de. Sem: fora de propósito.
    Distante de: fora da cidade.
    Do lado externo: fora de casa.
    expressão Dar fora em. Não aceitar ficar com alguém; romper namoro.
    Dar um fora. Cometer um erro grosseiro.
    Levar um fora. Ser rejeitado; sofrer recusa.
    Etimologia (origem da palavra fora). Do latim foras.

    Levanta

    3ª pess. sing. pres. ind. de levantar
    2ª pess. sing. imp. de levantar

    le·van·tar -
    (latim tardio *levantare, do latim levans, -antis, particípio presente de levo, -are, erguer, elevar)
    verbo transitivo e pronominal

    1. Mover ou mover-se de baixo para cima. = ALÇAR, ELEVAR, ERGUERARRIAR, BAIXAR

    2. Pôr ou ficar na posição vertical (ex.: levantou os livros tombados; caiu, mas levantou-se logo a seguir). = ERGUERDEITAR, TOMBAR

    3. Incentivar ou ter reacção contra algo ou alguém. = INSURGIR, REBELAR, REVOLTAR, SUBLEVAR

    verbo transitivo

    4. Erguer e pôr em pé.

    5. Apanhar do chão.

    6. Fazer crescer.

    7. Dar mais altura a (ex.: decidiram levantar a vedação). = ALTEAR, SUBIRBAIXAR

    8. Engrandecer, sublimar.

    9. Dar origem a algo (ex.: este caso levanta um problema ético). = CAUSAR, ORIGINAR, PRODUZIR, PROVOCAR, SUSCITAR

    10. Aventar, imputar, inventar.

    11. Fazer cessar algo que está em curso (ex.: levantar as sanções económicas ao país; levantar o embargo). = ANULAR, SUSPENDER

    12. Entoar.

    13. Cobrar, arrecadar.

    14. Impor.

    15. Fazer uma construção (ex.: vão levantar aqui um prédio de 6 andares). = CONSTRUIR, EDIFICAR, ERGUER

    16. [Caça] Fazer sair os animais a caçar da toca, do ninho ou do local onde se abrigam (ex.: levantar a caça; levantar perdizes).

    verbo intransitivo

    17. Crescer.

    18. Pôr-se mais alto.

    19. Subir de preço.

    20. Deixar de chover.

    21. [Futebol] Chutar a bola de forma a elevá-la (ex.: o jogador tem indicações para levantar para o centro da área).

    verbo transitivo , intransitivo e pronominal

    22. Fazer subir ou subir.

    verbo pronominal

    23. Sair da cama.

    24. Nobilitar-se.

    25. Raiar, surgir, aparecer.

    nome masculino

    27. Acto de levantar.

    28. O sair da cama.


    Levantar

    verbo transitivo direto e pronominal Pôr ao alto; erguer: levantar uma mesa; levantou-se do sofá.
    verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Erguer do chão; dar mais altura a; apanhar, hastear: levantar uma casa, uma bandeira; levantou um muro na sala; o carro não se levanta sozinho!
    verbo transitivo direto e intransitivo Aumentar a intensidade de; reforçar: levantou a voz; sua voz levantou.
    verbo bitransitivo Levar na direção mais alta; elevar: levantar a cabeça para ver melhor.
    verbo transitivo direto Expor como uma ideia; sugerir: levantar questões.
    Espalhar em várias direções; dispersar: o carro levantou muita poeira.
    Incentivar uma rebelião; revoltar: discursos inflamados levantaram o povo.
    Reunir em grande quantidade; arrecadar: levantar recursos para a igreja.
    Passar a possuir; receber: foi ao banco e levantou vultosa soma.
    Dar por findo; encerrar: levantar a sessão.
    Elogiar muito algo ou alguém; enaltecer: levantou seus feitos no livro.
    Elevar-se nos ares (o avião); voar: levantar voo.
    verbo intransitivo Deixar de chover: o tempo levantou.
    verbo pronominal Pôr-se de pé; erguer-se; acordar: levanto-me cedo.
    Voltar a ter boa saúde: levantei-me depois daquela doença.
    Exaltar-se; manifestar-se: a opinião pública facilmente se levanta.
    Levantar-se contra alguém; insultar: meu filho se levantou contra mim.
    Erguer-se no horizonte: o Sol ainda não se levantou.
    verbo transitivo direto predicativo Eleger uma pessoa em detrimento dos demais: Canudos levantou Antônio Conselheiro seu líder.
    Etimologia (origem da palavra levantar). Do latim levantare, "erguer".

    Madrugada

    Madrugada Últimas horas da noite antes do nascer do sol (Gn 22:3).

    [...] ocasião em que o ambiente terreno apresenta menores dificuldades para a ação dos trabalhadores espirituais. [...]
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Recordações da mediunidade• Obra mediúnica orientada pelo Espírito Adolfo Bezerra de Menezes• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 4


    substantivo feminino O fim da noite ou o começo do dia; alvorada, aurora.

    Quase

    advérbio De distância aproximada; de modo perto ou próximo; aproximadamente: são quase sete horas; viveu até quase os cem anos.
    Em que há uma pequena diferença para menos: o aluno quase conseguiu a nota máxima.
    Uma quantidade qualquer; um pouco: o carro está quase estragado.
    Na iminência de; prestes a: Maria está quase casada.
    Etimologia (origem da palavra quase). Do latim quasi.

    quase adv. 1. Perto, proximamente, no espaço e no tempo. 2. Com pouca diferença. 3. Pouco mais ou menos. 4. Por um pouco que não.

    Samuel

    -

    -

    Filho de Elcana e Ana. Seu pai era descendente de Levi, embora não da linhagem sacerdotal de Arão (1Cr 6:33-34). Sua mãe era estéril; ela orou ao Senhor e recebeu a promessa, por meio do sacerdote Eli, de que teria um filho. Alegre com a notícia, voltou para casa e fez um voto de dedicar a criança ao Senhor. Colocou nele o nome de Samuel (“o nome de Deus”), a fim de demonstrar sua esperança de que o filho carregaria o nome do Todo-poderoso. A tradução popular de I Samuel 1:20, “Tenho-o pedido ao Senhor”, pode ser ampliada pela adição do significado do nome de Samuel: “Tenho pedido ao Senhor (um nome de Deus) para Ele”. Realmente, Samuel estabeleceu o nome de Deus diante de seu povo, na maneira como lembrava a Israel sobre seus caminhos pecaminosos e a bondade do Todo-poderoso durante todas as crises nacionais e pessoais.

    Samuel foi o elo de ligação entre a época de Moisés/Josué e a de Davi/Salomão. Depois da morte de Moisés, Israel teve a garantia de que o Senhor estava com eles por meio da revelação que passou a Josué (Js 3:7; Js 4:14; Js 6:27). Pouco antes de sua morte Josué exortou os líderes de Israel a permanecer fiéis ao Senhor (Js 23:1-11), porque ele próprio não lideraria o povo na busca de um estado de “descanso” devido à sua idade avançada (Js 13:1).

    No período que se seguiu à morte de Josué 1srael rebelou-se contra o Senhor e muitas vezes experimentou o abandono divino. Moisés (Dt), Josué (Js 23:24) e os servos de Deus (Jz 2:1-5; Jz 6:7-10) exortaram o povo a permanecer perto de Deus, mas eles preferiram fazer o que mais lhes agradava. O Senhor colocara a lealdade de Israel à prova (Jz 2:22—3:1), mas o povo falhou individualmente, como tribo e nação. O período dos juízes foi a época dos fracassos de Israel e da resposta de Deus ao clamor de seu povo. Os israelitas tinham alcançado um ponto extremamente baixo na história da redenção (veja Juízes).

    Deus levantou Samuel nesse período de crise na história de Israel. Ele serviu ao povo como juiz, sacerdote e profeta. Como o último juíz (At 13:20) e o primeiro profeta (At 3:24), foi uma figura de transição entre o tempo dos Juízes e o dos Reis. Samuel foi o instrumento escolhido por Deus, cuja linhagem espiritual está ligada a Josué, Moisés e Abraão.

    O sacerdote Samuel

    Samuel começou seu serviço no Tabernáculo em Silo ainda muito jovem. Mesmo ao lado dos filhos de Eli, cujo comportamento obsceno era bem conhecido (1Sm 2:12-17-22-25), permaneceu firme em seu amor pelo Senhor. Numa noite, recebeu uma revelação especial de Deus concernente ao final da dinastia de Eli (1Sm 3:11-14). Esse oráculo foi o início do seu ministério profético. Samuel fora separado como profeta em Israel e todos começaram a reconhecê-lo como homem de Deus (1Sm 3:19-21).

    A profecia a respeito do juízo de Deus sobre a família de Eli cumpriu-se durante uma campanha militar contra os filisteus. Os filhos deste sacerdote, Hofni e Finéias, levaram a Arca da Aliança para a frente de batalha (1Sm 4). Ambos foram mortos e o objeto sagrado, capturado pelos inimigos. Ao ouvir sobre a morte dos filhos e o que acontecera à Arca, Eli caiu da cadeira onde estava sentado e morreu. A morte de Eli e de seus filhos e a vergonha pelo fato de a Arca da Aliança ter-se transformado em um troféu de guerra causaram o fim de Silo como centro religioso em Israel. A desolação do lugar chocou a nação e a reverberação do evento podia ser bem sentida até no século VI, quando Jeremias disse: “Ide agora ao meu lugar, que estava em Silo, onde, no princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo Israel” (Jr 7:12).

    Embora não fosse descendente de Arão, Samuel serviu como sacerdote após o término da dinastia de Eli. Este aspecto de sua vida, entretanto, foi obscurecido por sua liderança como profeta e juiz em Israel. As facetas múltiplas de seu ministério foram mostradas juntas na narrativa da assembléia de Mispa. Samuel convocou os israelitas e exortou-os ao arrependimento, orou por eles e ofereceu um sacrifício em seu favor (1Sm 7), pelo que Deus os ajudou no ataque contra os filisteus. A vitória foi celebrada com a colocação de uma pedra memorial em Mispa (1Sm 7:12), que se chamou “Ebenézer” (“pedra da ajuda”).

    Como Moisés, Samuel orou pelo povo (1Sm 7:9; cf.12:17,19,23). No final de seu ministério público, fez uma revisão do passado de Israel, exortou os israelitas a aprender com a história e ameaçou-os com trovões e chuva de granizo (1Sm 12). Ao ouvir suas declarações proféticas e ver a devastação causada pela tempestade, o povo pediu novamente a Samuel que orasse por eles. Ele concordou, mas advertiu-os sobre o juízo iminente de Deus: “Tão-somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente de todo o vosso coração; considerai quão grandiosas coisas vos fez. Se, porém, perseverardes em fazer o mal, perecereis, assim vós como o vosso rei” (1Sm 12:24-25).

    O profeta/vidente Samuel

    Samuel é considerado o primeiro profeta (At 3:24). O Senhor o chamou para ser mensageiro (1Sm 3:1-14) e nessa condição ele recebeu o espírito de Moisés (Jr 15:1).

    Foi reconhecido como “servo” de Deus, por meio de quem o Senhor falou com seu povo individualmente (1Sm 9:6) e como nação (1Sm 7:2-4; 1Sm 8:1-22). Seu ministério profético foi tão excelente que todas as tribos ouviram sobre o homem de Deus: “E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado como profeta do Senhor” (1Sm 3:20). Veja Profetas e Profecia.

    O Juiz Samuel

    Samuel foi um juiz fiel, o qual viveu a teocracia ideal, deu forma à vida política de Israel, unificou as tribos e obteve vitória contra os filisteus (1Sm 7:13b-17). A função de juiz era política e religiosa. Como líder político, preservava a unidade das tribos e tratava das questões legais que estavam acima da esfera dos líderes locais. Como líder militar, “livrava” Israel dos inimigos. Durante o ministério de Samuel, o Senhor concedeu a Israel um período de descanso.

    O centro de sua liderança foi seu local de nascimento, Ramá (1Sm 7:17), de onde viajava e fazia um circuito por várias cidades. Pouco se sabe sobre sua vida doméstica, exceto que seus dois filhos (Joel e Abias) eram homens ímpios (1Sm 8:1-3). O fracasso dos dois deu ocasião a que os líderes do povo decidissem por um novo rumo na vida de Israel. Em vez de depender de figuras carismáticas, como os juízes, determinaram que a nação estava pronta a seguir a liderança de uma dinastia real (1Sm 8). O pedido foi recebido com relutância por Samuel, mas recebeu a aprovação de Deus. O profeta submeteu-se à vontade de Deus, ciente de que o novo rumo seria perigo-

    so para Israel. A providência divina trouxe Saul à vida de Samuel. Este jovem chegara a Ramá para perguntar ao profeta sobre o paradeiro das jumentas de seu pai. Apoiado por Deus, Samuel secretamente ungiu Saul como rei de Israel (1Sm 9). O Senhor também colocou-o como figura central da nação, depois que foi escolhido numa assembléia pública em Mispa, onde o rei foi determinado por meio de sorteio (1Sm 10). Deus selou a questão quando Saul demonstrou seu valor na batalha, ao ser bem-sucedido na luta contra os filisteus. Sua ambição pessoal, entretanto, contrastava com o serviço abnegado prestado por Samuel e no final levou-o completamente para longe da vontade de Deus. O Senhor queria a obediência do rei, enquanto Saul tentava agradar a Deus com ofertas. Em certa ocasião, desafiou as instruções de Samuel de exterminar completamente os amalequitas, pois guardou parte dos rebanhos e poupou a vida do próprio rei. Esse incidente ocasionou uma ruptura entre os dois e resultou na rejeição de Saul como rei de Israel: “Tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à sua palavra? Obedecer é melhor do que sacrificar, e atender melhor é do que a gordura de carneiros. Pois a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, para que não sejas rei” (1Sm 15:22-23).

    A remoção da família de Saul de uma dinastia permanente na liderança de Israel abriu a possibilidade para outro rei. Davi foi o homem escolhido por Deus. Tinha um coração voltado para o Senhor e era totalmente diferente de Saul, o qual, com sua estatura e aparência máscula, fazia uma impressionante figura de rei. A escolha de Davi, o pastor/músico, foi a confirmação do Senhor para Samuel, que, ao ter dúvidas sobre a monarquia em Israel e ao advertir previamente o povo sobre o governo autocrático do rei, foi encorajado pela escolha divina de um homem piedoso.

    Samuel passou para o segundo plano, enquanto Saul lutava com Davi para ocupar a cena principal. O rei tinha ciúme do jovem Davi, cujos atos de heroísmo eram comentados por todo o povo. Saul fez todos os esforços para matar o ungido de Deus, na esperança de deixar o trono para Jônatas, seu filho. Samuel não teve o privilégio de viver o bastante para ver Davi subir ao trono. Morreu, foi sepultado e lamentado por toda a nação.

    Samuel é novamente mencionado antes da morte de Saul. O rei, com medo da batalha contra os filisteus, tentou falar com o profeta por meio de uma médium de En-Dor. Esta foi usada pelo diabo, que lhe falou sobre a morte iminente de Saul. Dias depois ele morreu na batalha, juntamente com três de seus filhos (1Sm 31:6).

    Samuel foi um fiel servo do Senhor. Seu nome é mencionado no Novo Testamento entre os heróis da fé (Hb 11:32). Veja também Aliança. W.A.VG.


    (Heb. “ouvido por Deus”).


    1. Veja Samuel.


    2. Filho de Amiúde, indicado pelo Senhor como o representante de Simeão. Após a conquista de Canaã, sua tarefa seria a de organizar a distribuição do território dado ao povo entre os vários clãs e famílias de sua tribo (Nm 34:20).


    Samuel [Nome de Deus ou Deus Ouve]

    Último dos JUÍZES 2, PROFETA e SACERDOTE. Ungiu Saul e Davi como reis (1Sm 1—25).

    =========================

    SAMUEL, PRIMEIRO LIVRO DE

    Livro que descreve a passagem do período dos JUÍZES 2, para o dos reis: SAMUEL foi o último juiz; SAUL e DAVI foram os dois primeiros reis do reino unido de Israel. O livro ensina que a obediência traz bênçãos, enquanto que a desobediência leva à desgraça.

    =========================

    SAMUEL, SEGUNDO LIVRO DE

    Livro que é a continuação de 1Sm. Nele se conta a história de DAVI, que foi primeiramente rei de Judá, no Sul (1—4), e depois de toda a nação, incluindo Israel, no Norte (5—24). Davi, homem de profunda fé e dedicação a Deus, venceu os inimigos, firmou-se no poder e estendeu o reino. Mas ele cometeu pecados de crueldade e violência. Todavia, advertido pelo profeta Natã, ele confessou os seus pecados e aceitou o castigo de Deus. Davi marcou presença como rei de Israel, tanto que, mais tarde, em tempos de sofrimento, o povo pedia um rei que fosse “um filho de Davi”, que fosse igual a ele (Jr 23:5; Os 3:5; Mt 21:19).


    Saul

    -

    Pedido. l. o primeiro rei de israel, da tribo de Benjamim, filho de Quia, um lavrador rico (1 Sm 9.1 – 14.51 – 1 Cr 8.33). Como o povo desejava ter um rei, foi Samuel levado a ungir Saul, sendo ele depois eleito por meio da corte (1 Sm 10.21). Habitou em Gibeá (1 Sm 10.26 – 14.2). Como os amonitas, comandados por Naás, a um pedido dos homens de Jabes-Gileade, lhes tivessem oferecido o desprezo e a escravidão, levantou Saul o exército de israel e foi defender os sitiados de Jabes, conseguindo derrotar completamente o inimigo (1 Sm 10.27 – 11.1 a 13). Por instigação de Samuel foi Saul proclamado rei perante o Senhor em Gilgal (1 Sm 11.14,15). Firmou os seus direitos, ganhando a confiança do povo com o resultado das suas campanhas militares contra os inimigos de israel (1 Sm 14.47 a ó2). Todavia, numa guerra com os amalequitas, ele salvou o rei e o melhor do seu despojo, sendo por esse fato censurado por Samuel, que o avisou, então, de que Deus o tinha rejeitado (1 Sm 15). Neste período de tempo tornou-se o caráter de Saul sombrio e melancólico. Foi quando um espírito maligno da parte do Senhor o atormentava (1 Sm 16.14), que ele teve ocasião de, pela primeira vez, ver Davi, um pastor que tocava harpa, e que por isso fora levado para o palácio com o fim de acalmar o rei (1 Sm 16.18). E foi grande o êxito alcançado (1 Sm 16.23). Estimou grandemente o rei a Davi, sendo essa sua afeição maior do que a que dedicava a seu filho Jônatas. Desde este tempo as histórias de Saul e Davi acham-se estreitamente entrelaçadas. o dom profético, que primeiramente se desenvolvera nele, desapareceu, para voltar somente uma ou outra vez, sendo assinalada a maior parte dos quarenta anos do seu reinado por manifestações de uma louca raiva, em que ele mostrava terrível ciúme (1 Sm 19.24 – 22.6 e seg. – 28.3 a 9 – 1 Sm 21.1 e seg.). Noutra disposição do seu espírito procurou ele em certa ocasião uma feiticeira para receber dela conselhos (1 Sm 28.3 e seg.). (*veja Feiticeira.) Após este fato, houve uma invasão de filisteus, sendo Saul vencido, perseguido, e seus filhos mortos. Esta última calamidade fez que o ferido rei procurasse a morte, caindo sobre a sua própria espada (1 Sm 31.1 a 6). A sua cabeça foi colocada no templo de Dagom, sendo pendurado o seu corpo nu e os dos seus três filhos, nos muros de Bete-Seã. No princípio da sua carreira tinha ele salvo o povo de Jabes-Gileade, condenado a morrer. Agora os moradores de Jabes foram de noite buscar os desprezados corpos, dando-lhes respeitosa sepultura (1 Sm 31.11 a 13). (*veja Davi, En-Dor, Samuel.) 2. o sexto rei de Edom (Gn 36:37-38 – 1 Cr 1.48,49). 3. E na forma Saulo a referência é a Paulo antes da sua conversão (At 7:58 – 8.1,3 – 9.1 e seg.). (*veja Paulo.)

    (Heb. “pedido”).


    1. Saul, filho de Quis e o primeiro rei de Israel, é uma das figuras mais enigmáticas da Bíblia. Sua história, registrada em I Samuel 9:31, fez com que alguns estudiosos levantassem questões sobre a justiça e a bondade de Deus e do seu porta-voz, o profeta Samuel. Além disso, muitos eruditos expressaram dúvidas quanto à coerência lógica e literária das narrativas em que a carreira dele é descrita. Tudo isso criou um desânimo geral para se descobrir a verdade sobre Saul, pois as narrativas, que não foram contadas coerentemente, dificilmente oferecerão uma autêntica base.

    Estudos recentes, contudo, ajudam a resolver algumas dessas questões teológicas, literárias e históricas, conforme veremos a seguir.

    Saul, cujo nome soa como “(aquele) pedido”, é mencionado pela primeira vez em I Samuel 9:1-2, embora alguns comentaristas afirmem que detectaram sua presença velada bem antes disso. Desde que o verbo hebraico “pedir por” aparece repetidamente na história de Samuel (1Sm 1), alguns eruditos supõem que a narrativa do nascimento deste profeta na verdade é uma reconstituição de um registro original da vida de Saul. Um hipótese mais provável, entretanto, é que o escritor bíblico talvez tenha enfatizado a raiz “pedir por” na narrativa do nascimento de Samuel simplesmente para prefigurar o papel significativo que mais tarde Saul desempenharia no livro e talvez para antecipar o fato de que Samuel, aquele que foi “pedido a Deus” por Ana, uma mulher íntegra (1Sm 2:20-27,28), estaria diretamente envolvido na ascensão e queda de Saul, o que foi “pedido” pelos líderes da nação pecadora de Israel (1Sm 8:4-9; 1Sm 10:17-19).

    De qualquer maneira, a apresentação explícita de Saul encontra-se em I Samuel 9:1-2, onde é descrito como um belo exemplar de varão, alto e bonito. Embora freqüentemente se suponha que nesse momento de sua vida ele era apenas um “jovem tímido”, a descrição de que “desde os ombros para cima sobressaía em altura a todo o povo” torna isso muito improvável. Também é bom notar que, apesar de ser positiva, essa primeira descrição de Saul focaliza exclusivamente as qualidades exteriores, em contraste, por exemplo, com a apresentação de Davi (1Sm 16:18), que acrescenta às suas qualidades externas (boa aparência) o fato de que era “valente, sisudo em palavras” e, mais importante, que “o Senhor era com ele”.

    Coerentemente com as omissões em sua apresentação, logo fica claro que Saul, embora tivesse uma aparência física excelente, era carente das qualidades espirituais necessárias para ser um rei bem-sucedido em Israel. O primeiro indicador de sua falta de qualificação foi seu repetido fracasso em obedecer à palavra do Senhor transmitida por Samuel. Freqüentemente é observado que a função profética tornou-se mais específica com a instituição da monarquia em Israel. Quer dizer, de forma distinta da situação no livro de Juízes, quando Gideão, por exemplo, recebeu as instruções divinas e as cumpriu (Jz 6:8), com a monarquia houve uma divisão de responsabilidades, sendo as instruções muitas vezes transmitidas ao rei por um profeta; o governante, então, em obediência ao profeta, cumpria a instrução. Sob tal arranjo, é claro, era extremamente importante que o rei obedecesse ao homem de Deus, para que o governo divino (isto é, a teocracia) fosse mantido. Isso, entretanto, conforme a Bíblia mostra, Saul fracassou em fazer.

    Embora as ocasiões mais conhecidas da desobediência de Saul estejam em I Samuel 13:15, a primeira encontra-se em I Samuel 10. Quando Saul foi ungido por Samuel, três sinais foram dados como confirmação. De acordo com o texto, quando o último se cumprisse, Saul deveria “fazer o que a sua mão achasse para fazer” (de acordo com as palavras de Samuel em 1Sm 10:7), depois do que (de acordo com a instrução adicional de Samuel em 1Sm 10:8) deveria ir a Gilgal e aguardar novas ordens sobre a batalha contra os filisteus, que sua primeira ação certamente provocaria. Se Saul tivesse obedecido, teria demonstrado sua disposição para se submeter a uma “estrutura de autoridade teocrática” e confirmaria assim sua qualificação para ser rei. Também teria estado um passo mais próximo do trono, se seguisse o padrão dos três sinais: designação (por meio da unção), demonstração (por meio de um ato de heroísmo, isto é, “fazer o que sua mão achasse para fazer”, 1Sm 10:7) e finalmente a confirmação pelo povo e o profeta. Infelizmente, ao que parece Saul se desviou da responsabilidade de I Samuel 10:7 e, assim, precipitou o processo de sua ascensão. Embora sua vitória sobre os amonitas (1Sm
    11) fosse suficiente para satisfazer o povo e ocasionar a “renovação” de seu reinado (1Sm 11:14), pelo tom do discurso de Samuel (1Sm 12), é evidente que, pelo menos em sua mente, Saul ainda precisava passar por mais um teste.

    Em I Samuel 13, Jônatas, e não Saul, fez o que o rei deveria ter feito, ao atacar a guarnição dos filisteus. Aparentemente, ao reconhecer que a tarefa de I Samuel 10:7 fora realizada, ainda que por Jônatas, Saul desceu imediatamente a Gilgal, de acordo com I Samuel 10:8, para esperar a chegada de Samuel. Como o profeta demorou muito, em sua ausência Saul tomou a iniciativa de oferecer os sacrifícios em preparação para a batalha, ao julgar que a situação militar não permitiria mais demora. Mal terminou de oficiar a holocausto, Samuel chegou. Depois de ouvir as justificativas de Saul, o profeta anunciou que o rei agira insensatamente, por isso seu reinado não duraria muito. Às vezes os comentaristas justificam ou pelo menos atenuam as ações de Saul e criticam a reação de Samuel como severa demais. Entretanto, à luz do significado da tarefa dada a Saul em I Samuel 10:7-8 como um teste para sua qualificação, tais interpretações são equivocadas. Na ocasião da primeira rejeição de Saul e também na segunda (1Sm 15), suas ações específicas de desobediência eram apenas sintomas da incapacidade fundamental para se submeter aos requisitos necessários para um reinado teocrático. Resumindo, eram sintomas da falta de verdadeira fé em Deus (cf.1Cr 10:13).

    Depois de sua rejeição definitiva em I Samuel 15, Saul já não era mais o rei legítimo aos olhos de Deus (embora ainda permanecesse no trono por alguns anos) e o Senhor voltou sua atenção para outro personagem, ou seja, Davi. I Samuel 16:31 narra a desintegração emocional e psicológica de Saul, agravada pelo seu medo do filho de Jessé (1Sm 18:29), pois pressentia que aquele era o escolhido de Deus para substituí-lo como rei (1Sm 18:8-1Sm 20:31). Depois de falhar em diversas tentativas de ceifar a vida de Davi, Saul finalmente tirou a sua própria (1Sm 31:4). O novo rei em todo o tempo foi dirigido para o trono de forma providencial, às vezes indiretamente.

    Embora não seja possível entrar em mais detalhes num artigo como este, pode-se observar que as narrativas sobre Saul, quando interpretadas dentro das linhas sugeridas anteriormente, fazem um bom sentido literal e teológico; isso, por sua vez, abre a porta para uma avaliação mais positiva de sua veracidade histórica. P.L.


    2. Um dos reis de Edom antes dos israelitas terem conquistado a região. Foi o sucessor de Samlá e era natural de “Reobote do rio”. Baal-Hanã, filho de Acbor, foi rei em seu lugar (Gn 36:37-38; 1Cr 1:48-49).


    3. Sexto filho de Simeão, listado no grupo que desceu com Jacó para o Egito. Foi líder do clã dos saulitas (Gn 46:10; Ex 6:15; Nm 26:13-1Cr 4:24).


    4. Filho de Uzias, era descendente de Coate, da tribo de Levi (1Cr 6:24).


    Saul [Pedido a Deus]

    O primeiro rei do reino unido de Israel. Ele reinou de 1050 a 1010 a.C., tendo derrotado os inimigos de Israel (1Sm 8—14). Desobedeceu a Deus e, por isso, foi rejeitado por ele (1Sm 13:15). Tentou, por inveja, matar Davi (1Sm 16—
    26) e, no final, cometeu suicídio (1Sm 31).


    Subir

    verbo intransitivo Transportar-se para um plano mais elevado: os hóspedes subiram para o quarto; os meninos amigos subiram à árvore.
    Aumentar em altura, crescer de nível: durante a noite as águas subiram dois metros.
    Ir para cima, elevar-se: o terreno, aqui, sobe muito.
    Passar do grave ao agudo: a voz subia em tons e meios-tons.
    Figurado Apresentar avanços, progressos: ele tem subido muito na vida.
    Alcançar taxas ou preços mais elevados: o preço dos alimentos subiu muito.
    Assomar a um lugar preeminente: o orador subiu à tribuna.
    Alastrar-se para cima: assim como a seiva, as parasitas sobem pelos ramos.
    Estar muito alto ou elevado: os tetos subiam a grande altura.
    Seguir os devidos trâmites até chegar a uma autoridade ou repartição superior: o papel subiu a despacho do ministro.
    Subir ao trono, tornar-se rei, receber o poder.
    Subir ao cadafalso, morrer no cadafalso, na forca.
    Subir à cabeça, perturbar-se, embriagar-se (diz-se geralmente das bebidas alcoólicas: o vinho subiu-lhe à cabeça).
    Subir ao céu, morrer na graça de Deus.
    verbo transitivo Galgar: rápido, o homem subiu a escada.

    Suceder

    verbo transitivo indireto Vir depois; seguir-se: ao dia sucede à noite.
    Ser sucessor; assumir, por direito de sucessão, por nomeação ou por eleição, as funções antes ocupadas por outrem: o papa Paulo VI sucedeu a João 23.
    verbo intransitivo Acontecer, ocorrer: sucedeu que a minha ausência não foi notada; sucederam coisas misteriosas naquela noite.
    Ocorrer algo com alguém: já não se lembra do que lhe sucedeu ontem.
    verbo pronominal Acontecer sucessivamente: após o primeiro, sucederam-se muitos encontros.
    verbo transitivo indireto Ser solicitado por uma obrigação legal, testamento ou inventário: não tinha herdeiros que o sucedesse na herança.
    Etimologia (origem da palavra suceder). Do latim succedere, ocorrer depois de.

    suceder
    v. 1. tr. ind., Intr. e pron. Vir ou acontecer depois; seguir-se. 2. tr. ind. e Intr. Acontecer, dar-se (algum fato). 3. tr. ind. Produzir efeito, ter bom resultado. 4. tr. ind. Ir ocupar o lugar de outrem; substituir. 5. tr. ind. Tomar posse do que pertencia ao seu antecessor. Na acepção de acontecer, realizar-se, vir depois, é defectivo e só se conjuga nas 3.ª³ pessoas.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    I Samuel 9: 26 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E se levantaram de madrugada; e sucedeu que, quase ao subir do amanhecer, chamou Samuel a Saul ao terraço-cobertura, dizendo: Levanta-te, e despedir-te-ei. Levantou-se Saul, e saíram ambos para fora, ele e Samuel.
    I Samuel 9: 26 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1043 a.C.
    H1406
    gâg
    גָּג
    o topo
    (the top)
    Substantivo
    H1931
    hûwʼ
    הוּא
    ele / ela / o / a
    (it)
    Pronome
    H1961
    hâyâh
    הָיָה
    era
    (was)
    Verbo
    H2351
    chûwts
    חוּץ
    lado de fora
    (outside)
    Substantivo
    H3318
    yâtsâʼ
    יָצָא
    ir, vir para fora, sair, avançar
    (And brought forth)
    Verbo
    H413
    ʼêl
    אֵל
    até
    (unto)
    Prepostos
    H559
    ʼâmar
    אָמַר
    E disse
    (And said)
    Verbo
    H5927
    ʻâlâh
    עָלָה
    subir, ascender, subir
    (there went up)
    Verbo
    H6965
    qûwm
    קוּם
    levantar, erguer, permanecer de pé, ficar de pé, pôr-se de pé
    (that rose up)
    Verbo
    H7121
    qârâʼ
    קָרָא
    E liguei
    (And called)
    Verbo
    H7586
    Shâʼûwl
    שָׁאוּל
    Saulo / Saul
    (Saul)
    Substantivo
    H7837
    shachar
    שַׁחַר
    a manhã
    (the morning)
    Substantivo
    H7925
    shâkam
    שָׁכַם
    levantar ou começar cedo
    (and you shall rise up early)
    Verbo
    H7971
    shâlach
    שָׁלַח
    enviar, despedir, deixar ir, estender
    (he put forth)
    Verbo
    H8050
    Shᵉmûwʼêl
    שְׁמוּאֵל
    filho de Elcana com sua esposa Ana e juiz ou profeta de Israel durante os dias de Saul e
    (Shemuel)
    Substantivo
    H8147
    shᵉnayim
    שְׁנַיִם
    dois / duas
    (two)
    Substantivo


    גָּג


    (H1406)
    gâg (gawg)

    01406 גג gag

    provavelmente por reduplicação de 1342; DITAT - 312; n m

    1. telhado, topo, terraço
      1. telhado (da casa)
      2. topo (do altar do incenso)

    הוּא


    (H1931)
    hûwʼ (hoo)

    01931 הוא huw’ do qual o fem. (além do Pentateuco) é היא hiy’

    uma palavra primitiva; DITAT - 480 pron 3p s

    1. ele, ela
      1. ele mesmo, ela mesma (com ênfase)
      2. retomando o suj com ênfase
      3. (com pouca ênfase seguindo o predicado)
      4. (antecipando o suj)
      5. (enfatizando o predicado)
      6. aquilo, isso (neutro) pron demons
    2. aquele, aquela (com artigo)

    הָיָה


    (H1961)
    hâyâh (haw-yaw)

    01961 היה hayah

    uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

    1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
      1. (Qal)
        1. ——
          1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
          2. vir a acontecer, acontecer
        2. vir a existir, tornar-se
          1. erguer-se, aparecer, vir
          2. tornar-se
            1. tornar-se
            2. tornar-se como
            3. ser instituído, ser estabelecido
        3. ser, estar
          1. existir, estar em existência
          2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
          3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
          4. acompanhar, estar com
      2. (Nifal)
        1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
        2. estar pronto, estar concluído, ter ido

    חוּץ


    (H2351)
    chûwts (khoots)

    02351 חוץ chuwts ou (reduzido) חץ chuts

    (ambas as formas fem. no pl.) procedente de uma raiz não utilizada significando romper; DITAT - 627a; n m

    1. fora, por fora, rua, do lado de fora

    יָצָא


    (H3318)
    yâtsâʼ (yaw-tsaw')

    03318 יצא yatsa’

    uma raiz primitiva; DITAT - 893; v

    1. ir, vir para fora, sair, avançar
      1. (Qal)
        1. ir ou vir para fora ou adiante, ir embora
        2. avançar (para um lugar)
        3. ir adiante, continuar (para ou em direção a alguma coisa)
        4. vir ou ir adiante (com um propósito ou visando resultados)
        5. sair de
      2. (Hifil)
        1. fazer sair ou vir, trazer, liderar
        2. trazer
        3. guiar
        4. libertar
      3. (Hofal) ser trazido para fora ou para frente

    אֵל


    (H413)
    ʼêl (ale)

    0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

    partícula primitiva; DITAT - 91; prep

    1. para, em direção a, para a (de movimento)
    2. para dentro de (já atravessando o limite)
      1. no meio de
    3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
    4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
    5. em adição a, a
    6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
    7. de acordo com (regra ou padrão)
    8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
    9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

    אָמַר


    (H559)
    ʼâmar (aw-mar')

    0559 אמר ’amar

    uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

    1. dizer, falar, proferir
      1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
      2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
      3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
      4. (Hifil) declarar, afirmar

    עָלָה


    (H5927)
    ʻâlâh (aw-law')

    05927 עלה ̀alah

    uma raiz primitiva; DITAT - 1624; v

    1. subir, ascender, subir
      1. (Qal)
        1. subir, ascender
        2. encontrar, visitar, seguir, partir, remover, retirar
        3. subir, aparecer (referindo-se a animais)
        4. brotar, crescer (referindo-se a vegetação)
        5. subir, subir sobre, erguer (referindo-se a fenômeno natural)
        6. aparecer (diante de Deus)
        7. subir, subir sobre, estender (referindo-se à fronteira)
        8. ser excelso, ser superior a
      2. (Nifal)
        1. ser levado para cima, ser trazido para cima, ser levado embora
        2. levar embora
        3. ser exaltado
      3. (Hifil)
        1. levar ao alto, fazer ascender ou escalar, fazer subir
        2. trazer para cima, trazer contra, levar embora
        3. trazer para cima, puxar para cima, treinar
        4. fazer ascender
        5. levantar, agitar (mentalmente)
        6. oferecer, trazer (referindo-se a presentes)
        7. exaltar
        8. fazer ascender, oferecer
      4. (Hofal)
        1. ser carregado embora, ser conduzido
        2. ser levado para, ser inserido em
        3. ser oferecido
      5. (Hitpael) erguer-se

    קוּם


    (H6965)
    qûwm (koom)

    06965 קום quwm

    uma raiz primitiva; DITAT - 1999; v.

    1. levantar, erguer, permanecer de pé, ficar de pé, pôr-se de pé
      1. (Qal)
        1. levantar
        2. levantar-se (no sentido hostil)
        3. levantar-se, tornar-se poderoso
        4. levantar, entrar em cena
        5. estar de pé
          1. manter-se
          2. ser estabelecido, ser confirmado
          3. permanecer, resistir
          4. estar fixo
          5. ser válido (diz-se de um voto)
          6. ser provado
          7. está cumprido
          8. persistir
          9. estar parado, estar fixo
      2. (Piel)
        1. cumprir
        2. confirmar, ratificar, estabelecer, impor
      3. (Polel) erguer
      4. (Hitpael) levantar-se, erguer-se
      5. (Hifil)
        1. levar a levantar, erguer
        2. levantar, erigir, edificar, construir
        3. levantar, trazer à cena
        4. despertar, provocar, instigar, investigar
        5. levantar, constituir
        6. fazer ficar em pé, pôr, colocar, estabelecer
        7. tornar obrigatório
        8. realizar, levar a efeito
      6. (Hofal) ser levantado

    קָרָא


    (H7121)
    qârâʼ (kaw-raw')

    07121 קרא qara’

    uma raiz primitiva [idêntica a 7122 com a idéia de dirigir-se a uma pessoa ao encontrála]; DITAT - 2063; v.

    1. chamar, clamar, recitar, ler, gritar, proclamar
      1. (Qal)
        1. chamar, gritar, emitir um som alto
        2. chamar, gritar (por socorro), invocar (o nome de Deus)
        3. proclamar
        4. ler em voz alta, ler (para si mesmo), ler
        5. convocar, convidar, requerer, chamar e encarregar, designar, chamar e dotar
        6. chamar, nomear, colocar nome em, chamar por
      2. (Nifal)
        1. chamar-se
        2. ser chamado, ser proclamado, ser lido em voz alta, ser convocado, ser nomeado
      3. (Pual) ser chamado, ser nomeado, ser evocado, ser escolhido

    שָׁאוּל


    (H7586)
    Shâʼûwl (shaw-ool')

    07586 שאול Sha’uwl

    part. pass. de 7592, grego 4549 σαουλ; n. pr. m.

    Saul = “desejado”

    1. um benjamita, filho Quis, e o 1o. rei de Israel
    2. um antigo rei de Edom e sucessor de Samlá
    3. um filho de Simeão
    4. um levita, filho de Uzias

    שַׁחַר


    (H7837)
    shachar (shakh'-ar)

    07837 שחר shachar

    procedente de 7836; DITAT - 2369a; n. m.

    1. alvorada
      1. alvorada
      2. ao amanhecer (como advérbio)

    שָׁכַם


    (H7925)
    shâkam (shaw-kam')

    07925 שכם shakam

    uma raiz primitiva; DITAT - 2386; v.

    1. levantar ou começar cedo
      1. (Hifil)
        1. levantar cedo, começar cedo
        2. cedo (como advérbio)

    שָׁלַח


    (H7971)
    shâlach (shaw-lakh')

    07971 שלח shalach

    uma raiz primitiva; DITAT - 2394; v

    1. enviar, despedir, deixar ir, estender
      1. (Qal)
        1. enviar
        2. esticar, estender, direcionar
        3. mandar embora
        4. deixar solto
      2. (Nifal) ser enviado
      3. (Piel)
        1. despedir, mandar embora, enviar, entregar, expulsar
        2. deixar ir, deixar livre
        3. brotar (referindo-se a ramos)
        4. deixar para baixo
        5. brotar
      4. (Pual) ser mandado embora, ser posto de lado, ser divorciado, ser impelido
      5. (Hifil) enviar

    שְׁמוּאֵל


    (H8050)
    Shᵉmûwʼêl (sehm-oo-ale')

    08050 שמואל Sh emuw’el̂

    procedente do part. pass. de 8085 e 410, grego 4545 σαμουηλ; n. pr. m. Samuel = “seu nome é El”

    1. filho de Elcana com sua esposa Ana e juiz ou profeta de Israel durante os dias de Saul e Davi
    2. filho de Amiúde e príncipe da tribo de Simeão, escolhido para dividir a terra de Canaã entre as tribos.
    3. filho de Tola e neto de Issacar.

    שְׁנַיִם


    (H8147)
    shᵉnayim (shen-ah'-yim)

    08147 שנים sh enayim̂ ou (fem.) שׂתים sh ettayim̂

    dual de 8145; DITAT - 2421a; n. dual m./f.; adj.

    1. dois
      1. dois (o número cardinal)
        1. dois, ambos, duplo, duas vezes
      2. segundo (o número ordinal)
      3. em combinação com outros números
      4. ambos (um número dual)