Estudamos com esmero a introdução do Espírito Emmanuel na obra Nos Domínios da Mediunidade, de Francisco Cândido Xavier, por sentir ali um resumo extraordinário das potências que geram gravitação e condições diversas de intercâmbio de vida, para efeito de experimentação. Ao intitular este capítulo com os mesmos termos utilizados pelo amigo e benfeitor citado, buscamos aqui, sem presunção, revalidar, a partir de nosso encontro com Sócrates nos páramos do Além, as assertivas dele, ajudando-nos na Terra a compreender os sucessos evolutivos da matéria — o hausto do Criador — sendo dinamizada pelo poder eletromagnético dos Espíritos.
Sugere-se no mundo terráqueo que a Filosofia — a alma do pensamento - fez nascer a Ciência, essa codificação prática e ilustrativa das mais avançadas concepções sobre a Vida. O eminente filho da Hélade Antiga, sem dúvida alguma, fornecia-nos, com suas expressões verbais e profundamente magnéticas, "alma" aos pensamentos e concepções postmortem. Induzindo-nos a sentir o fulgor da Vida Cósmica como manifestação eterna de Deus, ilustrando, de modo multidimensional - como na Terra ainda não se concebe –, os temas essenciais da Criação que, por serem fundamentos, estabelecem as Leis universais e inderrogáveis, capacitava-nos a compreender as responsabilidades relativas, mas crescentes, em termos de vivência e sugestão, de experiência e fixação dos potenciais em eclosão contínua e inimaginável para os que remanescem na carne.
De modo extraordinário, pela orquestração daquele Sábio, estudávamos os fluidos em conjugação — nomeados por Matéria no orbe terrestre. Esse "plasma" divino, imanente na Criação e, por isso, fundamento de todas as expressões cocriadas que vão ao infinito das possibilidades, é a base, o alicerce de todas as manifestações evolutivas dos Seres que dele dependem para se revelarem, através do poder mental. Emmanuel afirmava sempre: "Sentindo, pensas; pensando, ages... ". Esse é o mecanismo. Somos acolhidos, ainda na condição de Princípio Inteligente, por esse "campo" energético, se assim podemos dizer, que é genuína irradiação da Inteligência Suprema, Causa primeira de tudo o que existe. Nele nos envolvemos e jamais deixaremos de tê-lo por intermediário, mesmo quando alcançamos a condição de Espíritos puros, pois ele representa o que poderíamos nomear por "pensamento de Deus". Daí a importância dos estudos apresentados por Allan Kardec sobre os atributos da Divindade, já que, sendo único, perfeitíssimo, incriado, eterno, soberanamente justo e bom, suas expressões, no denominado "Fluido Cósmico ou Universal", são eternas e perfeitas.
Esse "campo espiritual" em que surgimos por Vontade do Eterno é, para os Princípios e Seres ainda rudes e sem saber, o que os mares tépidos (ajuntamento das águas) representaram para o surgimento da vida biológica no planeta. Nossa evolução, do Princípio Inteligente até a condição de Espírito puro, se dá nesses "mantos" indescritíveis que emanam do Pai e Criador, com o objetivo de acolher, deixar florescer e potencializar os filhos do Todo-Sábio. E, como há unidade de poder e de amor em Deus, a se manifestar por inúmeros meios e formas, podemos, a partir dos ensinos recebidos de Sócrates aqui, dizer que nossas criações mentais — força eletromagnética de nossos pensamentos, no nível evolutivo em que nos encontramos - seriam, em escala de cocriação, a emanação pessoal a nos ensejar o próprio reconhecimento — fator sine qua non de nossa Imortalidade. Foi exatamente isso que auscultamos e sentimos do grande precursor do Cristianismo na Terra: "Criados por Deus, vivemos n’Ele e somos nutridos por suas expressões eternas e inalteráveis, convertendo-as, pela prerrogativa que essa Fonte do Amor e da Vida nos concedeu - a inteligência que se ordena na mente —, para nos ver e nos sentir, até que, de criações transitórias e marcadamente personalistas a outras mais abrangentes e mais produtivas em termos comunitários, nos ilustremos e nos capacitemos a "intermediar" as Vontades genuínas do Criador. Orbitamos em torno das próprias criações, que são forças mentais aglutinadas, com maior ou menor duração, dentro da força divina, que poderíamos nomear por divino pensamento de nosso Pai".