Canais da Vida

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Prefácio

A palavra canal em significação justa na Língua Portuguesa, expressa habitualmente uma via aquática, construída pelo homem, para fins de trabalho e progresso ou pode traduzir-se por meio ou recurso de ligação.

Prevalecemo-nos, porém, de semelhante expressão para designar os médiuns que se fazem intermediários entre os vivos da experiência física e os vivos do Plano Espiritual.

Se comparado à árvore frutífera, conforme a feliz definição de Allan Kardec, no item número 10, do Capítulo XIX, intitulado “”, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, necessita de disciplina e permanência em trabalho, a bem do próximo, sem a pretensão de superestimar-se ou de promover-se a destaque, acima dos companheiros.

Simbolizando-se o médium por estrada, ser-nos-á fácil compreender, reclama constante vigilância e proteção, com sinalização adequada à segurança do trânsito.

Segundo essa ideia, todo médium, para ser um caminho de ligação entre ele e as entidades espirituais que se comunicam, precisa, não só do apoio e da compreensão daqueles que o cercam, mas também de estudo e orientação que lhe confiram discernimento.

Se configurado na condição de uma fonte, quem lhe deseje os serviços, não lhe vasculhem a vida e sim lhe respeitem as condições e os sentimentos, porque, assim qual a fonte agitada no fundo não consegue doar água limpa ao sedento, o médium conturbado pela irreverência alheia, não disporá de cérebro lavado para ser fiel ao pensamento ou ao recado dos Espíritos benevolentes e amigos.

Se aceito na posição de um canal, é imperioso seja tratado, convenientemente, para que a linfa da verdade seja transmitida através dele, sem contaminar-se com o lodo das paixões ou dos propósitos subalternos.


Neste livro sem atavios e sem teorias complicadas, examinamos com os leitores amigos as diversas situações mediúnicas, para concluir que os medianeiros humanos, para desempenharem corretamente a tarefa de que se acham investidos, não dispensarão os esclarecimentos de ordem superior.

E para que se cultive a mediunidade responsável e segura, é aconselhável que o medianeiro na Terra siga o seu próprio caminho sem se afastar do convívio e da prática dos ensinamentos de Jesus.



Uberaba, 15 de junho de 1986.



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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