Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 11

A CANGALHA

Casemiro Cunha

Nos círculos de serviço, Toda a gente que trabalha Nem sempre sabe entender A nobreza da cangalha.

Não fosse ela, entretanto, Que atende, promete e faz, E talvez o campo inteiro Viveria estranho à paz.

Convenhamos na prudência Que vem do rifão de antanho – Basta, às vezes, uma ovelha Para perder o rebanho.

O muar deseducado, Que a força brutal anime, Nunca perde ensejo ao coice E está sempre pronto ao crime.

Viveu ao léu, ameaçando A golpes de grosseria;

Aparentando brandura, Transborda selvageria.

Transforma-se, comumente, No animal rude e vilão, Que se esquiva do trabalho, Por preguiçoso e ladrão.

Todavia, chega o instante Em que a cangalha, bondosa, Comparece orientando, Honesta, laboriosa.

Ligada por laço forte Ao amigo da indolência, Dá-lhe os bens da utilidade Em luzes de experiência.

Perguntemos a nós mesmos, Notando-a, modesta e bela, Quais os homens deste mundo Que podem viver sem ela.


* * *

O dever, como a cangalha, Que tanta grandeza encerra, E’ a balança de equilíbrio Nas vidas de toda a Terra.








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