Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 12

A CAPA

Casimiro Cunha

Enquanto vibra o calor Do verão, em luz florida, A capa confortadora Permanece recolhida.

Em tudo há sol claro e quente, Após a bênção do orvalho. . .

Oculta-se a capa amiga Nas reservas de agasalhos.

Entretanto, chega um dia, Que surge na imensidão, Envolto de sombras frias E sopros de tempestade.

Rajadas dilacerantes Invadem a atmosfera, Não mais a carícia doce Das tardes de primavera.

De outras vezes, muito embora Cesse a grande ventania, Continua o inverno forte, Torturando noite e dia.

Ar gelado, névoas densas Ao longo de toda a estrada, Se a neve não cai do céu, A terra sofre a geada.

É quando a capa bondosa Aparece no caminho, Como a terna mensageira Do consolo e do carinho.

Requestada em toda parte, No tempo frio e brumoso, Trabalha, conforta e ajuda, Sem as pausas do repouso.

Assim, no inverno das dores Que trazem desolação, A crença é a capa celeste Que agasalha o coração.

Mas no mundo há muito crente, Que quando padece e chora, Desatende a Providência E atira com a capa fora.








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