Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 21

A ENXADA

Casemiro Cunha

No conjunto dos trabalhos, A enxada pobre e esquecida E’ uma agulha generosa Que borda o lençol da vida.

Com desvelos carinhosos, Faz o berço às sementeiras, Protege os rebentos frágeis, Traçando caminho às leiras.

Essa agulha delicada, Vibrando de pólo a pólo, Aperfeiçoa a paisagem, Lançando mais vida ao solo.

Obediente e bondosa, Coopera com o lavrador, E onde passa costurando, Eis que o chão transborda em flor.

Devem-lhe muito os celeiros Na colheita farta, imensa, Mas a enxada dadivosa Nunca pede recompensa.

Sem prazer está nas lutas, Nos trabalhos naturais;

Alguém lucra em seus esforços?

Mais serviço e terás mais.

Não sabe se há chuvas fortes, Se há calor de requeimar, Disposta sempre ao possivel, Tem gosto de trabalhar.

Modesta, criteriosa, Atende ao labor que a chama, Fiel ao bom lavrador, Executa o seu programa.

Instrumento valoroso, Que não trai nem esmorece, Exemplifica no mundo A humildade que obedece.


* * *

Imagina a tua glória, Teu triunfo jamais visto, Quando fores boa enxada Nas divinas mãos do Cristo.








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