Cartilha Da Natureza. A Criação
Versão para cópiaA EROSÃO
Casemiro de Abreu Quem busca na paz do campo Os bens da contemplação, Costuma encontrar, por vezes, As surpresas da erosão.
Dos cumes da paisagem, Eis que a visão descortina Horizontes luminosos Na vastidão peregrina!
Em torno rebentam flores Nas folhagens perfumosas, Entre as árvores e os ninhos Sopram brisas buliçosas.
Misturando-se, à verdura, Há caminhos de enxurrada, Formando abismos escuros Na terra dilacerada.
Em derredor, tudo é glória Do campo verde e florido;
Céu de anil, promessa e luz, Mas o solo está ferido.
Somente à custa de esforço, De luta excessiva e estranha, É possivel reparar As ulceras da montanha.
É um quadro que faz lembrar As almas de grande altura, Que, embora a ciência e o brilho, Tem abismos de amargura.
São montes iluminados De sonho e conhecimento, Mas, degradados por vezes, Nos planos do pensamento.
Recebem, da luz de Deus, Dons sublimes e infinitos, Mas se deixam avassalar De enxurradas e detritos.
Quem guarde na intimidade Tais feridas de erosão, É que vive sem defesa Nos campos do coração.
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