Cartilha Da Natureza. A Criação

Versão para cópia
CAPÍTULO 22

A EROSÃO

Casemiro de Abreu Quem busca na paz do campo Os bens da contemplação, Costuma encontrar, por vezes, As surpresas da erosão.

Dos cumes da paisagem, Eis que a visão descortina Horizontes luminosos Na vastidão peregrina!

Em torno rebentam flores Nas folhagens perfumosas, Entre as árvores e os ninhos Sopram brisas buliçosas.

Misturando-se, à verdura, Há caminhos de enxurrada, Formando abismos escuros Na terra dilacerada.

Em derredor, tudo é glória Do campo verde e florido;

Céu de anil, promessa e luz, Mas o solo está ferido.

Somente à custa de esforço, De luta excessiva e estranha, É possivel reparar As ulceras da montanha.

É um quadro que faz lembrar As almas de grande altura, Que, embora a ciência e o brilho, Tem abismos de amargura.

São montes iluminados De sonho e conhecimento, Mas, degradados por vezes, Nos planos do pensamento.

Recebem, da luz de Deus, Dons sublimes e infinitos, Mas se deixam avassalar De enxurradas e detritos.


* * *

Quem guarde na intimidade Tais feridas de erosão, É que vive sem defesa Nos campos do coração.








Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 22.
Para visualizar o capítulo 22 completo, clique no botão abaixo:

Ver 22 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?