Cartilha Da Natureza. A Criação
Versão para cópiaA FAXINA
Casemiro Cunha
De manhã, em toda casa, Ar puro, janela aberta, A higiene determina O movimento de alerta.
E’ o asseio proveitoso Que começa com presteza, Expulsando o pó de ontem Nos serviços da limpeza.
A vassoura range, range, No polimento ao soalho, Sem desprezar coisa alguma Na expressão do seu trabalho.
Vêm escovas cuidadosas Ao lado de espanadores E renova-se a paisagem Dos quadros interiores.
A água cariciosa Que se mistura ao sabão, Carreia o lixo, a excrescência, Enche baldes, lava o chão.
Os livros desafogados Mostram ordem nas fileiras, Convidando ao pensamento Do cinco das prateleiras.
Os móveis descansam calmos, De novo brilho o verniz.
Toda a casa fica leve, Mais confortada e feliz.
A limpeza efetuada E’ novo impulso à energia, Multiplicando as estradas De esforço e sabedoria.
A faxina, qual se chama, Na linguagem da caserna, Tem seu símbolo profundo Nos campos de vida eterna.
Muita gente sofre e chora, Na dor e na inquietação, Por nunca fazer faxina Nas salas do coração.
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