Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 29

A LAGARTA

Casimiro Cunha

A árvore é grande e bela, Mas, na copa que se alteia, Intromete-se a lagarta Escura, disforme e feia.

No troco maravilhoso, Folhas verdes, flores mil. . .

O traço predominante É a nota primaveril.

E basta uma só lagarta De minúscula expressão, Por fazer, na árvore toda, Estrago e devastação.

De fato, o conjunto verde É nobre, forte e preciso;

Mas, em todos os detalhes, Há sinais de prejuízo.

A lagarta rastejante, Mostrengo em miniatura, Vai de uma folha a outra, Dilacerando a verdura.

As flores, embora belas, Perfumosas e garridas, Aparecem deformadas, Nas corolas carcomidas.

O passeio da lagarta, Que demora e persevera, Perturba toda expressão Da filha da primavera.

Por mais que enflore e se esforce, A árvore peregrina Trai, aos olhos, a existência Do verme que a contamina.

Encontramos na lição, Desse pobre vegetal, O homem culto e bondoso Com o melindre pessoal.

Há muitas almas na Terra, De feição nobre e segura, Mas o melindre é a lagarta Que as persegue e desfigura.








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