Cartilha Da Natureza. A Criação
Versão para cópiaA ARANHA
Casimiro Cunha
Geralmente, em toda parte, No ângulo mais sombrio Dos recantos desprezados 5em a aranha e tece o fio.
Escura, silenciosa, Atendendo ao próprio instinto, Seja dia, seja noite, Vai fazendo o labirinto.
Por manter o enorme enredo, Insiste e nunca esmorece, Condenar-se por si mesma É seu único interesse.
Desdobrando movimentos Nos impulsos insensatos, Pratica perseguições, Multiplica assassinatos.
Insetos despreocupados, Na ilusão cariciosa, Transformam-se em prisioneiros Da pequena criminosa.
Satisfeita, a aranha escura.
Prossegue na horrenda lida, Nos venenos que segrega Traz a morte e suga a vida.
Mas um dia, o espanador, Na luta material, Vem e arranca essa infeliz Das teias de horror do mal.
A aranha, porém, não cede, Com teimosia e com arte, Foge ao bem que se lhe fez, E vai tecer noutra parte.
Quem medita na conduta Dessa aranha renitente, Encontra a cópia fiel Da vida de muita gente.
A muitos presos do engano, Deus envia a dor e as provas;
Mas, depois de liberdade, Vão prender-se em redes novas.
Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 3.
Para visualizar o capítulo 3 completo, clique no botão abaixo:
Ver 3 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?