Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 30

A LÂMPADA

Casimiro Cunha

Em casa, a lâmpada acesa, Singela e despercebida, Constitui lição patente Das mais nobres que há na vida.

Contra a noite escura e espessa, Que se espalha e reproduz, Envolve-se de energia, Resplandece e traz a luz.

Seu trabalho é grande e simples, Difundindo o sol do bem.

Não discute, não pergunta, Dá sempre, não olha a quem.

Ilumina o gabinete De pesquisa ou leitura, Como aclara a agulha humilde Da máquina de costura.

Envolve com a mesma luz A velhice, a enfermidade A infância, a alegria, a dor, E os sonhos da mocidade.

Há tumultos, há prazeres?

Amarguras, agonia?

Se não sofre violência, Eis que a lâmpada irradia.

Serena, silenciosa, Não se aflige, não consulta, Nada pede, além da força Que lhe vem da usina oculta.

Revela todo detalha, Sem contendas, sem perigo.

A sua demonstração É o foco que traz consigo.

Não exige condições Por servir e iluminar, E define seu ruído Cada coisa em seu lugar.

Pensemos em nossa glória Quando formos, irmãos meus, Como lâmpadas do Cristo Na usina do amor de Deus.








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