Cartilha Da Natureza. A Criação
Versão para cópiaO AGUILHÃO
Casemiro Cunha
Na esteira da confusão, Há perigo, o carro empina.
São golpes de bois madraços Em horas de indisciplina.
Avançam, rumo ao barranco, Atiram-se à revelia, São cegos à estrada enorme E surdos à voz do guia.
O carreiro vigilante Atende à situação: Na canícula dourada Vibram golpes de aguilhão.
A custa de esforço ingente, A poder de ferroada, A ordem volta ao serviço, A harmonia volta à estrada.
Há revolta momentânea Nos bois rudes, a tremer, Mas, a bem da paz de todos, Cada qual cumpre o dever.
E o carro prossegue firme, Sem desvios, sem parar, Buscando os objetivos Que, por fim, deve alcançar.
Na Terra, também é assim: Nas sendas de redenção, Todo homem necessita Estimulo à própria ação.
No lar, como no trabalho, Desde o berço até a morte A criatura precisa Aguilhões de toda sorte.
Muita gente fala deles Com desespero e com asco;
Mas, Jesus santificou-os No caminho de Damasco.
Obedece a Deus e passa, Vive sempre atento a isto: Todo aguilhão que te fere E’ bênção de Jesus Cristo.
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