Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 65

O CEMITÉRIO

Casimiro Cunha

Tristeza, luto e silêncio, Desolação e amargor.

O quadro de um cemitério Inspira saudade e dor.

Aqui, lápides custosas, Ali, raros mausoléus, Anjos de pedra apontando A cúpula azul dos céus.

Além sepulturas pobres, Sem o mármore das lousas, Que se confundem sem palmas No seio comum das coisas.

Em uns, a ambição pomposa Que se estende à própria morte;

Em outros, o esquecimento, Contrastes das mãos da sorte.

Mas em todos os recantos, A realidade é a lição Do túmulo: o estojo triste De sombras e podridão E o cemitério descansa Em triste serenidade, Assinalando em silêncio O fim de toda a vaidade.

No entanto, entre as cruzes mortas, Sobre corpos verminados, A primavera traz lírios Risonhos e perfumados.

Cantam rosas de alegria Sobre as dores da tristeza;

O cipreste enfeita os dias E as noites da Natureza.

Cartilha Da Natureza Já observaste? No mundo, Nos trilhos mais viciados, Temos sido muitas vezes Como "túmulos caiados".

Mas Jesus que é o Jardineiro Da paz, do amor, da bonança, Faz florir em nossas trevas Seus caminhos de esperança.








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