Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 70

O DIAMANTE

Casimiro Cunha

No serro desamparado Que chama ao suor e à luta, O diamante luminoso Descansa na pedra bruta.

Por conquistá-lo é preciso Vencer enorme aspereza, Eliminando os percalços Que surgem da Natureza.

Sobretudo, é imprescindível Estudar todo o cascalho, Sem desprezar-lhe a dureza No espírito do trabalho.

Longo esforço, longa espera, Serviço e compreensão, Tudo isso é indispensável Ao bem da lapidação.

Ao preço de luta ingente, A pedra sonha e rebrilha.

É a divina descoberta Da gota de maravilha.

Pouca gente lembrará Que a joia de perfeição Constitui a experiência Dos átomos de carvão.

A princípio, não passava De míseros fragmentos De carbono desprezível Na força dos elementos.

Nas grandes transformações, Viveu obscura e ao léu, Mas, agora, é flor de luz, Refletindo a luz do céu.

Quem não vê na joia rara, Sublimada e soberana, A história maravilhosa Dos caminhos da alma humana?


* * *

Nos serros da Humanidade Que a ignorância domina, Cada ser guarda o diamante Da Consciência Divina.








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