Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 76

O LIXO

Casemiro Cunha

Cada dia, a residência Que a higiene ensine e ajude, Lança fora todo o lixo Na defesa da saúde.

Grandes cestos, grandes latas, Guardando detrito escuro, Enchem grandes carroçadas Que seguem para o monturo.

Contemplando o movimento, Lembremos que a sujidade, Muita vez foi qualquer coisa Em plano de utilidade.

Roupa usada, vestes rotas, Velhas peças carunchosas, Em outros tempos já foram Queridas e preciosas.

Ornatos apodrecidos, Tristes relâmpagos sem lume, Conheceram muitas vezes Festa e luz, vida e perfume.

Resumem, contudo, agora, O lixo que não convém, Escuro e pernicioso, Contrário à saúde e ao bem.

Para ele, em todo o mundo, A casa nobre e educada Reserva, cada manhã, A bênção da vassourada.

Se não tem função de esterco, Junto à terra menos rica, Vai ao fogo generoso, Que renova e purifica.

Na esfera de ensinamento Da verdade sempre igual, O lixo personifica A estranha expressão do mal.


* * *

Escuta! Se o bem de ontem Hoje é mal e sofrimento, Não deixes de procurar Os cestos do esquecimento.








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