Cartilha Da Natureza. A Criação
Versão para cópiaO OÁSIS
Casimiro Cunha
Em torno, o despovoado, Os lençóis de areia ardente. . .
O viajor vive o seu drama Doloroso e comovente.
Nenhuma vegetação, Nem a bênção de uma fonte, O quadro é desolador, Embora a luz do horizonte.
Cansado de sede e fome, Sofre e sua, sonha e chora, Desde a aurora rutilante Às promessas de outra outrora.
Pede em vão, suplica a esmo, No auge das aflições, Guardando nalma ansiedades, Angústias, recordações.
O vento levanta a areia, Desfigurando as paisagens, E o pobre sorri chorando Na carícia das miragens.
Concentra-se, avança mais, Quase morto de alegria;
Contudo, desfaz-se a tela Dos planos da fantasia.
Arrasta-se amargamente, Ralado de desventura, Mas, na última esperança, Surge um canto de verdura.
É o oásis que o Senhor, Atento à nossa viagem, Mandou para os caminheiros Que persistam na coragem.
Nos trabalhos deste mundo, Em rumo obscuro, incerto, Muita vez encontrarás Inclemências do deserto.
Deus vela. Prossegue a luta, Sem lamento, sem gemido. . .
Atingirá, talvez hoje, O oásis desconhecido.
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