Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 83

O OÁSIS

Casimiro Cunha

Em torno, o despovoado, Os lençóis de areia ardente. . .

O viajor vive o seu drama Doloroso e comovente.

Nenhuma vegetação, Nem a bênção de uma fonte, O quadro é desolador, Embora a luz do horizonte.

Cansado de sede e fome, Sofre e sua, sonha e chora, Desde a aurora rutilante Às promessas de outra outrora.

Pede em vão, suplica a esmo, No auge das aflições, Guardando nalma ansiedades, Angústias, recordações.

O vento levanta a areia, Desfigurando as paisagens, E o pobre sorri chorando Na carícia das miragens.

Concentra-se, avança mais, Quase morto de alegria;

Contudo, desfaz-se a tela Dos planos da fantasia.

Arrasta-se amargamente, Ralado de desventura, Mas, na última esperança, Surge um canto de verdura.

É o oásis que o Senhor, Atento à nossa viagem, Mandou para os caminheiros Que persistam na coragem.

Nos trabalhos deste mundo, Em rumo obscuro, incerto, Muita vez encontrarás Inclemências do deserto.


* * *

Deus vela. Prossegue a luta, Sem lamento, sem gemido. . .

Atingirá, talvez hoje, O oásis desconhecido.








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