Cartilha Da Natureza. A Criação
Versão para cópiaA CANDEIA
Casimiro Cunha
A sombra desce de manso, O silêncio volve aos ninhos, É a noite cariciosa Que se estende nos caminhos.
Na casa pequena e simples Que é refúgio da pobreza, É mais densa a escuridão Que amortalha a Natureza Mas no quadro desolado Perpassa a bênção do amor, A candeia humilde e rude Clareia do velador.
Na sala desguarnecida Da morada carinhosa, Sua luz mostra a beleza De uma estrela generosa.
Aproveita-se-lhe o encanto Na esfera da utilidade, Mas quase ninguém lhe vê O espírito de humildade.
Seu processo de ajudar Nas sombras da noite escura, Revela lição sublime Ao plano da criatura.
Por servir de fonte calma Ao clarão bondoso e amigo, Ela queima a provisão De tudo que tem consigo.
Consome o óleo, a torcida, Perde o brilho, perde a graça, Suporta o calor do fogo, Sofre o assédio da fumaça.
E Guarda, com Deus, a glória De haver produzido o bem, Sem ferir qualquer pessoa, Sem prejuízo a ninguém.
Quem deseje iluminar, Proceda como a candeia: A si mesmo se ilumine Sem reclamar luz alheia.
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