Estudando o Evangelho

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CAPÍTULO 15

Reencarnação e Reajuste

. . . Reconcilia-te com o adversário, enquanto estás a caminho.


Entre uma pessoa que acredita, simplesmente, numa única existência — com início no berço e término na sepultura —, e outra, crente na multiplicidade das vidas, a segunda terá, sem dúvida, maior facilidade para compreender e aproveitar o ensinamento do Mestre.
Faze as pazes com o adversário enquanto dispões da oportunidade. . .
O homem não reencarnacionista, supondo que a vida se resume no que aí está — nascer, viver, comer, procriar e morrer, indo, depois, para o céu, o inferno ou para o Nada — um homem nessas condições, inteiramente divorciado de qualquer programa superior, não compreenderá porque deva reconciliar-se com um inimigo.
Dificilmente se lhe provará que deva ir ao encontro de um obscuro desafeto, pois que dele não necessita, dele nada espera, com ele não se incomoda.
A não ser que possua espontânea sensibilidade, excepcionalmente o homem afortunado e poderoso concordaria em procurar o adversário humilde, pobrezinho, para com ele reconciliar-se, especialmente se considera que a razão está do seu lado.
O orgulho, a vaidade, o amor próprio, enfim, levantarão, entre ambos, intransponível barreira.
O argumento do homem orgulhoso, que não crê, nem cogita da vida futura, será, invariàvelmente, este: “Não preciso de ninguém; logo, porque me hei-de humilhar?" Assim pensa, assim vive, assim age, lôgicamente.
Assim procede, porque só vê a vida presente.
Não vislumbra, sequer, uma nesga do futuro — futuro que, para o Espírita sincero, é sempre sinônimo de Responsabilidade.
O contrário acontece com o homem que acredita na imortalidade da alma e avança, ainda, um pouco mais: crê, uma crença firme, porque consciente, na Reencarnação.
Crê no retorno a paisagem do mundo, por necessidade evolutiva, em experiências provacionais ou expiatórias, ou para a execução de tarefas em nome do Senhor.
A doutrina reencarnacionista exerce salutar influência na vida, no destino, na felicidade do ser humano.
A noção, consciente, das vidas sucessivas, implica, tàcitamente, normalmente, na melhoria do comportamento individual.
O reencarnacionista sabe que o Espírito eterno somente conhecerá a ventura definitiva, integral, plena, intransferível, se houver paz no seu coração, no receoso de sua alma, nos refolhos conscienciais, aquela paz que resulta da harmonia com o próximo, e, principalmente, da harmonia consigo mesmo, com o seu mundo íntimo.
O homem que acredita na lei das vidas sucessivas, e procede segundo esta crença, leva mais vantagem do que aquele que supõe comece a vida no berço e termine na sepultura.
A desvantagem é para o que não crê no “pré" e no “pós" ensinados pelo Espiritismo: pré-existência e pós-encarnação.
O bem que fizermos aos nossos adversários, favorecendo, assim, a reconciliação ainda neste mundo — enquanto estamos a caminho" — tem a faculdade de nos beneficiar relativamente ao passado, ao presente e ao futuro.
De que maneira? — eis, por certo, a indagação.
Normalmente — com a ressalva de que toda regra tem exceção — as inimizades de hoje têm sua origem no ontem.
Ao nos defrontarmos com inimigos de outras vidas, antigas rivalidades se renovam.
Remotas fogueiras voltam a crepitar, inflamando labaredas que o sopro da ignorância e do orgulho acendeu no pretérito.
Não devemos lançar nessas fogueiras o combustível da intransigência e do rancor.
Atentos ao “reconcilia-te com o adversário", do Celeste Benfeitor, e, ainda, considerando a necessidade inadiável do aperfeiçoamento espiritual, o reencarnacionista de boa vontade pode, hoje, mediante a prática do bem, interromper velhos antagonismos de ontem, evitando, assim, a propagação das fogueiras.
Novas culpas, novos débitos, com o inevitável cortejo de sofrimento e lágrima, serão, portanto, evitados.
Eis aí os benefícios que a Reencarnação, com o seu natural incentivo à fraternidade, nos traz com vistas aos enganos do passado.
Erros seculares desaparecem ante o abençoado milagre da reconciliação amorosa.


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