Estudando o Evangelho

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CAPÍTULO 42

A Segunda Frase – 3º

Lázaro, sai para fora.


Jesus não dispensou o concurso dos amigos do morto, no processo do seu levantamento.
Não indagou deles, contudo, quanto à cultura, nem quanto aos sentimentos.
Não lhes perguntou se eram judeus ou romanos, rabinos ou pescadores, senhores ou escravos.
Simplesmente utilizou-os na ressurreição de um homem, valorizando-os, pois, com a oportunidade de trabalho, cooperação e serviço.
Mas, tão logo estabeleceu contacto visual com o jovem de Betânia, fala-lhe diretamente, sem reticências.
Não mais intermediários: dá-lhe a ordem, incisiva e categórica.
Intima-o, com bondosa energia, a deixar a sombra do túmulo, num convite a que viesse aspirar o oxigênio cá de fora; a que viesse reaquecer-se sob a claridade do Sol que buscava, àquela hora, a linha do horizonte.
“Lázaro, sai para fora" — determina, de modo irresistível, possivelmente para recordar o que dissera ainda em Jerusalém, quando Lhe chegara a noticia da doença do amigo: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus; para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. " Quando o Mestre, voltando-se, sereno, para os amigos de Lázaro, lhes ordenava que tirassem a pedra, Jesus estava com Lázaro, mas, por estranho que pareça, Lázaro não estava com Jesus.
Agora, contudo, com a suave claridade que invadira o interior do sepulcro, Lázaro já podia ouvir, em surdina, a voz do Senhor, a palavra de comando: — Lázaro, sai para fora.
“E o defunto saiu" — relata o Evangelho.
“. . . e Lázaro, que se ergue do sepulcro, é a vida triunfante que ressurge imortal" — pondera Emmanuel, referindo-se ao episódio.
* * *

Também nós outros, retirada a pedra do egoísmo do sarcófago de nossos enganos milenares, já podemos ouvir, meio confusos, à maneira de uma sinfonia longínqua, o verbo amoroso de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Convocando-nos à Luz.
Requisitando-nos à Verdade.
Chamando-nos, enfim, à Vida.
Vacilantes e indecisos, aturdidos e semidespertos, fitamos a amplidão dos céus infinitos, onde cintilam estrelas-esperanças de mundos fabulosos, de sublimes e ainda inabordáveis humanidades que escrevem páginas imortais no universal drama da evolução.
As nossas pálpebras estão pesadas.
Os pés se encontram doloridos.
As mãos ainda traumatizadas.
Em nossa cabeça — um vácuo indefinível.
Estamos realmente atônitos, mas já começamos a sentir, no Templo de nosso Espírito, a presença Augusta e Misericordiosa do Mestre.
Faixas mentais nos identificam com a morte, mas já estamos erguidos.
Não há porque desanimar.
“A evolução é fruto do tempo infinito. . . "


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