Ideal Espírita

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Capítulo LXXII

Condição irrecusável


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Através dos mundos — infindáveis retortas do Laboratório de Deus — as encarnações sucessivas alimentam as gerações sucessivas.

Em razão disso, grande número de Espíritos ressurge na matéria densa de três em três ou de quatro em quatro gerações.

Ninguém se desvencilha do círculo das encarnações dolorosas, repentinamente. Isso somente ocorre a pouco e pouco, esforço a esforço.

Depois da lenta evolução dos milênios, a Terra vive agora o “século do fato”, em que o raciocínio comanda a verificação de todos os sucessos, desfazendo a miragem dos sofismas; época das mais belas florações do pensamento sublime e, ao mesmo tempo, das mais estranhas fecundações da animalidade instintiva por apresentar as promessas do porvir e os detritos do passado, no dealbar de nova aurora.

Descem os minutos semelhando grãos de areias na ampulheta do Espiritismo, ampliando os conhecimentos da Humanidade; os Espíritos a se manifestarem, aqui e ali, vão escrevendo a história de nossa própria responsabilidade ante as leis do destino.

Já não podemos dormir o sono da ingenuidade. Necessário aplicar discernimento em todas as manifestações, sem copiar a instabilidade doudejante do cata-vento.

A matéria não pensa e, por outro lado, pensamentos esvoaçantes não conduzem a qualquer meta construtiva.

Registra-se a vida humana em regime de penhora. O corpo é a caução.

Se somos cristãos cujo figurino se adaptou às regras modernas, nem por isso poderemos pautar nossos atos pelos códigos cediços da moral de aparências por fora e de enganos por dentro.

Nosso coração deve viver em mil corações que nos rodeiam.

Assim, premia com o olhar de indulgência a quem te fere, recordando que possuímos colegas de experiência terráquea a viverem, do berço ao túmulo, entre o presídio e o hospital, até desaparecerem fazendo da ambulância o carro fúnebre, constantemente dilacerados pelas farpas de amargoso caminho…

E estende o óbolo da atenção a quem te intercepte o passo, cultivando a fraternidade espontânea, como quem sabe que amanhã não podes prescindir do amparo desse ou daquele companheiro desconhecido.

Trabalhemos e trabalhemos… Desistamos da peleja inglória de tentar, inutilmente, terçar armas contra os jorros imponderáveis da luz…

Ação por ação, a tarefa mais nobre será sempre aquela que traz consigo a produtividade no bem puro, pois todos somos credenciados a estender mãos amigas.

Quanto mais evoluída a alma, muito maior é o intervalo reencarnatório que desfruta na Espiritualidade Superior, entre duas existências.

Se intentas, pois, desferir o voo largo da redenção, não revivas o teu “ontem”, mas sim vive o teu “hoje”!

Abre sorrisos, verte lágrimas, lança ideias, cria palavras e esparze ações, mas utiliza todas essas possibilidades para servir, construindo monumentos de amor ao próximo, enxugando o suor do povo na sublime oportunidade do presente, porquanto somente existe essa condição, abençoada e irrecusável, para diminuirmos os estágios de prova e de aflição no cenário terrestre.



(Psicografia de Waldo Vieira)



Lameira de Andrade
Francisco Cândido Xavier


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