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Capítulo XXXIV

Filhos diferentes


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TEMA — Filhos em desarmonia com o lar.


Provavelmente, conhecê-los-ás no mais íntimo da alma: os filhos diferentes. Conseguiste instruir os outros. Encaminhá-los para o bem com facilidade. Mas encontraste aquele que não se afina com os teus ideais. É um filho que não se erige à altura do padrão doméstico a que te elevaste, ou uma filha que te desmente a esperança.

É possível hajas verificado a desvantagem quando já existe enorme distância do ente querido à harmonia familiar. Percebeste-lhe as falhas com a surpresa do cultivador, quando identifica uma planta de bela aparência que a praga carcome, ou com o desencanto de quem vê repentinamente comprometida a empresa levantada à custa dos sonhos e canseiras de muitos anos.

Quanto te observes perante um filho diferente, não te permitas inclinar o coração ao desespero ou à amargura. Ora e pede luz para o entendimento.

O Senhor te fará reconhecer-te à frente do companheiro ou da companheira de outras existências terrestres, que o tempo ocultou e que a Lei te oferece de novo à presença para que a tua obra de amor seja devidamente complementada.

Jamais ergas a voz para acusar o filho-problema, conquanto nem sempre lhe possas elogiar a conduta. Longe ou perto dele, segundo as circunstâncias do Plano físico, ampara-o com a tua prece, estendendo-lhe apoio e inspiração pelas vias da alma. Embora no dever de corrigi-lo, ainda mesmo quando te não compreenda ou te evite o passo, abençoa-o tantas vezes quantas se fizerem precisas, ensinando-lhe outra vez o caminho da retidão e da obediência, selecionando para isso as melhores palavras que as lutas da vida te hajam gravado no sentimento.

Ninguém te pode penetrar a angústia e o enternecimento de pai ou mãe, junto dos filhos que se fizeram enigmas; à vista disso, é natural que muitas vezes o teu procedimento diante deles assuma aspecto de exceção. Auxilia-os sempre e, mesmo nos dias em que a saraivada de críticas humanas te assedie a cabeça, conchega-os mais brandamente ao regaço de teu espírito; sem que o verbo humano consiga expressar as sensações de teu amor ou de tua dor, ante um filho diferente, sabes, no imo da alma, que ele significa o mais alto encontro marcado entre a tua esperança e a bondade de Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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