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Capítulo XLVII

Entre o bem e o mal


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TEMA — O dever de velar pelo bem dos outros.


Qual acontece a muitos de nós — Espíritos nas veredas do progresso —, encontrarás também os teus momentos de indecisão entre o bem e o mal. Qual se estivesses num labirinto, sentes a estranheza de alguém que desconhecesse, de todo, o rumo a seguir.

Não ignorarás quanto à abnegação daqueles que se decidiram pelo caminho do sacrifício, em semelhantes ocasiões, a fim de que tivesses paz e segurança.

Ajudarás e abençoarás sempre.

Lembrar-te-ás de que a vida não te constitui privilégio e de que és apenas um elo na corrente infinita das criaturas que integram a Família Universal. À frente e à retaguarda, à esquerda e à direita, caminham contigo aqueles corações que se te vinculam à existência, e que, de um modo ou de outro, dependem de ti para assimilar os benefícios da reencarnação.

Diante de qualquer dificuldade, pensa neles primeiro. Não vaciles. Não permitas que a ideia comodista do conforto a ti mesmo te inutilize a capacidade de auxiliar.

O egoísmo te fará tecla muda e não conseguirás responder aos apelos da vida a que se execute, onde estejas, a sinfonia da felicidade geral.

Ama e compreenderás teu destino. Serve e cumprirás tua missão.

Deixa que o poder do bem se comunique com os outros, através de tua alma. Aos fracos, revestirás de fortaleza; aos aflitos, sossegarás com a tranquilidade; aos descrentes, socorrerás com a fé, e, aos caídos, darás teu braço alentador.

Recorda o encadeamento de todos os seres da Criação perante a Sabedoria Divina e perceberás a Divina Sabedoria solicitando-te trabalho e concurso, a benefício de cada um.

Confia-te ao Senhor para que Ele te use na oficina da bondade, e, por mais que o malho da experiência te vibre golpes no espírito, nada mais fará que te burilar o coração para a imortalidade vitoriosa.

Em qualquer instante de incerteza, não admitas que a dúvida te assalte a cidadela interior. Entre o bem e a negação do bem não existe neutralidade. Escolherás o bem para os teus irmãos, e a breve tempo, trecho adiante da vida, compreenderás que, fazendo o bem aos outros, nada mais fizeste que acrescentar o bem a ti mesmo, de modo a usufruíres paz constante e alegria maior.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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