Entender Conversando

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Capítulo XV

Materialismo e religião

163 — TRABALHO E GRATIDÃO


— Atendo às pessoas há 56 anos. Não só me habituei como também sou muito grato às pessoas que me procuram. Eu gostaria de ser mais útil, mas não posso. Mas, pelo menos um sorriso ou um aperto de mão nós podemos dar. Eu me sinto muito feliz. Não é um peso, porque eu me encontro com irmãos muito queridos. Nós temos muitos médiuns. A Doutrina Espírita conta com muitos intérpretes. A minha morte será como a morte de um capim. Um capim morre e nasce outro.



— A alma humana não pode viver sem religião. Quanto mais o materialismo cresce, mais nosso Espírito tem saudade da união com Deus. Isso é nato em cada um de nós. Toda pessoa tem essa sede.



— A prova de que sou uma criatura humana falível é que eu ando muito doente das coronárias. Aos 73 anos de idade é natural que eu esteja doente. Eu sou uma pessoa fraca, doente, desgastada. Estou cumprindo o meu dever. Outro dia me perguntaram qual era minha doença. Então, respondi que minha doença são 73 anos. Nessa idade qualquer pessoa fica doente.



— A nossa índole cristã nos leva a isso porque estamos habituados ao Cristianismo nas diversas interpretações da palavra de Cristo. O brasileiro é religioso. Então essa inclinação para a Doutrina Espírita é muito natural. Isto porque temos necessidade de uma fé simples, sem qualquer sofisticação, uma fé que nos irmana, sem diferenças econômicas, sociais e políticas. Nós todos somos irmãos. Dá muita alegria às pessoas saberem que têm irmãos que não nasceram na mesma casa, mas são irmãos do coração:



— Pela fé, viemos de Deus. Nossos pais nos receberam da Divina Providência e nos matricularam com um nome X. O nome que temos não é este, é apenas o nome que nossos pais nos deram no Cartório. Vivemos aqui durante um tempo como quem está internado num colégio. O corpo é a carteira em que sentamos para estudar. Amamos, brigamos, mas saímos sempre aprendendo alguma coisa e vamos para o lar de onde viemos, que é o mundo espiritual. Aqui, nossos bisavós, trisavós, todos já passaram. Ninguém se lembra da morte porque ela não existe. A vida é espiritual. Vai chegar o dia de nossa partida. É como um amigo escreveu um dia: “Quando você chegou todos riram de felicidade. Viva de tal maneira que quando você partir, todos chorem.”


Francisco Cândido Xavier
Emmanuel


Francisco Cândido Xavier


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