Entender Conversando
Versão para cópiaUM CASO EXPRESSIVO
P - Poderia nos contar um fato ou uma passagem de sua vida que lhe traz melhores recordações e que mais lhe tocou o coração?
R - Peço permissão para contar um caso que pra mim foi um dos mais expressivos, que mais parece uma história infantil. Eu estava em Uberaba, há uns dois anos, esperando um ônibus para ir ao cartório. Da nossa residência até lá tem uns três quilômetros. Nós, com o horário marcado, não podíamos perder o ônibus. Mas, quando o ônibus estava quase parando, uma criança de uns cinco anos, apresentando bastante penúria, gritava por mim, de longe. Chamava por Tio Chico, mas com muita ansiedade. O ônibus parou e eu pedi então ao motorista: pode tocar o ônibus porque aquela criança vem correndo na minha direção e estou supondo que este menino esteja em grande necessidade de alguma providência. O ônibus seguiu, eu perdi, naturalmente, o horário. A criança chegou ao meu lado, arfando, respirando com muita dificuldade. Eu perguntei: O que aconteceu, meu filho? Ele respondeu: Tio Chico, eu queria pedir ao senhor para me dar um beijo. Esse eu acho que foi um dos acontecimentos mais importantes de minha vida.
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