Entender Conversando

Versão para cópia
Capítulo VII

Assuntos palpitantes


Temas Relacionados:

A “Televisão Tupi” do Rio de Janeiro apresentou na noite de segunda-feira, 25 de fevereiro de 1980, um programa especial, intitulado “Chico Xavier, um Iluminado”.

O programa, constituído de reportagens realizadas pelo jornalista Saulo Gomes, foi iniciado às 22 horas, e terminou às 23 horas, com várias declarações de Francisco Cândido Xavier sobre os mais palpitantes assuntos; cenas da festa de Natal que ele promoveu no dia 15 de dezembro, em Uberaba e flagrantes de uma sessão, durante a qual foi psicografada uma mensagem do jovem Paulo Henrique Bressiani para seus pais. Há ainda depoimentos de numerosas pessoas, todas enaltecendo a personalidade de Francisco Cândido Xavier e sua atividade mediúnica (que este ano completa 53 anos). Termina com a leitura, por Chico Xavier, de uma mensagem de Castro Alves endereçada às crianças.

— “Um homem que é sem dúvida uma das personalidades mais importantes dos País, é, Chico Xavier” — começou o apresentador do programa. “Nascido em Pedro Leopoldo, cidadezinha perto de Belo Horizonte, Chico distribui, há mais de 50 anos, luz e bondade por todo o território nacional. Quem fala sobre ele não somos nós, mas as pessoas e seu trabalho.”

O primeiro depoimento, foi de Dª Aparecida Ferreira, a abnegada fundadora e diretora do Hospital do Pênfigo de Uberaba, que após enaltecer a figura de Francisco Cândido Xavier, assim se expressou:

— “Chico, há 21 anos atrás, esclareceu-me, quando eu não acreditava no Espiritismo. Com o decorrer dos anos, venho vendo que tudo quanto ele me disse está acontecendo. Disse, por exemplo, que a minha casa seria mantida de migalhas. E até hoje, ela tem sido mantida com as migalhas. Tudo quanto o Hospital do Pênfigo tem eu agradeço a Chico Xavier. Porque se não fora ele a casa não continuaria funcionando, existindo…



Intercaladas com depoimentos, a reportagem apresenta, então, declarações de Chico Xavier. Diz ele, inicialmente:

— Eu comecei a trabalhar mediunicamente aos 17 anos. E trabalho há 50 anos, diariamente, porque, quando não estou em nossas reuniões públicas, estou trabalhando com os amigos espirituais nas horas que posso, fora do meu trabalho profissional, tanto quanto possível, todos os dias. Então isso tornou-se a minha própria vida. De modo que 50 anos para mim foram como se fossem cinco dias…



Depois, sobre a chamada crise da fé, declarou:

— A crise da fé determinou a crise social, e mesmo a crise sócio-econômica que nós observamos em todos os países, compreendendo-se mesmo que nos países supercultos a taxa de toxicomania, de alcoolismo, de suicídio, de obsessão, de loucura mesmo, é muito maior do que nos países chamados pobres ou subdesenvolvidos. Quer dizer que a ciência não resolveu os nossos problemas do coração. E os nossos problemas do coração apenas em Deus hão de encontrar a solução precisa. Porque nós precisamos de amor. Nós não podemos pedir piedade a um computador…



Seguem-se os depoimentos. E nova declaração de Chico Xavier:

— As guerras, naturalmente, são as consequências do ódio que ainda alimentamos, dos ressentimentos, a soma das aversões que cultivamos na intimidade doméstica, e depois da intimidade doméstica vamos para a vida pública com semelhantes perturbações que, depois de largo tempo, criam aquela sombra nefasta que chamamos de guerra. Mas o amor, se o amor for praticado tal qual Jesus nos ensinou, poderá nos livrar de semelhante calamidade.



Sobre sua própria mediunidade, diz Chico Xavier:

— Quanto a mim, sou apenas médium. E médium muito falho. E os médiuns se continuam uns aos outros através do tempo. Não me sinto com qualquer tarefa especial que exija um continuador ou uma continuação especifica, porque o trabalho que tem sido conferido a mim pela bondade dos Mensageiros da Espiritualidade Superior é um trabalho que poderia ter sido entregue a qualquer outro médium. Eu não tenho a pretensão de ter substitutos, porque estou na condição da grama… Quando um pé de grama desaparece, outro pé de grama está surgindo.



E os depoimentos são muitos, e expressivos. Seguindo-se declarações de Chico Xavier sobre vários assuntos. Eis o que disse sobre a fome:

— A fome, a nosso ver, isso pode parecer até estranho que o digamos. Mas se cada um de nós atacar o problema do trabalho com vontade de servir, vamos encontrar o trabalho como sendo o maior e mais eficiente vacina contra a fome. Porque a terra, o mar, os rios, produzem o suficiente para quem trabalha estar alimentado, e às vezes até superalimentado, para que tenhamos uma vida eficiente e a mais razoável possível, do ponto de vista do reconforto pessoal.



Segue-se a representação de uma reportagem anterior, em que Chico Xavier aparece lendo o poema “”, de Meimei. Depois, vemos cenas da fraterna festa do Natal promovida por Chico Xavier em Uberaba, com colaboração de numerosos confrades de diferentes Estados, no dia 15 de dezembro último. Foram distribuídos alimentos, roupas, brinquedos, etc., a mais de 10 mil pessoas.



(…) O último depoimento apresentado foi o do escritor e acadêmico Mário Palmério:

— Nós, uberabenses, as pessoas que aqui nascemos ou que aqui residimos, só temos motivo de orgulho e de prazer por contarmos com a presença de Chico Xavier na nossa cidade. Ele não é apenas essa figura tão conhecida, tão exaltada, tão aplaudida de um líder religioso. Chico Xavier alia a esse seu trabalho religioso, um trabalho de assistência ímpar, raríssimo.


Francisco Cândido Xavier
Emmanuel


A reportagem apresenta, então, uma sessão em que Chico Xavier aparece psicografando mensagens, inclusive a mensagem de um jovem, Paulo Henrique Dantas Bressiani, de 18 anos, que desencarnou em Assis, no Estado de São Paulo, em novembro de 1978. Os pais de Paulinho aparecem, sob grande emoção, reconhecendo inclusive a assinatura do filho.



— A criança sempre foi a preocupação maior de Chico Xavier — concluiu o apresentador do programa.

E Chico Xavier lê, então, o poema “Ano Internacional da Criança”, que psicografou de Castro Alves, em 11/10/1979:


Na tela imensa da História,

A Era Cristã se eleva

Por luz num trono de treva

Sobre trágico estopim.

O mundo traz na memória

O terror da força bruta,

Vinte séculos de luta

Entre Jesus e Caim.


Depois de trezentos anos

De sacrifícios pungentes,

Os cristãos puros e crentes

Altearam-se em valor;

Aderindo aos novos planos

Da argúcia de Constantino,

Mudou-se-lhes o destino

Ao pulso do Imperador.


Desde o encontro de Niceia,

A Cristandade partida

Na vivência dividida,

Por vezes, perde a razão:

Nas divergências de ideia,

Olvida ensinos e luzes

E explode em crises e obuses

Rugindo condenação.


Nos chamados Tempos Novos

Da cultura de alto nível,

A guerra, — loba terrível,

Parece oculta no ar.

Na trilha dos grandes povos,

Clama o Progresso: — “ao Porvir”!…

Pede o ódio: — “destruir”,

E o Tempo roga: — “Marchar”!…


O mundo atônito avança,

A Ciência vai à Lua,

O cérebro continua

Colecionando lauréis;

Nas almas, a insegurança

Gera conflitos violentos,

Nos Países — armamentos,

Nos Lares — provas cruéis.


Na bárbara desavença,

A Criança vem à vida

Muitas vezes esquecida

Em lúgubres escarcéus.

Hoje, — infância que não pensa

Atirada à indisciplina,

Amanhã, — queda e ruína

No abismo dos grandes réus.


Multidões gritam nas praças

Protestos, lutas e esquemas,

Apresentando os problemas

A que o Homem se conduz.

Indagam nações e raças:

— “Antes que a Paz surja tarde,

Que gênio nos tome e guarde”?

Responde o Brasil: “Jesus”!


Castro Alves


Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 7.
Para visualizar o capítulo 7 completo, clique no botão abaixo:

Ver 7 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?