Entrevistas

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CAPÍTULO 101

ANTICONCEPCIONAIS E ABORTO

P – Chico, o que diz a Espiritualidade sobre os anticoncepcionais, empregados com finalidade de limitar os nascimentos?

R – Nós, os espíritas, conhecemos com Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos" que não se deve opor obstáculos ao trabalho da Natureza, porque isso seria contrariar as leis gerais. Observemos, porém, com muito respeito a todos aqueles companheiros nossos, dentro do Espiritismo, ou fora do Espiritismo Evangélico, que não possam se harmonizar com a nossa opinião, que é formulada não por nós, mas de acordo com as instruções dos Benfeitores Espirituais: se nos decidimos a praticar o aborto criminoso, se estamos interessados em disputar medidas legais para que o aborto seja aprovado por leis, como já acontece em várias regiões do mundo, é muito mais razoável que os anticoncepcionais sejam usados para controle da família. Não nos é lícito opor obstáculos à natureza, mas imaginemos, por exemplo, um rio caudaloso, dilapidando as suas próprias margens e atingindo determinada região com cidade populosa assim ameaçada em seu conjunto residencial. Se o rio se faz perigoso, ameaçando o patrimônio aí instalado pelo Homem para benefício e progresso da comunidade, não será justo modificar-lhe o curso? Não estamos contra a Natureza, porque a natureza humana precisa se beneficiar dos recursos da natureza física, sejam eles quais forem. Não podemos apoiar o uso imoderado dos anticoncepcionais, não podemos, como criaturas religiosas, como cristãos que nós todos somos diante de Nosso Senhor Jesus Cristo, imaginar irresponsabilidade campeando, à base do anticoncepcional usado desequilibradamente. Entretanto, respeitamos também a chegada dos anticoncepcionais ao Mundo por medida preventiva contra o aborto delituoso, porque o aborto delituoso é praticado em regime de impunidade e a vítima não tem voz para se defender. Se nos mostramos dispostos a cometer essa espécie de falta, que depõe profundamente contra a nossa Civilização, e preferível conservar os anticoncepcionais, e, do ponto de vista cristão, pedir o amparo das Leis e a controle das autoridades que o Senhor nos concedeu para a sustentação da saúde e da ordem. Muito justo, a nosso ver, solicitar aos nossos governantes e aos nossos orientadores em matéria de ciência e em matéria de religião, para que nos ajudem todos no controle dos anticoncepcionais, a fim de que não venhamos a cair em desordem coletiva, a pretexto de limitar a natalidade.

Precisamos, porém, compreender que os anticoncepcionais serão talvez um mal, quem sabe?!

Eles estão começando no mundo!. . . Não sabemos, ainda, avaliar toda a influência deles sobre o organismo humano, especialmente da mulher, que nasceu para ser mãe ou que pode ser mãe. Efetuar-se-á semelhante avaliação, em futuro próximo, ou talvez um pouco remoto, mas se o uso dos anticoncepcionais redunda em mal menor para evitar-se a criminalidade de abortos sem propósito, com esgotos repletos de crianças assassinadas antes do nascimento, quadro esse sempre muito triste, devemos aceitá-la, naturalmente, sob o controle de orientação científica.


Ver Q. 693 (Nota dos Organizadores.)






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