Entrevistas

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CAPÍTULO 104

O ESTUDO DO ESPIRITISMO

P – O que acha você do ensino do Espiritismo nas escolas, sobretudo, nas escolas espíritas?

R – O ensino nos templos espíritas, a nosso ver, é um ensino vital para a êxito em nossas relações uns com os outros. Os Bons Espíritas, desde muito tempo, nos induzem a considerar o templo espírita, como sendo a Universidade de segurança e paz, progresso e a iluminação espiritual, na vivência humana. Eles dizem que o estudo da matemática, da química é muito importante numa faculdade de ensino superior; mas, o estudo também da paciência e da tolerância são muito importantes no templo espírita. Cremos que o ensino leigo é um processo normativo para a formação da instrução intelectual, mas no templo espírita deve-se fazer o ensino de ordem moral, para que nós possamos chegar a um acordo uns com os outros e fazermos de nossa vida o melhor possivel. 105 – UM CASO IMTIMO: A CURA DE UMA FERIDA P –Um escritor da Guanabara conta, em suas páginas, que você em criança teria sido médium, na cura de uma ferida, lambendo esta mesma ferida por influência dos Espíritas. Conte este caso, por favor, em poucas palavras, por causa do nosso adiantado da hora.

R – O assunto demandaria talvez um pouco mais de tempo, mas vamos resumir: eu não servi propriamente de médium, mas quando minha mãe desencarnou, fui entregue a uma senhora que era extremamente bondosa, mas, por vezes, extremamente severa, de modo que, eu sentindo que essa senhora não se afeiçoava à oração, tanto quanto minha mãe nos ensinava no lar, ao cair da tarde, eu procurava orar sob as árvores, já que minha mãe havia prometido a mim que voltaria; ela não morreria, conforme afirmou, quando notou o nosso espanto diante da agonia em que se achava. Vendo-nos aflitos, ela prometeu que voltaria para buscar-nos. Quando eu a vi, em espírito, no dia que estava orando, senti uma alegria enorme e passei a ter colóquios com minha mãe, isto é, com o Espírito de minha mãe. Isso é um assunto longo. Devo dizer que, morando com essa senhora, ela possuía um sobrinho que lhe era filho adotivo e que adquiriu uma ferida longilínea, de cura muito demorada. A ferida estava crônica.


Rogo perdão às senhoras e aos senhores telespectadores que relevem este assunto, que é bastante desagradável. Certo dia, uma senhora, passando ao lado da casa em que vivíamos, disse à minha tutora:

– Dona Ritinha, por que é que a senhora não cura a ferida deste menino?


Ela respondeu:

– Como é que eu vou curá-la?

– A senhora procure uma criança para lamber a ferida durante três sextas-feiras de manhã, em jejum, que a ferida vai curar.


Eu fiquei assim muito alarmado. Contava então cinco para seis anos de idade. Essa senhora com quem eu vivia, que era minha tutora, perguntou:

– O Chico serve?


Ao que a outra respondeu:

– Chico está ótimo, pode usar a Chico!


Eu olhei a ferida, fiquei assim pensativo, com medo, porque a ferida era grande. Mas não disse nada. Apanhava surras muito fortes, e isso, naturalmente, porque eu precisava e era justo que eu as recebesse, pelo menos o Espírito de minha mãe me ensinou que devia ser assim. Na tarde em que houvera a combinação, quando minha tutora saiu com a família, a passeio, fui para debaixo das árvores e orei, alarmado com o caso da ferida, porque a ferida era enorme. Nessa ocasião, o Espírito de minha mãe apareceu e me disse:

– Por que você está com tanto medo, com tanta aflição?

– A senhora não sabe? – respondi. A Dona Ritinha pede que eu seja o instrumento da cura da ferida do Moacir, – assim se chamava o menino doente. De maneira que, amanhã é sexta-feira e eu tenho que lamber a ferida e estou apavorado.


Ela disse:

– Não tema, você pode lamber a ferida com paciência, porque é muito melhor você lamber a ferida, do que tomar uma surra que possa, talvez, desajustar o seu corpo para o resto da vida. Você pode lamber a ferida, porque nós vamos ajudá-lo.


E no outro dia de manhã, a dona da casa me chamou, o menino sentou-se no tamborete, colocou a perna no outro tamborete e eu fechei os olhos para cumprir a tarefa e, mesmo de olhos fechados, vi o Espírito de minha mãe junto de nós. Ela jorrava como que um pó, parecendo um pó multicolorido e, tão logo a vi, ela disse assim:

– Agora você lambe a ferida!

Nisso, eu tive de obedecer.

Lembrando o caso, penso que hoje, ficamos muito preocupados com qualquer inflamação, tornamos muito antibiótico "não estou criticando, pois eu também tomo muito antibiótico", mas naquele tempo não havia os preventivos.

E a ferida me deixava a boca muito amarga.


A parte mais séria da ocorrência é que, sexta-feira, a ferida estava curada. Então, eu fui para debaixo de uma bananeira orar Espírito de minha mãe apareceu e falou:

– Eu não te disse que a ferida ia ser curada e tudo ia ficar muito bem?!. . .

– Está bem, – respondi de minha parte, – mas eu peço à senhora para não deixar ninguém ter ferida mais não, para ver se fico só com essa.








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