Entrevistas

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CAPÍTULO 29

PRIMEIRO CONTATO COM O MUNDO ESPIRITUAL

P – Diante das informações que você dá de contatos com os amigos que já não estão mais neste mundo, poderá recordar como nasceu em seu pensamento, a primeira ideia do mundo espiritual?

R – Devo dizer que tenho dito isto em diversas ocasiões e posso reafirmar aqui: a minha ideia com respeito à imortalidade da alma nasceu em meu cérebro quando estava de 4 para cinco anos de idade.

Minha mãe era católica e nos ensinar o caminho da oração e da meditação.

Em se vendo às portas da morte, sabendo que meu pai estava desempregada, preocupada com seus nove filhos, todos menores, pediu às amigas que se incutissem deles, guardando-os até que meu pai pudesse reavê-los para a lar.


Quando ela me entregou para uma senhora (ela pediu a nove amigas) eu lhe disse:

– Mas minha mãe, a senhora está me dando assim para os outras, a senhora que é tão boa! Nós queremos a senhora tanto bem e está nos entregando assim, mamãe, para os outros?


Naquele tempo eu tinha de 4 para 5 anos, mas estou repetindo a cena com meu pensamento ligado ao coração materna. Então ela fez um olhar de muito espanto e disse:

– Não você! Eu já dei 7 crianças e nenhuma reclamou. Você não pode admitir que eu esteja desprezando vocês – falou com dificuldade. Acompanhe Ritinha – era a amiga que se incumbiu de ficar comigo – e procure se comportar bem. Eu vou sair daqui; todo mundo vai dizer que eu morri e não volto mais. Não acredite nisso, mas acredite que sua mãe vai voltar para buscar vocês todos. Eu não vou morrer e se eu demorar muito mandarei uma moça buscar vocês. (isso ela disse compreendendo que meu pai era um homem ainda moço com nove filhos e que era natural que fizesse um segundo casamento como fez).

Você vá com confiança porque eu não vou morrer; eu vou sair daqui carregada – naturalmente ela falava assim para apaziguar o meu coração que sofria muito com aquela perda. No outro dia minha mãe desencarnou. Todo mundo chorava, mas eu confiava na sua palavra.


Fui morar com essa senhora que, apesar de ser uma criatura de qualidades muito nobres, às vezes ficava nervosa. Em meu caso ela ficava nervosa diariamente e, -

então, eu apanhava bastante com vara de marmelo.

Minha mãe nos ensinava a prece. Toda noite, entre oito e nove horas, acendia a lamparina de querosene, punha-nos de joelhos para fazermos a prece, pedirmos socorro de Deus e nossa Mãe Santíssima.

Quando aquela senhora saía à passeio, à tarde, com o marido e o sobrinho – que era para ela um filho adotivo – eu corria para debaixo de uma bananeira e começava a rezar, conforme minha mãe me tinha ensinado, as orações de sempre.

Uma tarde – eram mais ou menos 18 horas – eu estava orando, quando voltei-me e vi minha mãe atrás das folhas. Fiquei muito alegre. Na minha cabeça, de 5 anos de idade, não havia problemas. Minha mãe dissera que não iria morrer e que viria me buscar eu não conhecia as dúvidas do povo na Terra, se existe ou não alma.

Abracei minha mãe com aquela alegria, com aquele contentamento! Disse a ela que agora não nos separaríamos mais. Ela, entretanto, disse-me que estava em tratamento, precisava voltar e não podia ficar comigo. Viera cumprir a palavra de que estava comigo. Perguntei-lhe se sabia que eu apanhava; disse estar informada de tudo e que eu devia ter muita paciência; que eu precisava mesmo de apanhar e isso era bom para mim.

Nesse dia, quando ela se despediu, me abençoou.


Quando a senhora que tornava conta de mim, voltou, disse a ela:

– Dona Ritinha, eu vi minha mãe, hoje ela veio me ver!

– Meu Deus – disse ela – este menino está ficando louco e, para consertar isso, uma boa surra agora.

E, por causa da visão, eu tive uma surra. Começara a luta e o conflito.

Assim, minha primeira ideia foi obtida no seio da Igreja Católica.








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