Entrevistas

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CAPÍTULO 69

COMO VIVE CHICO XAVIER

P – Meu caro Chico Xavier, como está seu estado de saúde

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R – Felizmente muito bem.

P – Descreva como passa o dia.

R – Naturalmente às 7 horas da manhã devo estar de pé para trabalhar, senão a minha vida fica muito para trás, quanto ao cumprimento dos meus deveres.

P – Uma pessoa como você, tão respeitada, tão querida, tão expressiva, tão humana, acredita ter inimigos?

R – Não. Eu creio que existem pessoas que depois de me conhecerem as deficiências, fraquezas, dificuldades e problemas, fazem um retrato diferente a meu respeito.

Isso é muito justo porque de fato eu não mereço a consideração que os amigos me atribuem e compreendo os que passam a diminuir o apreço que me dedicavam, mas isso não diminui o meu amor por todos eles e sei também que, mais tarde, nos harmonizaremos em tudo.

Há pessoas que nos fazem o retrato com pinceladas de ouro e luz, entretanto, quando vêem que não demonstramos as qualidades que imaginam em nós modificam-se um tanto, mas isso é temporário.

Da minha parte, não tenho inimigos.

P – Alguma passagem da senhora sua mãe?

R – Minha mãe, de que me recordo haver perdido a presença física desde os 5 anos de idade, cultivava a oração com assiduidade e nos educou no espírito da prece. Era muito católica e reunia-nos todas as noites, para criarmos o hábito da confiança em 0eus.

Quando nossa mãe partiu para a vida espiritual, nos entregou a determinados amigos; éramos 9 crianças.

Perguntei nessa ocasião, a ela se estava mesmo dispondo de mim, se estava me entregando a alguém porque não nos amasse. . . Não compreendia que ela estava morrendo.

Minha mãe respondeu que não, que nos queria muito mas, que estava para sair de casa a fim de fazer um tratamento; naturalmente, que não me falou a verdade, compadecida que se achava de mim, evitando que eu tivesse um contato muito violento com a morte.

Ela me disse que ia sair de casa e que voltaria para nos retomar em seu cuidado; e que eu ficasse com essa pessoa nossa amiga – uma senhora de muita intimidade dela – e acrescentou que voltaria.

Se ela dissesse que não voltaria mais eu não acreditava; para mim minha mãe tinha sempre a última palavra, era sempre a pessoa da verdade.

No outro dia, morreu. E, no eu espírito de criança, acreditei que ela ia fazer um tratamento e que deveria ficar com essa senhora a que me referi.

Era ela uma dama de grande bondade, mas um pouco nervosa, às vezes difícil.

Todos os dias tinha uma crise e, nessas crises devia eu receber uma surra, e, às vezes três; mas eu creio que tudo isso foi bom, para mim.

Começava a ficar desesperado, quando ela começou a sair de casa para passear. . .

Então, a sós, eu corria para debaixo da bananeira para rezar, como minha mãe nos havia ensinado; eu dizia: meu Deus, ela é doente assim porque ela não reza. . .

Certa feita, eram mais ou menos 6 horas da tarde, quando eu ouvi aquele barulho no meio das folhas; e vi a minha mãe ali comigo.

Não havia dúvida nenhuma, porque eu não tinha ainda esse impacto da filosofia humana quanto a crerem ou não na vida imortal; eu acreditava em Deus e minha mãe disse que iria voltar. Revê-la para mim era a coisa mais natural.

Não contive a exclamação: Minha mãe, a senhora voltou, mas que alegria tão boa!

Então a senhora vai me levar para casa?


Ela disse assim: "Ainda não posso. . . saí do hospital para vir ver você, não posso levá-la agora, mas você tenha calma. "

Mas a senhora não sabe o que está acontecendo comigo? "Sim, eu sei, eu sei que você está tomando muitas surras, mas você deve ter paciência porque isso é para seu bem, isso é para o seu benefício. você deve apanhar com muita calma. " Quando essa senhora com quem passei a residir voltou do passeio eu disse, todo eufórico, depois do primeiro contato espiritual com minha mãe que ela havia voltado. . . Minha tutora admitiu que eu havia enlouquecido; sofri pancadas mais ainda; de modo que eu comecei a mentir. Mentia porque a verdade chocava a todos que me ouviam.

Então, tinha que viver assim na incompreensão familiar até que os padres me socorressem; muitos me socorreram, sou obrigado a confessar isso publicamente.

Um dos nossos amigos sacerdotes me disse: você procure um meio de ajustar-se com a vida porque você não é louco, o que está acontecendo com você é alguma coisa que não podemos de pronto entender.

Aconteceu, desde aí, muita coisa e se eu for falar, tomarei o tempo de nosso pessoal.








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