Capítulo XIII

Perdoarás


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Perdoarás, mas perdoarás compreendendo que o perdão não te coloca na galeria de virtudes especiais, diante daquele a quem hajas brindado com a tua benevolência.

Perdoarás, reconhecendo que poderias estar no lugar dele.

Examinarás todo o acervo de sentimentos e pensamentos, impulsos e ações que te definem a personalidade e perguntarás a ti mesmo, sem qualquer subterfúgio, como agirias na posição do ofensor, no momento psicológico em que ele caiu.

Ouvirás a consciência sem fugir-lhe às anotações e perceberás, para logo, que é forçoso sanar o erro, entretanto, observarás claramente, que ninguém suprime um erro em definitivo sem o clima da compaixão, e ninguém encontra o clima da compaixão sem a luz do entendimento.

À face disso, quando alguém te apedreje, detém-te por alguns instantes, a fim de enxergar o ocorrido.

Alguém já disse que de dez partes do ato de ver nove delas se processam fora dos olhos físicos, nas profundezas da mente. Através da meditação, ser-te-á possível verificar o agravo como sendo um espinho de raízes envenenadas, infelicitando muito mais o agressor do que a vítima. Divisarás, desse modo, naquele que te desconsidera ou injuria o prejuízo da ignorância, a inibição da enfermidade, o complexo da angústia ou a cegueira da obsessão. Feito isso, destacarás, facilmente, não a suposta superioridade, diante dele, mas sim distinguirás tuas vantagens, com as oportunidades de refletir e de auxiliar que o irmão menos feliz, de muito tempo até agora, não terá conhecido.

Em verdade, nem sempre nas lesões que venham a ocorrer, na esfera do espírito, conseguirás agir a sós, no plano da condescendência absoluta, de vez que existem as postergações de preceito que não se correlacionam apenas contigo mas também com as obrigações da justiça, à frente de todos. Mesmo nessas circunstâncias, perdoarás de ti próprio, esquecendo todo mal, recordando que carregas contigo as próprias fragilidades. E ainda quando o agravo se caracterize por feição complexa, separando-te provisoriamente daqueles que te feriram, podes atender à lição de Jesus, auxiliando a cada um deles com a bênção da prece, porque, em nos referindo aos domínios da alma, em qualquer lugar, a oração é a presença do coração.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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