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Capítulo V

Proteção


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No limiar da experiência física, a consciência responsável roga à Providência Divina a proteção real de que necessita, com vistas à própria redenção nos Planos da luz eterna.

Há quem rogue a mudez para resgatar débitos contraídos no verbo desvairado.

Há quem peça a cegueira para recompor no campo íntimo a reflexão viciada.

Surge quem pede a fealdade para não cair em velhas seduções da máscara transitória.

Surge quem roga a mutilação para saldar dívidas clamorosas, assumidas no mundo com a liberdade dos movimentos.

Há quem suplica o infortúnio do corpo para corrigir os abusos da alma e há quem reclama a pobreza para fugir às tentações do ouro em excesso.

Entretanto, atravessada a porta do berço, a alma retoma as tendências antigas que lhe presidiram no passado a estranha felicidade da sombra e modifica os petitórios, exigindo reconforto e vantagens terrestres e recusando o remédio que lhe poderia restituir a saúde espiritual.

Se acordaste, assim, para a realidade, não relegues a cruz salvadora de tuas inibições à furna do desespero.

Suporta as dificuldades com amor na certeza de que a morte virá um dia aclarar te o pensamento e devolver-te a visão.

É natural solicites socorro à Infinita Bondade, no entanto, não rogues serviço conforme a tua capacidade, mas, sim capacidade segundo o serviço que te compete.

Recorda que a dor, a luta, a enfermidade e o desencanto são instrutores da verdade que nos salvará, soberana, e por isso, transportando contigo o madeiro de tuas penas, pede ao Senhor ombros fortes para sustentá-lo, de vez que, qual aconteceu com o Divino Mestre, é dos braços de tua própria cruz que desferirás o voo divino à Vitoriosa Imortalidade.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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