Capítulo XVIII

Em Cristo


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Cristianismo será, sobretudo, nós em Cristo, tanto quanto o Cristo vive em nós.

A fim de alcançar, porém, essa fórmula de integração, para que o apostolado da Boa Nova se estenda a toda a Terra, através de nossa fé renovadora, não basta a confissão exterior do nosso modo de crer. É imprescindível nos ajustemos ao ideal, à ação, à conduta e à atitude do Mestre perante a vida, convertendo-nos em reflexo de sua vontade misericordiosa e justa


O Evangelho não é um florilégio de afirmativas filosóficas, a caminho dos museus literários e, sim, roteiro vivo que nos cabe observar, esquecendo a nós mesmos, tomando a cruz de nossas responsabilidades individuais e seguindo ao encontro de nossa união com o Benfeitor Celeste.

Para isso, contudo, não nos compete indagar e sim obedecer.


Não desfrutamos, por enquanto, o direito de tudo penetrar, no quadro de nossas presunções científicas, mas atingimos, por graça do Senhor, a oportunidade de servir em Seu Nome.

Nesse sentido, não vemos o Cristo, em sua passagem no mundo, internado no labirinto das inquirições sem propósito, acerca da natureza divina, nem mergulhado na teorização quanto a esse ou aquele setor do incognoscível, mas em todos os instantes, extremamente consagrado a Deus na pessoa das criaturas, exemplificando o imediatismo do bem, no reerguimento das almas, dando-nos a entender que a extensão do Reino do Céu à comunidade humana é serviço afeito à nossa própria responsabilidade de Espíritos endividados à frente do mundo, — milenária escola de nossas consciências, — que tudo nos tem doado e que espera de nós a conjugação do verbo ressarcir.


Enquadrando-nos nos padrões de vivência que Jesus nos legou, abandonemos a pesada concha de “eu” que nos retém no nevoeiro do egoísmo esterilizante e avancemos na direção do Alto, alongando braços e corações, no culto da verdadeira fraternidade, para com o próximo mais próximo.


Desce a luz — para dissipar as sombras.

Corre a fonte — para fertilizar a terra.

Amadurece o fruto — para alimentar.

Surge o remédio — para socorrer.

Brilha a sabedoria — para eliminar a ignorância.

Nasce o amor — para a desintegração do ódio.

Acende-se a fé viva — para aquecer a almas enregeladas na indiferença.

O cristão igualmente é uma dádiva do Céu à Terra, para que a vida se faça melhor e mais digna de ser vivida.


Cristianismo sem atividade regeneradora dos aprendizes que o esposam, é pregação morta no túmulo adornado das bibliotecas sem proveito ou no cárcere da inteligência sem amor.

Compete-nos avançar para a frente, centralizados em Jesus, em auxílio de nossa integral comunhão com Ele e a benefício da renovação do mundo.

Nós em Cristo, para que o Cristo reine em nós.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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