Justiça Divina

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Capítulo XLIV

Divina presença


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Reunião pública de 3-7-1961.

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Quando nasceste na Terra, assemelhavas-te ao pássaro semimorto que a tormenta arremessa em esquecida concha da praia, mas apareceu sobre-humana ternura num coração de mulher e foste, pelas maternas mãos, lavado e alimentado milhares de vezes, simplesmente por amor, a fim de recuperares a consciência; quando o véu da ingenuidade infantil te empanava a cabeça, afligindo os que mais te amavam, o professor percebeu a inteligência que te fulgia no olhar e entregou-te a riqueza imarcescível da escola; nos dias da primeira mocidade, quando a despreocupação parecia anular-te a existência, amigos notaram o caráter que te brilhava nos gestos e integraram-te a vida nos dons do trabalho; na enfermidade, quando muitos duvidavam da tua capacidade de reerguimento, o médico verificou que uma força sublime te atuava nas mais íntimas células e estendeu-te, confiante, o remédio eficaz; nas horas difíceis de incompreensão, ouviste, em meio das próprias lágrimas, inarticuladas canções de conforto e esperança, exortando-te à paciência e à alegria…


Por onde segues, assinalas a luz invisível que te clareia todos os pensamentos…

Se sofres, é o apoio que te resguarda;

se erras, é a voz que corrige;

se vacilas, é o braço que te sustenta,

e se te encontras em solidão, é a companhia que te consola…


Aprendamos a amar e a respeitar esse Alguém, como quem sabe que estamos nele como o fruto na árvore, e, se caíste tão fundo que todos os afetos te hajam abandonado, mesmo aí, nas dores da culpa, recorda que a justiça te golpeia e purifica em direitura do supremo resgate, porque nunca estiveste distante da presença de Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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