Justiça Divina

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Capítulo LXIX

Espíritos transviados


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Reunião pública de 30-10-1961.

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Caminham desfalecentes, embuçados na sombra, ainda que o sol resplenda em torno.

Sonâmbulos das paixões em que se desregravam, são cativos dos seus próprios reflexos dominantes.

Por mais se lhes atraia a atenção para as Esferas sublimes, encasulam-se nos interesses inferiores, encarcerando na Terra as antenas da alma.

Aferrolhavam o coração no recinto estreito de burras preciosas e sentem-se, no esquife, como quem se refestela em poltrona de ouro.

Empenhavam as forças, a tiranizarem multidões indefesas, manejando o verbo fácil, e deitam oratória fulgente, no barranco em que se lhes guardam os restos, qual se ocupassem os primeiros lugares em tribuna de honra.

Aniquilavam recursos, plasmando imagens viciosas, em nome do sentimento, e escrevem ou gesticulam, na solidão, supondo transmitir emoções enfermiças a legiões de admiradores imaginários.

Aprisionavam a mente, no egoísmo feroz, e tornam à paisagem doméstica, à maneira de loucos, envolvendo os entes queridos em fluidos tentaculares.

Hipotecavam energias aos prazeres sensuais e choram, agressivos, na clausura da cova, disputando com os vermes a posse do corpo transformado em ruínas.

Empregavam as horas, ilaqueando a si mesmos, e vagueiam, errantes, hipnotizados por inteligências corrompidas com as quais se conjugam em delitos nas trevas.

Não acredites, porém, sejam eles doentes sem esperança.

O Criador não quer escravos na Criação. Todos somos livres para escolher os nossos caminhos.

Por isso, quase sempre, em sucessivas reencarnações, gastamos séculos no mal, a fim de entender o bem.

E se a Lei te permite conhecer o suplício das consciências transviadas, para lá do sepulcro, é para que trabalhes em teu próprio favor.

Corrige em ti mesmo tudo aquilo que censuras nos outros.

Clareia-te por dentro. Aprimora-te e serve.

Enquanto no corpo físico, desfrutas o poder de controlar o pensamento, aparentando o que deves ser; no entanto, após a morte, eis que a vida é a verdade, mostrando-te como és.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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