Lira Imortal

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Capítulo III

Falando à Igreja de Roma

Ó igreja, a tempestade imensa e escura assoma,

Apesar das funções políticas de Roma,

Enegrecendo o mundo e ensanguentando a Terra!…


E enquanto a fome, a dor e os martírios da guerra

Humilham sem cessar a grande massa humana,

Fazes o carnaval da Comédia Romana,

Onde os clowns e arlequins, pierrôs e colombinas

São grandes multidões de mitras e batinas…


Quando a dor faz do mundo um triste sorvedouro,

Exibes sem cuidado as arcas do teu ouro!…

Guarda-te da extorsão das listas e sacolas,

Olha o espelho de dor das lutas espanholas.


Não deves te iludir no movimento enorme!

O coração do povo é como um leão que dorme,

E o povo há de pedir

Que a noite de hoje pague à aurora do Porvir!


São as ânsias sociais que Leão XIII e Pio XI

Tentaram dirimir com dogmas de bronze.


É preciso atenuar os raios da tormenta,

Com a energia do Amor que salva e que alimenta,

Deixa o balcão do Altar, os Púlpitos e as Missas,

Procura reparar as grandes injustiças!…


Igreja, o mundo inteiro anela um Novo Dia,

Remodela o interior de tua sacristia,


Porque depois da treva há de haver uma luz,

Luz que há de esclarecer tua lei feita à socapa;

Liberta-te das mãos sacrílegas do Papa

E volta enquanto é tempo aos braços de Jesus.




Abílio Guerra Junqueiro
Francisco Cândido Xavier


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