Luz Bendita

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Capítulo II

 … Um ser que simboliza o bálsamo que nos chega ao coração …


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Quando da oportunidade de ir a Uberaba para encontrar o médium Francisco Cândido Xavier, hoje nosso admirável Chico Xavier, naquele instante, eu e minha senhor.a passávamos por um transe de sofrimento e dor dos mais profundos.

Houvera acontecido aqui em Juiz de Fora, minha terra natal, o desabamento de um hospital em construção. Nesse acontecimento, lamentavelmente, vieram a desencarnar minhas três filhas e mais uma sobrinha de nome Márcia Dias Mattos, que passava suas férias em minha casa.

O hospital desabara sobre minha residência, privando-nos da vivência material com minhas filhas, Tereza Cristina, Jussara Maria e Ana Paula. A dor se arrefecia e resolvemos procurar Chico Xavier, para que ele, como missionário, pudesse aliviar nossa dor.

Esse primeiro contato com o querido Chico Xavier ocorreu em meados de fevereiro do ano de 1976 em Uberaba, apesar de conhecê-lo há 34 anos, quando ele veio fazer uma visita à Casa Espírita, nesta cidade de Juiz de Fora.

É interessante analisar neste tópico, as circunstâncias desse encontro. Nós deixamos Juiz de Fora numa quinta-feira, sabendo de antemão que Chico Xavier estaria na sexta-feira no Grupo Espírita da Prece, e partimos esperançosos de encontrá-lo.

Chegamos a Uberaba após uma viagem cansativa, mas recompensadora. Tivemos o encontro com Chico Xavier na sexta-feira às 4 horas da tarde. Abordei o Chico dizendo-lhe: “Estou aqui à sua procura, trazendo minha esposa para que você possa consolá-la um pouco e a mim também, pois, perdemos uma filha em um desastre”. A princípio não havia lhe dito que foram 3 filhas e uma sobrinha, apesar de conhecer a mediunidade de Chico e não pairar nenhuma dúvida sobre ele.

Ao nos aproximarmos de Chico Xavier contando o que havia se passado, como disse acima, de ter perdido uma filha, ele me falou:

“Ah! meu filho, para obter as comunicações é muito difícil, o telefone não toca toda hora para mim” e, prosseguindo na conversa, no meio desse diálogo, perguntou-me: “ Você conheceu Isaltino Dias Moreira, de Juiz de Fora?

Eu fiquei surpreso, pois 1saltino Dias Moreira, tratava-se de meu sogro desencarnado há 18 anos. Chico continuou. “Ele está presente; mas, não foram quatro meninas que desencarnaram juntas?”

Minha esposa já estava emocionada com o esclarecimento da presença de seu pai, quando Chico falou das quatro meninas, a emoção tornou-se mais forte e Luzia desatou a chorar.

Estava ali confirmada mais uma vez a lisura da mediunidade de Chico Xavier. E prolongando-se a conversa, ainda nos disse: “fiquem aí de lado que daqui a pouco vou conversar com vocês”.

Qual não foi nossa surpresa instantes depois, quando procurava no seu pequeno salão, por minha senhora, para dizer-lhe: “a sua filha mais velha chamava-se Tereza Cristina? era professora?” Mais aumentou a emoção de minha esposa e a minha. Continuando dizia: “ela está aqui presente, foi trazida pelas mãos de seu pai Isaltino Dias Moreira, segundo me diz Emmanuel ao ouvido. Vocês aguardem aí, poderão obter o que desejam. Vamos aguardar.” E nós esperamos.

Nesse primeiro encontro, após o que nos havia acontecido, no momento da psicografia de Chico Xavier, recebíamos a primeira mensagem de Tereza Cristina, surpreendendo-nos, ainda mais, com as citações de nomes e fatos por nós conhecidos.

Aparte da Luzia, minha esposa. Como vim conhecer Chico.

Conversando com uma vizinha sobre nossos problemas, deu-me um jornal, a Folha Espírita, de São Paulo, que trazia uma mensagem de uma moça desencarnada no incêndio do Joelma, em São Paulo; li e fiquei com vontade desesperadora de conhecer Chico, e desejosa de receber uma mensagem de minhas filhas.

Pedi ao meu marido que me levasse a conhecê-lo. Eu não aceitava aquelas mortes de maneira nenhuma. De ver assim de repente acabar meu lar, minhas filhas. Tudo de impacto. Foi terrível.

Quando cheguei e fiquei conhecendo o Chico, achei que podia conversar, contar minha vida, lastimar-me; mas, falei três ou quatro palavrinhas, e ele respondeu-me com três palavras. Não precisou dizer mais nada. A partir daquele instante me tornei espírita. Até hoje e para sempre.

Se tenho alegria de viver, agradeço ao Chico.

Voltando ao meu testemunho, tenho a dizer, ainda, que na minha juventude houve um fato bem positivo. Frequentava as dependências da velha Casa Espírita, à Rua do Sampaio, quando Calíope Braga de Miranda, dona Zuzu, que dirigia essa Casa fez um convite a Chico Xavier para visitar a Instituição, o qual foi aceito.

No dia marcado, uma multidão de pessoas o aguardava. Já nessa ocasião Chico para mim marcara sua humildade. Tenho-o na lembrança desde aquele momento, confundido na multidão, simplesmente vestido, com sua calça de brim amarela, camisa listrada e botinas. Chico ficava despercebido para muitos, ele que era o participante principal daquela comemoração.

Ao iniciar-se a sessão, a presidente da Casa notou a ausência de Chico ao redor da mesa. Perguntava: “Cadê o Chico, onde está o Chico?”. Estava sentado no meio do povo. Chamaram-no para que se assentasse à mesa.

Nessa época eu começava na União Mocidade Espírita, da Casa Espírita, pois sou espírita nato. Meu pai, José Militão, frequentou alguns trabalhos em que Chico participava.

O primeiro impacto de importância que tive no Espiritismo, foi, o que marcou-me profundamente, saber que Chico conversava com os espíritos. Tomei conhecimento dessa belíssima existência de mediunidade. Desde esse tempo interessei-me muito em conhecer melhor o Chico e aprofundar-me no estudo da Doutrina Espírita.

Falar sobre Chico é bem difícil; ele é um missionário do mundo espiritual. É um ser que simboliza o bálsamo que nos chega ao coração.

Ameniza nossos sofrimentos, traz-nos a paz, a concórdia e o amor. Chico representa para nós muito daquilo que precisamos. Proteção Divina, que através de suas mãos angelicais, fecham o elo na comunicação do mundo espiritual para com o mundo terrestre. Representa muito em nossas vidas.

Sua figura influenciou-me demais, posso me considerar hoje um homem mais desprendido das coisas supérfluas materiais. Procuro desenvolver-me dentro dos ensinamentos evangélicos, naquilo que se propôs Jesus à humanidade. Espelho-me em Chico, nos seus exemplos de amor e trabalho, e procuro fazer o melhor que meu coração possa ofertar.

Repito e com muita convicção. Era espírita, criado por pais espíritas, mas, depois da convivência mais adulta e lendo os livros psicografados por Chico Xavier, interessei-me ainda mais pela Doutrina Espírita, com os presentes trazidos como ensinamentos por Emmanuel, Maria Dolores, André Luiz e tantos outros mestres espirituais.

Neste ano em que a luz dos 50 anos dessa mediunidade nos mostrou os 50 anos de sacrifícios, que tudo abandonou para dedicar-se ao seu semelhante, abdicando aos confortos e prazeres que a vida nos proporciona, serviu sua Doutrina, serviu a Jesus.

Chico Xavier, nós temos orado em seu favor, pedindo ao Cristo que prorrogue o seu mandato de vivência aqui na Terra, porque ainda necessitamos muito de sua presença, pois sua missão de minorar o sofrimento daqueles que o procuram ainda é grande.

Nós te agradecemos do fundo dos nossos corações Francisco Cândido Xavier os 50 anos de sua mediunidade através de suas mãos aveludadas pelo Mestre Jesus.

Que me desculpem os leitores se procuro trazer um pouco mais do meu testemunho de carinho a essa alma querida, em vários encontros e não mais em busca de mensagens de minhas filhas, mas para beijar-lhe as mãos, reabastecer-me com seus fluidos positivos que me fazem bem ao coração.

A bem pouco tempo fui a Uberaba e presenciei um fato importante.

Uma senhora chegou com uma criança que chorava muito. Chico se encontrava na sala das receitas e a senhora dizia que não sairia do recinto sem falar com Chico, pois não aguentava mais o choro da criança, que chorava dia e noite, sem parar.

Quando Chico saiu do receituário, a primeira pessoa a quem falou foi com essa senhora. Trazia uma orientação de Emmanuel; que levasse a criança a São Paulo e procurasse o médico que estava com o seu nome escrito no bilhete. Aquela criança tinha o céu de sua boca aberto e aquele médico tinha condições de operá-la.

A mãe ficou muito surpresa, pois não havia falado nada e perguntava como ele sabia se ela não lhe falara nada. Respondeu-lhe que não tinha qualquer conhecimento do caso.

Aquele choro iria continuar por algum tempo; era um problema de carma, mas estava amparada pela espiritualidade, a mãe traz consigo o bálsamo. Por isso ela fora escolhida para a guarida desse espírito.

Noutra ocasião; uma senhora veio de Brasília a pedido de sua filha para uma orientação do Chico.

Havia perdido seu marido há 41 dias, por suicídio. E, no seu desespero, alimentava a ideia de suicidar-se.

Quando essa senhora chegou, não houve tempo para falar com o Chico. No final do trabalho ele psicografou a mensagem e chamou por Maria Cristina, de Brasília. Sua mãe não ligou os fatos, pois estava endereçada à sua filha. Chico leu a mensagem e, para quem fosse, que a procurasse. Nas suas primeiras linhas, essa senhora, a meu lado nada percebera; só depois de um certo detalhe é que ela veio identificá-la, notando que o Espírito do seu marido escrevia para sua filha, esclarecendo os fatos que ocorreram.



(Av. Rio Branco, 3681 - Apto. 301 - Juiz de Fora, MG.)



Detzi de Oliveira
Francisco Cândido Xavier


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