Opinião espírita

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Capítulo XLVIII

Na luz do trabalho


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A Gênese —

Beneficência é também agradecer o trabalho alheio e caminhar construindo.

Quando transites na estrada, lança um pensamento de gratidão aos que se feriram nas lajes para que a tivesses; fartando-te à mesa, lembra as dilacerações do lavrador que tratou a semente para que o pão te regalasse; no lar, recorda os que te levantaram o agasalho doméstico, muita vezes, à custa da própria vida; no simples copo de água que te aplaque a sede, podes meditar nos braços que se conjugaram, em múltiplas tarefas, a fim de que a recolhesses, pura, do filtro…

Em toda parte, inclina-se a vida, à frente de nós, amparando-nos, atenta, de modo a que aprendamos dela o dom de servir.

Não há fruto que apareça maduro.

Humilde molho de maravalhas que te garanta o lume exigiu laboriosa atividade da Criação.

Tudo o que existe de útil reclamou humildade, disciplina, constância, paciência.

A Sabedoria Divina tudo dispôs para que os grandes e os pequenos se entrelacem, na sustentação do bem eterno, conservando cada qual em seu nível de distinção.

O sol alimenta o verme. O verme aduba a terra.

A planta nutre o sábio. O sábio ergue a escola.

Por mais brilhe no firmamento, a estrela não faz o papel da flor que perfuma e o oceano imponente não substitui o regato, que canta ignorado nas entranhas da gleba, para que o vale se coroe de verdura.


Tudo se esforça, junto de nós, para que a alegria nos sobeje, além do necessário.

Se já atingiste o discernimento iluminado pela convicção da imortalidade, possuis bastante acústica no raciocínio para assinalar o apelo constante da vida: trabalha, trabalha!…

Se já sabes que outros mundos se seguem a este mundo por degraus da evolução, não desconheces que o teu merecimento, aqui ou além, será medido por tuas obras. Não te dês, assim, ao logro do desânimo e nem te confies ao perigoso luxo do tédio.

Reflitamos nas forças do Universo, que nos servem infatigavelmente sem perguntar, e para que a beneficência se nos alteie, genuína, do coração, trabalhemos e trabalhemos.




(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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