Religião dos espíritos
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Reunião pública de 11 de Dezembro de 1959
de “O Livro dos Espíritos”
Lutando, disseste: “não posso mais”.
E ajudaste os que te roubam a fortaleza.
Batido, clamaste: “reagirei”.
E amparaste os que te induzem à violência.
Esquecido, gemeste: “estou sozinho”.
E ajudaste os que te bloqueiam a confiança.
Caluniado, gritaste: “vingar-me-ei”.
E amparaste os que te guiam à crueldade.
Ferido, bradaste: “quero justiça”.
E ajudaste os que te furtam a tolerância.
Por isso mesmo, asseveras frequentemente:
— Morro de angústia.
— Enjoei de viver.
— A fadiga me vence.
— Tudo perdido.
— Nada mais a fazer.
Tentando justificar-te, recorres à filosofia de ocasião e repetes rifões e chavões antigos:
— A dança obedece à música.
— Faço como me ensinam.
— Seja virtuoso quem puder ser.
— Amanhã virá quem bom me fará.
— Tarde demais.
— Fiz tudo.
— Depois eu faço.
— Lavei as mãos.
Recorda, porém, que toda dificuldade é teste renovador.
Todos somos tentados na imperfeição que trazemos.
Queixa é fuga.
Impaciência é perigo.
Censura é auxílio ao perseguidor.
Revolta é força que apressa o crime.
Ataque é óleo no fogo.
Desforço é golpe que apaga a luz.
Desespero é chave ao ladrão.
Maltratado, busca o bem.
Injuriado, fala o bem.
Contrariado, procura o bem.
Traído, renova o bem.
Assaltado, conserva o bem.
A única fórmula clara e segura de vencer, no teste contra as influências inferiores, será sempre, o que for, com quem for e seja onde for, esquecer o mal e fazer o bem.
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