Seara dos Médiuns

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Seara dos médiuns


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Amigo leitor:

A Doutrina Espírita, em seu primeiro século, assemelha-se, de algum modo, à árvore robusta espalhando ramaria, flores, frutos e essências, em todas as direções.

Que princípios afins se lhe instalem nos movimentos, à maneira de aves tecendo ninhos transitórios nos galhos de tronco generoso, é inevitável; contudo, que os lavradores do campo lhe devem fidelidade e carinho, para que as suas raízes se mantenham puras e vigorosas, é outra proposição que não sofre dúvida.

Assim pensando, prosseguimos em nossos comentários humildes da Codificação Kardequiana, apresentando, neste volume, o desataviado cometimento que nos foi permitido atender, no decurso das 90 reuniões públicas, nas noites de segundas e sextas-feiras, que tivemos a alegria de partilhar junto dos irmãos uberabenses, em 1960, na sede da Comunhão Espírita Cristã.

Dessa feita, “O Livro dos Médiuns”, que justamente agora, em 1961, está celebrando o primeiro centenário, foi objeto de nossa especial atenção.

Os textos em exame foram escolhidos pelos companheiros encarnados, em cada reunião, e, depois dos apontamentos verbais de cada um deles, articulamos as considerações aqui expressas que, em vários casos, fomos compelidos a deslocar do tema proposto, à face de acontecimentos eventuais, surgidos nas assembleias.

Algumas das páginas, que ora reunimos, foram publicadas em “Reformador”, o respeitado mensário da Federação Espírita Brasileira, e no jornal “A Flama Espírita”, da cidade de Uberaba. Esclarecemos, porém que, situando aqui as nossas apreciações simples, na feição integral, com a ordem cronológica em que foram escritas e na relação das questões e respectivos parágrafos que “O Livro dos Médiuns” nos apresentava, efetuamos, pessoalmente, a total revisão de todas elas para o trabalho natural do conjunto.

Mais uma vez, asseguramos de público que o único móvel a inspirar-nos, no serviço a que nos empenhamos, é apenas o de encarecer o impositivo crescente do estudo sistematizado da obra de Allan Kardec — construção basilar da Doutrina Espírita, a que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo oferece cobertura perfeita —, a fim de que mantenhamos o ensinamento espírita indene da superstição e do fanatismo que aparecem, fatalmente, em todas as fecundações de exotismo e fantasia.

Esperando, pois, que outros seareiros venham à lide remediar-nos a imperfeição com interpretações e contribuições mais claras e mais eficientes em torno da palavra imperecível do grande Codificador, de vez que os campos da Ciência e da Filosofia, nos domínios doutrinários do Espiritismo, são continentes de trabalho a se perderem de vista, aqui ficamos em nossa tarefa de apagado expositor da Religião Espírita, que é a Religião do Evangelho do Cristo, para sublimação da inteligência e aprimoramento do coração.



Uberaba, 1.° de janeiro de 1961.



— Emmanuel faz referência ao “Religião dos Espíritos”, livro em que o autor espiritual comentou “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, nas reuniões públicas da Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, Minas Gerais. — (Nota da Editora)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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