Seara dos Médiuns

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Capítulo XLVII

Clarividência

Reunião pública de 27 de Junho de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


Como acontece na alimentação do corpo, a visão, no campo da alma, é diferente para cada um.

O tubo digestivo recebe o que se lhe dá, mas a assimilação do recurso ingerido obedece à disposição mais íntima dos mecanismos orgânicos.

Os olhos, igualmente, veem tudo; no entanto, a interpretação do que foi visto corre à conta dos processos mentais.

É por isso que todo fenômeno de clarividência solicita filtragem no crivo da razão.

Determinado médium informa ter visto inolvidáveis personalidades da História.

Possivelmente estará dizendo uma verdade. Essa verdade, porém, pede estudo das condições circunstanciais.

Vejamos como o assunto é delicado na esfera dos próprios homens.

Se uma pessoa só e desavisada fosse levada a ver uma cópia da “”, de Murillo, num arranjo cinematográfico, acreditaria contemplar a venerável Maria de Nazaré escalando os céus, rodeada de anjos, quais pássaros graciosos, segundo a concepção do admirado pintor espanhol.

A figura de qualquer comandante de Estado, nos tempos modernos, pode ser vista a longa distância, através da televisão, e se uma criatura isolada e desprevenida fitasse a imagem falante estaria naturalmente convicta de haver entrado em contato direto com o comandante televisionado.


Enquanto a observação mediúnica não se generalizar mais extensamente na Terra, provocando mais amplas conclusões do chamado “consenso geral”, a mensagem da clarividência demanda considerações específicas.

Com isso não queremos dizer que esse ou aquele apontamento mediúnico deva ser desprezado, pois que em mediunidade tudo é ensinamento digno de atenção.

Ponderamos apenas o impositivo de estudo, a fim de que a interpretação particular não se dirija para as raias do ilógico.

Para ilustrar as nossas afirmativas, vejamos o arco-íris, a desdobrar-se diante da multidão. Efetivamente, quando surge na beleza das sete cores, parece uma coroa sublime, propositadamente desenhada por algum geômetra invisível, na glória do firmamento; entretanto, a maravilha celeste não tem qualquer expressão substancial, por estruturar-se em simples jogo de luz…




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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